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31/07/2010

A educação começa no ventre

gravida
A jovem, um tanto afoita, adentrou a sala da benevolente diretora, e com voz emocionada, suplicou:
- Meu filho já conta 1 ano, quando devo começar a educá-lo?
A educadora, com ternura no olhar e firmeza na voz, respondeu:
- Corra o mais depressa possível a educá-lo, porquanto você já perdeu 21 preciosos meses.
- Ora, como 21 meses? O garoto só conta 1 ano, ou seja 12 meses. Disse a jovem.
- Ah, minha filha, 12 meses mais os nove que ficou em seu ventre, a educação começa no ventre, acariciando-o e dizendo: "Eu te amo, você é um anjo para minha vida!"
A passagem em questão é atribuída à notável Maria Montessori (1870-1952), primeira mulher italiana a se tornar médica, e sem dúvida uma das maiores educadoras do século passado.
Montessori mostra que a vida não começa quando a criança sai do ventre da mãe. O Espiritismo completa a visão da educadora e ensina que aquele ser pequeno e por hora indefeso que habita o ventre materno, é um espírito em evolução, trazendo uma cultura milenar e uma ânsia por prosseguir em sua trajetória de aprendizado.
Quando a criatura é querida, desejada, esperada pelos pais, quando a mãe e os familiares acariciam o ventre em gesto de afeto, mostrando que aquele ser será bem vindo, estimulado e amado, a educação já começou a ser ministrada. Impossível educar sem amor, impossível transmitir valores sem as ferramentas do afeto!
Interessante ressaltar que Maria Montessori e Kardec - o codificador do Espiritismo -  eram dois educadores, duas figuras sintonizadas com a importância da educação na construção de uma sociedade equilibrada. Ambos educavam com amor e por amor. Por isso salientavam a necessidade de uma educação com bases estreitas, iniciada em família, e, após, expandida à sociedade.
Outro ponto importante de Montessori e Kardec: Montessori dizia que é fundamental educar o recém nascido transmitindo-lhe hábitos saudáveis, ensinando a pequena criatura que há a hora de evacuar, dormir, se alimentar. Kardec ensinava que o verdadeiro espírita é aquele que procura coibir suas más inclinações, ou seja, o verdadeiro espírita é aquele que procura ter hábitos saudáveis.
Educação e amor são duas usinas de criação de hábitos saudáveis. E uma sociedade equilibrada, sem desníveis sociais, sem fome e violência, sem corrupção e desrespeito, é feita de cidadãos educados e com hábitos saudáveis.
Hoje em grande parte das famílias a situação se inverteu: pais desconectados com a importância da educação a transferiram para a escola, confundindo educação com informação. Crianças que crescem sem as bases amorosas da família, ou seja, sem hábitos saudáveis, têm mais facilidades de se complicar nas provações existenciais. Lembro de abastada família que relegou toda a educação de seus filhos à escola. A concepção dos pais girava em torno do restrito universo materialista a considerar: "Pago bem, meu filho deve ser bem educado!" Contudo, não obstante ao esforço e capacitação dos professores do renomado colégio, o filho cresceu sem as bases amorosas da família. O pai não lhe fazia um afago, porquanto sempre às voltas com negócios. A mãe também não tinha tempo para o filho, porquanto escrava era das reuniões sociais.
O resultado foi desastroso: um jovem carente que acabou suicidando-se aos 20 anos ao ver o término de seu primeiro namoro. Faltou a esse jovem referências familiares que o despertassem aos valores da espiritualidade. Dialogar com os filhos sobre a vida e morte, mostrar que estamos aqui apenas de passagem, ensinando a transitoriedade de nossa existência terrena, também faz parte da educação que deve ser ministrada às crianças. Conversar sobre essas questões, filosofar em torno dos objetivos da jornada terrena é uma das formas de criar hábitos saudáveis, contudo, como afirma Montessori: fundamental é amar; porquanto a educação que cria hábitos saudáveis e indivíduos melhores se faz com amor, muito amor, desde o ventre materno.
Pensemos nisso.

Wellington Balbo

29/07/2010

VIVER EM PAZ

paz

"... Vivei em paz..." - Paulo.
(II CORÍNTIOS, 13:11)

Mantém-te em paz.

É provável que os outros te guerreiem gratuitamente, hostilizando-te a maneira de viver; entretanto, podes avançar em teu roteiro, sem guerrear a ninguém.

Para isso, contudo - para que a tranqüilidade te banhe o pensamento -, é necessário que a compaixão e a bondade te sigam todos os passos.

Assume contigo mesmo o compromisso de evitar a exasperação.

Junto da serenidade, poderás analisar cada acontecimento e cada pessoa no lugar e na posição que lhes dizem respeito.

Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho...

Todos os que surgem aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões. Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços... Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e identificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem ultrajadas ou contundidas.

Uns acusam, outros choram.

Ajuda-os, enquanto podes.

Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida.

Aprendamos a compreender cada mente em seu problema.

Recorda-te de que a natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar.

Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre.

Viver de qualquer modo é de todos, mais viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel.

28/07/2010

O PENSAMENTO

Formas-Pensamento 


Emmanel no prefácio do livro Sinal Verde de André Luiz nós dá uma brilhante explicação sobre o pensamento e suas relações:
“Não desconhecemos que todos respiramos num oceano de ondas mentais, com o impositivo de ajustá-las em benefício próprio.
Vasto mar de vibrações permutadas.
Emitimos forças e recebemo-las, o pensamento vige na base desse inevitável sistema de trocas”
Mercado é definido como sistema de circulação de bens e capital dentro de uma sociedade, ou seja, trata-se de um sistema de trocas. Emmanuel explica que nós vivemos num intercâmbio de pensamentos entre todos os seres humanos encarnados e desencarnados cujo funcionamento é semelhante ao Mercado, no sentido de também ser um sistema de trocas.
O objetivo deste estudo é compreender sob a ótica espírita o pensamento e suas conseqüências e como funciona seu intercâmbio entre as pessoas.
2. CONCEITO
Etimológicamento falando a palavra Pensamento vem do latim pensare significa pesar, isto é, medir, avaliar e comparar.
No sentido mais lato, pensamento é toda atividade psíquica;
Numa acepção mais estreita, só o conjunto de todos os fenômenos cognitivos, e excluindo, portanto, os sentimentos e as volições;
Em estrito senso, pensamento é sinônimo de "intelecto", enquanto permite compreender — ou inteligir — a matéria do conhecimento e na medida em que realiza um grau de síntese mais elevado que a percepção, a memória e a imaginação.
O pensamento, neste sentido mais estrito, toma três formas: concepção, juízo e raciocínio, os quais são objeto de estudo, já da lógica, que considera a sua validez em relação ao objeto pensado, já da psicologia, que, prescindindo do valor crítico, investiga a sua natureza e leis de aparecimento. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)
Podemos dizer, também, que o pensamento é a seqüência de representações e conceitos. Não pertence ao tempo nem ao espaço. São generalizações que permanecem virtualizadas em nossa mente. O ato de pensar, como ato, é sempre novo, ou seja, é a atualização temporal e espacial do conceito. Exemplo: o círculo, como conceito, é sempre o mesmo. Ao pensarmos uma, duas, três ... ene vezes sobre essa figura, cada uma delas será, para nós, sempre nova. Este é o sentido da evolução criadora de Bergson. Para ele, todo o momento é criativo, porque nunca o vivenciamos anteriormente.
Para o Espiritismo, é o elemento nobre, modelador das ações dos Espíritos, através de fluídos etéreos. Allan Kardec, em A Gênese, diz que o pensamento “é a grande oficina ou o laboratório da vida espiritual”. “O pensamento e a vontade são para os Espíritos aquilo que a mão é para o homem”. (1977, cap. 14, it.14, p.282)
Para expandir o entendimento de forma dialética apresento três questões básicas para o entendimento do tema:
1.- Pensamento. O que é? Tem ele força? Qual?
O pensamento é uma manifestação do espírito, que, para tanto, utiliza-se de seu livre-arbítrio. Quando o emitimos, ele se materializa e ganha o espaço, por intermédio do fluido cósmico em que estamos mergulhados. Uma vez exteriorizado por esse fluido, pode ser recepcionado por outro espírito, encarnado ou desencarnado. Porém, os desencarnados têm maior facilidade de captá-lo, devido ao fato de sua capacidade perceptiva não se encontrar embaraçada pela matéria densa. Alguns, contudo, têm essa faculdade desenvolvida o bastante para lhes permitir que, embora encarnados, tenham a percepção do pensamento de outrem.
2.- Campo mental é o mesmo que pensamento?
O campo mental ou corpo mental, como preferem alguns autores, tem a sua sede no espírito. Segundo André Luiz, em outra de suas obras, o livro "Evolução em Dois Mundos", é "o envoltório sutil da mente", ainda não suscetível de ser definido. Por ora, limitando-nos ao quanto nosso estágio evolutivo permite depreender, podemos dizer que é a parte do espírito que envolve a mente, mais sutil ainda do que o perispírito. Segundo alguns autores, seria um quarto elemento de que se compõe o homem, ao lado dos três outros que os Espíritos informaram a
Allan Kardec (espírito, perispírito e corpo físico).
3.- Mente. O que é? Qual sua importância? Por quê?
Em poucas palavras, podemos definir a mente como sendo a parte do espírito que o dirige. É o elemento de maior importância para ele, chegando, mesmo, alguns, a confundi-la com o próprio espírito. É a responsável pela produção do pensamento e pela formação do corpo espiritual (perispírito), que a espelha e que, por sua vez, vai servir de molde à formação do corpo físico. Por tudo isso, podemos dizer que somos o resultado da nossa mente ou, até, que somos a mente.
A resposta dessas questões foi fruto da leitura dos ensinamentos de André Luiz nos livros Entre o Céu e a Terra e Evolução em Dois Mundos. O próximo passo é entender passo a passo o teor do que até aqui foi exposto.
3. GÊNESE DO PENSAMENTO
Quanto às etapas na gênese do pensamento, há quem distinga cinco, a saber:
1.ª) estímulo — um problema que o desperta, podendo ser uma dúvida, incerteza, inquietação ou qualquer outra coisa;
2.ª) pesquisa — procura de documentação capaz de esclarecer o problema, através de uma atividade nervosa e psíquica que se desencadeia;
3.ª) hipótese — fase crucial e a mais importante do processo do pensamento, em que os dados obtidos são elaborados;
4.ª) solução — abandono da dúvida em vista da força dos elementos colhidos;
5.ª) crítica — fase final de análise do caminho seguido.
Outros autores contentam-se em mencionar três momentos no processo do pensamento:
Este começa por uma intuição empírica, sensorial e psicológica (introspecção), que faz conhecer imediatamente um fato não compreendido e levanta problemas. Depois seguem-se as operações pelas quais se procura resolver esses problemas, e que constituem o pensamento discursivo. Por fim aparece a intuição racional, onde desemboca o trabalho do pensamento. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)
4. PENSAMENTO E MATÉRIA MENTAL
Os Espíritos da equipe codificadora afirmam que uma das modificações mais importantes do fluido universal é o fluido vital. Ele é o responsável pela força motriz que movimenta os corpos vivos. Sem ele, a matéria é inerte.
Cada ser tem uma quantidade de fluido vital, de acordo com suas necessidades. As variações dependem de uma série de fatores. Allan Kardec nos instrui sobre o assunto em O Livro dos Espíritos:
“A quantidade de fluido vital não é a mesma em todos os seres orgânicos: varia segundo as espécies e não é constante no mesmo indivíduo, nem nos vários indivíduos de uma mesma espécie. Há os que estão, por assim dizer, saturados de fluido vital, enquanto outros o possuem apenas em quantidade suficiente. É por isso que uns são mais ativos, mais enérgicos, e de certa maneira, de vida superabundante”.
“A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se incapaz de entreter a vida, se não for renovada pela absorção e assimilação de substâncias que o contêm”.
“O fluido vital se transmite de um indivíduo a outro. Aquele que o tem em maior quantidade pode dá-lo ao que tem menos, e em certos casos fazer voltar uma vida prestes a extinguir-se”.
Pela mente os Espíritos absorvem o fluido cósmico, transmudando-o em um sub-produto, a matéria mental vibrátil, um fluido vivo e multiforme, estuante e inextancável, em processo vitalista semelhante à respiração, cujas vibrações são as impressas pela mente que a emitiu, cuja ação influencia, a partir de si mesma e sob a própria responsabilidade, a Criação. Esse subproduto é o fluído vital.
A matéria mental tem natureza corpuscular, atômica e também resulta da associação de formas positivas e negativas. Utiliza-se denominar tais princípios de “núcleos, prótons, nêutrons, posítrons, elétrons ou fótons mentais”, em vista da ausência de terminologia analógica para estruturação mais segura de nossos apontamentos. (Xavier, 1977, cap. 4)
5. ASSOCIAÇÃO DE IDÉIAS
O Espírito André Luiz diz: "Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, idéia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir" (Xavier, 1977, p. 48).
Significa dizer: dado um estímulo, imediatamente colocamos o nosso pensamento em sintonia com o clima das respostas que o referido estímulo sugere. Observe a leitura de um jornal: cada um de nós vai direto àquilo que mais lhe interessa. Se gostamos de futebol, abrimos as páginas esportivas; se nossa preferência é a saber sobre a vida pública de um país, consultamos as páginas de economia e política; se preferimos a arte, vasculhamos o caderno ilustrado. Desse modo, as "nossas companhias", quer boas ou ruins, dependem essencialmente de nossa escolha.
Diante disso o ditado popular “diga-me com quem andas que eu te direi que és” pode ser adaptado para “diga-me quem és que eu te direi com quem andas” ou ainda “Diga-me como pensas que eu te direi com quem andas”.
6. PENSAMENTO FORMA E FORMA PENSAMENTO
Com freqüência, as transformações são o produto de um pensamento. diz Kardec: “Basta ao espírito pensar numa coisa para que tal coisa se produza”. Desta forma, tomando conhecimento de tal verdade, devemos fazer bom uso dos nossos pensamentos, pois eles são movimentados por energias cósmicas, fluidos etéreos, que, embora invisíveis aos nossos olhos, estão presentes onde as nossas forças físicas jamais chegariam. Nosso pensamento é um raio que tanto pode conduzir luz edificante como energias deletérias ou destruidoras.
7. FOTOGRAFIA DO PENSAMENTO
Sendo o Pensamento criador de imagens fluídicas, reflete-se no Perispírito como num espelho, tomando corpo e, aí, fotografando-se. Se um homem, por exemplo, tiver a idéia de matar alguém, embora seu corpo material se conserve impassível, seu corpo fluídico é acionado por essa idéia e a reproduz com todos os matizes. Ele executa fluidicamente o gesto, o ato que o indivíduo premeditou. Seu pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira se desenha, como num quadro, tal qual lhe está na mente. É assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no invólucro fluídico. É assim que uma alma pode ler na outra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos corporais. (Kardec, 1975, p. 115)
No livro Libertação , André Luiz narra que em determinada região umbralina as pessoas eram selecionadas e julgadas por trabalhadores que utilizavam uma espécie de aparelho que captava as imagens fluídicas das pessoas de acordo com os delitos cometidos.
No plano espiritual não há como criar máscaras ou esquivar-se, somos reconhecidos pela nossa imagem fluídica irradiada pelo nosso períspirito. Tal imagem é decorrente de nossos atos e pensamentos durante a experiência corpórea.
8. PERTURBAÇÕES DO PENSAMENTO
Segundo a Psicologia, entende-se como o conjunto de alterações mais ou menos profundas da estrutura diferenciada e intencional do ato psíquico. É assim possível descrever as anomalias da ideação (encadeamento das idéias), da atenção espontânea e voluntária, da eficiência intelectual etc. Numa outra perspectiva, descreve-se, através das modalidades expressivas do discurso, uma aceleração aparente (fuga das idéias) ou um abrandamento (bradipsiquia) do pensamento, na mania e na melancolia. Na esquizofrenia, o pensamento perturbado no seu funcionamento, exprime-se por meio de uma linguagem estranha, caótica, dissociada, por vezes interrompida. (Thines, 1984)
No próximo tópico veremos as perturbações do pensamento segundo o Espiritismo.
9. FIXAÇÃO MENTAL (MONOIDEÍSMO)
Monoideísmo é estado patológico caracterizado pela tendência de uma pessoa retornar sempre em seu pensamento em sua palavra a um só tema. É a idéia fixa, ou o estado de consciência mórbida, que se caracteriza pela persistência de uma idéia, que nem o curso normal das idéias, nem a vontade conseguem dissipar. Vingança, desespero, paixões e desânimo são algumas das causas da fixação mental. Nosso cérebro funciona à semelhança de um dínamo. Dado o primeiro estímulo, interno ou externo, o que passa a contar é a manutenção de nosso pensamento num mesmo teor de idéia. Quanto mais tempo permanecermos num assunto, mais as imagens do tema se cristalizarão em nosso halo mental. A fixação mental é uma questão de atitude assumida: melhorando o teor energético de nosso pensamento, ampliaremos o nosso campo mental para o bem e estaremos nos libertando dos pensamentos malsãos.
Segue uma questão trazida ao lume por André Luiz:
O que é e qual a conseqüência da fixação mental?
Podemos entender como fixação mental o pensamento permanente do espírito em determinado sentido, no caso, um ato do passado. Em geral, ocorre quando o espírito se fixa num ato que praticou contrário às leis naturais e em detrimento de outrem. Quando o espírito se deixa levar por esse estado, abstrai-se de tudo o mais que acontece em sua existência, mantendo seu psiquismo fixado unicamente em torno desse fato. É o resultado do julgamento realizado pelo verdadeiro e único juiz das nossas ações: a nossa consciência.
Quando se encontra nessa situação, a presença da vítima é constante no pensamento do espírito, com o ato recriminado aparecendo com freqüência em sua tela mental. É inevitável a visita da dor reparadora.
10. PENSAMENTO E VONTADE
O fenômeno da sugestão mental é oportuno. Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham. Nesse sentido, somos herdeiros dos reflexos de nossas experiências anteriores, porém, com a capacidade de alterar-lhe a direção. Acionando a alavanca da vontade, poderemos traçar novos rumos para a libertação de nosso espírito. A vontade é o elemento do livre-arbítrio. Devemos ter comando sobre o pensamento, pois não falhamos só com palavras e atos. Pelo pensamento (sem barreira ou distância), o Espírito encarnado age sobre o semelhante, e o desencarnado, também, atua sobre nós, encarnados. Melhorando o pensamento, melhoramos a vida nos dois planos — físico e espiritual.
11.CONSEQUENCIAS DO PENSAMENTO
É muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que “pensamento é vida” e sem saberem, estão falando uma grande verdade. Sob a ótica espírita, o assunto se desdobra mostrando outras realidades. Inclusive, faz com que passemos a vigiar mais os nossos pensamentos e atitudes.
Os Espíritos nos mostram a íntima relação que há entre fluído e pensamento. Em “A Gênese” Kardec informa que: “Sendo o fluido veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som” (cap. XIV, 15). No parágrafo seguinte ele continua dizendo que “Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; Toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa.” Kardec conclui o item afirmando que “Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo”.
Diante disso, quando pensamos em algo criamos imagens fluídicas. Afinal, “O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito (...) e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientais” (A Gênese, cap. XIX, 18). Para exemplificar essa força do pensamento é interessante nos reportamos à pesquisa feita na Inglaterra descrita no livro “Perispírito e suas Modelações” (cap. 28).
Com objetivo de comprovar ou não a força do pensamento, cientistas colocaram dóceis ratinhos da cidade próximos a ratos selvagens, mas sem possibilidade de contato físico. Os ratos selvagens tomavam atitudes de intimidação e enviam olhares agressivos e ameaçadores. Os ratinhos urbanos acabaram morrendo, embora não tivessem sofrido um único arranhão. A autópsia mostrou glândulas supra-renais dilatadas, sinal evidente de violenta pressão nervosa emocional. O autor conclui que é possível a agressão através do olhar de ódio ou qualquer outro sentimento menos digno.
O homem pode manter o equilíbrio de sua saúde vital através da alimentação e da respiração de ar não poluído, entre outros fatores, mas, acima disso, mantendo uma conduta mental sadia.
Nunca é demais reforçar que o pensamento exerce uma poderosa influência nos fluidos espirituais, modificando suas características básicas.
Os pensamentos bons impõem-lhes luminosidade e vibrações elevadas que causam conforto e sensação de bem estar às pessoas sob sua influência.
Os pensamentos maus provocam alterações vibratórias contrárias às citadas acima. Os fluidos ficam escuros e sua ação provoca mal-estar físico e psíquico.
"Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável" (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).
Pode-se concluir, assim, que em torno de uma pessoa, de uma família, de uma cidade, de uma nação ou planeta, existe uma atmosfera espiritual fluídica, que varia vibratoriamente, segundo a natureza moral dos Espíritos envolvidos.
À atmosfera fluídica associam-se seres desencarnados com tendências morais e vibratórias semelhantes. Por esta razão, os Espíritos superiores recomendam que nossa conduta, nas relações com a vida, seja a mais elevada possível. Uma criatura que vive entregue ao pessimismo e aos maus pensamentos tem em volta de si uma atmosfera espiritual escura, da qual aproximam-se espíritos doentios. A angústia, a tristeza e a desesperança aparecem, formando um quadro físico-psíquico deprimente, mas que pode ser modificado sob a orientação dos ensinos morais de Jesus.
"A ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais tem conseqüências de importância direta e capital para os encarnados. Desde o instante em que tais fluidos são o veículo do pensamento; que o pensamento lhes pode modificar as propriedades, é evidente que eles devem estar impregnados das qualidades boas ou más, dos pensamentos que os colocam em vibração, modificados pela pureza ou impureza dos sentimentos" (Allan Kardec - A Gênese, cap. XIV, item 16).
À medida que cresce através do conhecimento, o homem percebe que suas mazelas, tanto físicas quanto espirituais, são diretamente proporcionais ao seu grau evolutivo e que ele pode mudar esse estado de coisas, modificando-se moralmente. Aliando-se a boas companhias espirituais através de seus bons pensamentos, poderá estabelecer uma melhor atmosfera fluídica em torno de si e, conseqüentemente, do ambiente em que vive. Resumindo, todos somos responsáveis de alguma maneira pelo estado de dificuldades morais em que vive o Planeta atualmente e cabe a nós mesmos modificá-lo.
"Melhorando-se, a humanidade verá depurar-se a atmosfera fluídica em cujo meio vive, porque não lhe enviará senão bons fluidos, e estes oporão uma barreira à invasão dos maus. Se um dia a Terra chegar a não ser povoada senão por homens que, entre si, praticam as leis divinas do amor e da caridade, ninguém duvida que não se encontrem em condições de higiene física e moral completamente outras que as hoje existentes" (Allan Kardec - Revista Espírita, Maio, 1867).
No nosso dia a dia, nem sempre nos lembramos disso tudo e sem o percebermos, criamos ao redor imagens daquilo que está em nossas mentes. Tais criações mentais continuarão existindo enquanto as alimentarmos. Permanecerão ao nosso redor e fatalmente atrairá Espíritos com o mesmo padrão vibratório. Enfim, nós mesmos criamos o nosso céu ou o nosso inferno e cabe a nós desfazê-lo ou mantê-lo.
12. SÍNTESE
O pensamento é (1) nossa identificação, (2) é carreador de nossas emoções, (3) determina nosso estado de saúde e (4) determina nossas ações.
O pensamento é o principal atributo do espírito que é o princípio inteligente.
1) Pelos nossos pensamentos somos identificados no mundo espiritual. Ex: quando estamos nervosos, labaredas vermelhas aparecem em nós, quando estamos com ódio ou mágoa, somos cobertos por uma luz negra ou acinzentada.
2) O pensamento leva as nossas emoções para o ambiente e para o alvo do mesmo.
3) Mantendo bons pensamentos evitamos diversos problemas de saúde e relacionamento (entre encarnados e desencarnados).
4) devemos refletir antes de agir.
O pensamento é muito importante em nossas vidas, pois somos conseqüência destes.
13. CONCLUSÃO
Vigilância e oração atenuam as vicissitudes da senda regenerativa. Através delas, pomo-nos em sintonia conosco mesmos, tornando-nos cada dia mais auto-conscientes. Percebendo claramente nossas reações do cotidiano, criamos condições para nos avaliarmos e consequentemente substituirmos os automatismos negativos pelos positivos.
De acordo com o Espírito Lourdes Catherine (cap. 42) o momento ideal para impedir que um pensamento negativo se instale é quando ele surge. Ela sugere que criemos um “saneador”. O interessante é que esse saneador, ou melhor, “saneadores” estão constantemente junto conosco, mas nem sempre lançamos mão deles.
O primeiro chama-se permissão. Quando nos permitimos criar situações aflitivas, de agressões e desequilíbrio nos envolvemos de tal forma com fluidos desarmônicos que “infectamos” nossa psicosfera espiritual. Segundo a autora, “Muitas pessoas não comandam a própria força mental, tornando-se prisioneiro de si mesmo” (p.193). Realmente, não é raro ficarmos nas fantasias desequilibrantes. Ao invés disso, deveríamos voltar para as idéias de sucesso, força e paz. Deveríamos acreditar no nosso potencial e aproveitar as oportunidades da vida para crescer. E se por acaso nos arranharmos durante o percurso, é igualmente importante lembrar que as quedas são lições a serem aprendidas. Cabe a nós nos colocarmos novamente de pé e seguirmos a jornada evolutiva.
O segundo saneador é a oração. Através da prece, melhoramos nosso padrão vibratório mesmo que momentaneamente. Para tanto, ela precisa ser acionada pela vontade e vir do coração. Se na luta do dia a dia não conseguirmos longo tempo para orar, façamos pequenos momentos de desprendimento. Voltemos, por poucos minutos, nossa mente para o alto, entremos em estado de prece e mentalmente nos permitamos a “conversar” com o Pai. Ele, com certeza, nos dará forças e a própria oração “limpará” nossos lixos mentais. Importante é termos consciência de que nossa psicosfera será de luz ou de sombras na mesma proporção que investirmos no positivo ou no negativo.
Para encerrar este trabalho deixo uma prece de André Luiz para nossa reflexão sobre nossos pensamentos:
PENSAMENTOS IMPRÓPRIOS
Senhor e Mestre, vigia meus pensamentos! Acomodado na certeza de que meus pensamentos são invioláveis aos meus semelhante, muitas vezes ponho-me a pensar o que não devo, não poupando definições e julgamentos que se revelados, me propiciariam duras recriminições, senão momentos até piores!...
Movimento-me pela vida observando e analisando pessoas e circunstâncias, e nem sempre é possível furtar-me de pensamentos cujo teor não é nem fraterno e nem misericordioso, levando-me a me recriminar intimimamente após emití-los. Bem sei que para conduzir à falta basta o pensamento, porém não me sinto perfeito o bastante para evitar que eu julgue conforme meu estado de humor, levando a diminuir e até a ridicularizar o meu próximo em minha imaginação e em meus comentários, vez ou outra...
Me guarda, Senhor, de perseverar em semelhante estado de alma, visto que só cabe a Deus o julgamento de coisas e pessoas, não me sendo permitido emitir conclusões senão aquelas que possam beneficiar e restabelecer, reconstruir e reerguer...
Sempre que eu me sentir inclinado a julgar mentalmente meus irmãos, diminuindo-os perante meu imenso orgulho, recorda-me de que, se eu já consigo visualizar com tamanha perfeição os erros e os fracassos alheios, este é o momento certo para que eu visualize e corrija os meus próprios erros e fracassos, com perfeição semelhante!
14. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BOZZANO, E. Pensamento e Vontade.
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial Enciclopédia, s.d. p.
LUIZ, A. Mecanismos da Mediunidade, cap. XIX.
KARDEC, A. Obras Póstumas, pág. 115.
_____________ A Gênese. Tradução Guillon Ribeiro, FEB, 33ª ed.
_____________ Obras Póstumas. 15. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
NETO, Francisco do Espírito Santo; BATUÌRA, Espírito; LOURDES CATHERINE, Espírito. Conviver e Melhorar, Editora Boa Nova, 1999.
PINHEIRO, Luiz Gonzaga. O Perispírito e Suas Modelações. Do site: www.panoramaespírita.com.br

26/07/2010

BRILHE A VOSSA LUZ

brilhe a vossa luzz

O supremo objetivo do homem, na Terra, é o da sua própria renovação.

Aprender, refletir e melhorar-se, pelo trabalho que dignifica - eis a nossa finalidade, o sentido divino de nossa presença no mundo. Descendo o Cristo das esferas de luz da Espiritualidade Superior à terra, teve por escopo orientar a Humanidade na direção do aperfeiçoamento.

"Brilhe a vossa luz" - eis a palavra de ordem, enérgica e suave, de Jesus, a quantos lhe herdaram o patrimônio evangélico, trazido ao mundo ao preço do seu próprio sacrifício.

A infinita ternura de sua angelical alma sugere-nos, incisiva e amorosamente, o esforço benéfico: "Brilhe a vossa luz."

O interesse do Senhor é o de que os seus discípulos, de ontem, de hoje e de qualquer tempo, sejam enobrecidos por meio de uma existência moralizada, esclarecida, fraterna.

O Evangelho aí está, como presente dos céus, para que o ser humano se replete com as suas bênçãos, se inunde de suas luzes, se revigore com as suas energias, se enriqueça com os seus ensinos eternos.

O Espiritismo, em particular, como revivescência do Cristianismo, também aí está, ofertando-nos os oceânicos tesouros da Codificação.

Pode-se perguntar: de que mais precisa o homem, para engrandecer-se pela cultura e pelo sentimento, se lhe não faltam os elementos de renovação, plena, integral, positiva?!...

Que falta ao homem moderno, usufrutuário de tantas bênçãos, para que "brilhe a sua luz"?!...

A renovação do homem, sob o ponto de vista moral, intelectual e espiritual, é difícil, sem dúvida.

Mas é francamente realizável.

E indispensável, tão-somente, disponha-se ele ao esforço transformativo, com a conseqüente utilização desses recursos, desses meios, desses elementos que o Evangelho e o Espiritismo lhe fornecem exuberantemente, farta e abundantemente, sem a exigência de qualquer outro preço a não ser o preço de uma coisa bem simples: a boa-vontade.

A disposição de automelhoria.

O homem,para renovar-se, tem que estabelecer um programa tríplice, como ponto de partida para a sua realização íntima, para que "brilhe a sua luz", baseado no Estudo, na Meditação e no Trabalho.

ESTUDO: - O estudo se obtém através da leitura do Evangelho, dos livros da Doutrina Espírita e de quaisquer obras educativas, religiosas ou filosóficas, que o levem a projetar a mente na direção dos ideais superiores.

O estudo deve ser meditado, assimilado e posto em prática, a fim de que se transforme em frutos de renovação efetiva, positiva e consciente: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres."

MEDITAÇÃO: - A meditação é o ato pelo qual se volve o homem para dentro de si mesmo, onde encontrará a Deus, no esplendor de sua Glória, na plenitude do seu Poder, na ilimitada expansão do seu Amor: "O Reino de Deus está dentro de vós."

Através da prece, na meditação, obterá o homem a fé de que necessita para a superação de suas fraquezas e a esperança que lhe estimulará o bom ânimo, na arrancada penosa, bem como o conforto e o bem-estar que lhe assegurarão, nos momentos difíceis, o equilíbrio interior.

Na meditação e na prece haurirá o homem a sua própria tonificação, o seu próprio fortalecimento moral e a inspiração para o bem.

TRABALHO: - O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução, configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral.

Através do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para com a sociedade de que participa.

Pelo trabalho espiritual, exerce a fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da alma imortal.

No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por sublimar aquelas com que já se sente aquinhoado.

Em resumo: aquisição, cultivo e ampliação de qualidades superiores que o distanciem, em definitivo da animalidade em que jaz há milênios de milênios: "É na vossa perseverança que possuireis as vossa almas."

A palavra do Senhor - "BRILHE A VOSSA LUZ" - impele-nos na atualidade, à realização deste sublime programa:               Renovação moral, cultural, espiritual.

A estrada é difícil, o caminho é longo, repleto de espinhos e pedras, de obstáculos e limitações, porém, a meta é perfeitamente alcançável.

Uma coisa, apenas, é indispensável: um pouco de boa-vontade.    Boa-vontade construtiva, eficiente, positiva.                                                                    O resto virá, no curso da longa viagem...


DO LIVRO: Estudando o Evangelho
AUTOR: Martins Peralva

24/07/2010

HIGIENIZEMOS A CASA MENTAL

CASA_MENTAL

Harmonia emocional e equilíbrio psíquico são estados d'alma que não devem ser descurados pelo homem (espírito reencarnado) transitando num mundo inferior, onde hábitos de higiene objetivando a saúde do corpo são realizados com o melhor dos esmeros, em obediência às conquistas éticas em volta do asseio.

Vejamos que, com facilidade e imediatismo, recorremos à farmacopéia quando as disposições físicas cambaleiam e as disfunções psíquicas entram na faixa dos distúrbios perturbadores, assim mostrando o nosso respeito e apreço pela indumentária carnal. Não adiemos, de igual modo, a terapia evangélica que sempre haverá de nos proporcionar a saúde espiritual.

Quando mais drástica é a saúde do corpo, a cirurgia é chamada à extirpação de órgãos enfermos e os transplantes deles acontecem favorecendo a continuidade da existência no plano da carne. Por que então recear amputar do organismo moral os tumores malignos da inveja, do egoísmo, da insensibilidade diante da dor alheia, da violência, da busca desenfreada dos gozos sensuais...? São viroses de alto risco que também precisam de medicação eficaz no seu combate, fixadas em nosso campo psíquico, contaminando todos os departamentos da alma, porque foram instaladas em vivências reencarnatórias do passado e prosseguem sendo alimentadas pela insensatez humana.

Jamais desprezaremos o uso de analgésicos e calmantes nas horas de aliviar as dores. Assim, também, não deixemos de usar a oração que adormece as paixões, acalma as intemperanças, alivia os tormentos, tonifica o ânimo, empurra para o alto a criatura adormecida pelas ambições terrenas perecíveis. Orar é medicar-se, minimizando angústias e reorganizando programas de trabalho no bem.

As academias de ginástica proliferam em todos os recantos das grandes e pequenas cidades, oferecendo aos praticantes de ginástica terapêutica a preservação das formas físicas e a longevidade orgânica, o que é mais do que válido e louvável. Entretanto, não nos recusemos ao exercício da caridade como ginástica terapêutica por demais eficaz à manutenção do nosso acervo espiritual, o qual é da nossa competência preservar na caminhada redentora em que estamos engajados.

Nossa instrumentalidade carnal tem direito, segundo a lei divina de Conservação, a todo recurso que a possa conservar à disposição do Espírito para que absorva as experiências que se fazem necessárias na vivência terrena com vistas à vida espiritual. Todavia, a alma, no casulo da carne, requer cuidados especiais que devem e precisam ser atendidos por nós sem postergação, sob pena de esmagarmos mais tarde os rigores da lei de causalidade, sempre pronta a cobrar pelos nossos desvios neste ou naquele campo de atividades.

Vejamos que os lares domésticos não prescindem de lixeiras, canos por onde escoam detritos, a fim de que a vida se torne agradável, boa de ser vivida. Mas, por que dispensar o uso de depósitos de lixo e esgotos de origem moral/espiritual para neles atirarmos os detritos morais que acalentamos em nossas casas mentais? Façamos isto para desfrutarmos de ambiências saudáveis, sem lixos miasmáticos mentais que não devem fazer parte de nosso cotidiano.

Conversas maledicentes, censuras despropositadas, discussões em torno de temas vulgares, pensamentos deprimentes fazem parte de um lixo não visto pelos olhos humanos, mas que são uma realidade de ordem moral, cuja limpeza nos propiciará a fruição do equilíbrio espiritual.

Reprochemos de nossos ouvidos assuntos perturbadores que causam inquietude, conversas deprimentes que desajustam, a descrição de cenas violentas que estimulam o desequilíbrio emocional. Evitamos, deste modo, os lixos morais que infestam e intoxicam a nossa mente, por se fixarem em região de difícil acesso: o inconsciente do homem. Toda essa sujeira moral fica instalada nos painéis mentais e costumam construir ideoplastias infelizes, condutoras que são à rebeldia, ao relaxamento dos laços afetivos, ao desmoronamento dos casamentos, aos conflitos entre pais e filhos...

A aparência das pessoas que carregam habitualmente esses miasmas são fascinantes, mas por momentos. Na realidade, a aparência vai revelando, com o tempo, sintomas profundamente infelicitadores em qualquer situação que atue a alma que a carrega.

Preservando o Espírito, manteremos o corpo sadio, passando ele a gozar a paz de que todos precisam.

Sempre nos é facultado encontrar a saúde da mente que foi perdida, ao escorregarmos no lodo do erro, na fuga aos deveres, no desrespeito ao direito alheio...

Se porventura ainda não fomos contaminados, vamos nos poupar. De que maneira? Ouvindo JESUS, que identificou as fraquezas humanas e, preocupando-se com elas, receitou as súplicas contidas na oração dominical, dizendo ao Pai "que nos livre do mal", e que "não nos deixe cair em tentação".

Em tudo e por tudo é bem mais fácil usufruir de felicidade antes de sermos contagiados pelos vírus calamitosos de ordem mental, dessa forma evitando as ocorrências prejudiciais.

ADÉSIO ALVES MACHADO
Escritor, Orador e Radialista.
Autor dos livros: Ser, Crer e Crescer - Elucidações Para uma Vida Melhor;
Diálogo com Deus - Preces de MEIMEI
e Verdades que o tempo não apaga,

22/07/2010

Tributo a Chico Xavier na ONU

Cartaz do filme sobre a vida de Chico Xavier. Foto: divulgação

Um tributo a Chico Xavier será feito, no dia 6 de agosto, num auditório da ONU, em Nova York. No evento,  o filme sobre o médium, lançado no Brasil no dia 2 de abril - data em que completaria cem anos - será exibido em português, com legendas em inglês.
Após o filme, haverá uma mesa redonda com produtores e atores, além de diretores da Federação Espírita Brasileira (FEB) e do Conselho Espírita Internacional (CEI). Estarão em debate a história do médium e a expansão do espiritismo nos Estados Unidos e na Europa.

“De há muito que os espíritas dos Estados Unidos pretendiam levar ao conhecimento do povo americano e dos representantes dos países componentes da ONU a vida e a obra deste conceituado brasileiro que já é uma referência mundial.

Chico Xavier mesmo desencarnado é um dos homens mais conhecidos do planeta e tem uma folha de serviços prestados à humanidade digna de louvor. Os seus biográficos chegam a afirmar que é a mais fértil literatura mediúnica em todos os tempos com a edição de 462 livros publicados dos mais diversos espíritos.  (Cinform de Aracaju).”

mais informacoes:http://www.spiritistvideos.com/chico/

Trailer do filme na versao em inglês.

21/07/2010

TRAGÉDIAS COLETIVAS/ FLAGELOS DESTRUIDORES

 

tragédias

Tragédias coletivas

 

Ao findar o ano de 2004, a humanidade se viu dividida entre dois sentimentos contraditórios. De um lado, a alegria da mesa farta (ainda que muitos não tivessem sequer o necessário), e da recente troca de presentes e abraços emocionados em amigos e familiares.

Antigas mágoas que se dissiparam  e novas promessas que animam e dão renovado sabor à vida. De outro lado, mais de duzentas mil pessoas morrem inesperadamente vítimas de uma Tsunami, onda gigante causada por um terremoto no oceano.

Muitos dos que não foram atingidos pela Tsunami e que conheceram seu poder de destruição apenas pelos meios de comunicação se questionaram. Seria justo celebrar a vida enquanto milhares acabaram de morrer e muitos encontram-se desesperados à procura de sobreviventes, sem um lar, sem o que comer e nem onde se abrigar? O que fazer? Uma prece? Uma vibração? Doar um agasalho ou um quilo de feijão? Uma grande tragédia aconteceu, o que fazer?

Por um momento as pessoas acordam para uma realidade que não é a delas. Saem de seu “mundinho” fechado em torno de si mesmas e percebem a dor alheia. Muitos sentem pena, outros, mais esclarecidos, compaixão. A maioria volta rapidamente para sua realidade habitual, como se nada tivesse acontecido. Como se na África explorada e cadavérica, no Oriente Médio enfurecido e sem amor próprio, no Haiti e em outras pequenas ex-colônias, sugadas ao extremo e largadas a um povo sem direção... como se nesse imenso Terceiro Mundo, as doenças, a fome e a violência não criassem diariamente grandes tragédias, passadas despercebidas por aqueles que vivem apenas para “sua” realidade, sem notar que a Realidade é uma só.

Existem, também, aquelas pessoas que não tiveram tempo de questionar a sorte dos que morreram com a onda gigante. “Arregaçaram as mangas” e foram trabalhar, dia e noite, como voluntários no auxílio às vítimas. São verdadeiros despertos, lúcidos diante da vida, diante do próximo.

Frente a inúmeros questionamentos, sacerdotes e representantes de todas as religiões se apressaram em esclarecer seus fiéis, a fim de “limpar a barra” de Deus. Pronto! O julgamento está feito: o culpado é o diabo! É o fim do mundo. Não! Gritam os céticos. Foi um evento natural, geológico. E então, caro leitor? Quem é o culpado? Como a doutrina espírita explica a justiça de Deus nas grandes tragédias?

Progresso coletivo

Em O Livro dos Espíritos, ao perguntar se a destruição é uma lei da natureza, Allan Kardec obtém como resposta que “É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamais destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos”.

Em primeiro lugar, precisamos entender que ninguém morre. O corpo físico denso se transforma, esteja no fundo da terra ou nas chamas da cremação. O duplo etérico se desfaz e sua matéria sutil retorna ao fluido cósmico universal, conforme explicam os espíritos na mesma obra.

E a consciência, o ego, a pessoa? Para aonde vai? Para responder esta pergunta corretamente e da forma que ela merece ser respondida, sugiro ao leitor que estude, pelo menos, O Livro dos Espíritos e O Céu e o Inferno. Ambos os livros são uma série de perguntas de Kardec a espíritos do mundo inteiro através de médiuns. Mas, respondendo de forma extremamente resumida e, por si só, muito vaga, respondo que a pessoa, após a morte do corpo carnal, vai para o mundo dos espíritos.

Então você já entendeu que as pessoas que morreram com a Tsunami, na verdade não morreram, certo? Por isso, ao invés de morrer, vamos usar o termo desencarnar. Só desencarna quem estava encarnado, é óbvio.

Mas o que leva uma pessoa a desencarnar de maneira tão trágica?

Em primeiro lugar, é preciso entender que nenhuma pessoa na Terra está vivendo sua primeira existência como ser humano. A natureza não dá saltos. Tudo no universo se encadeia; uma peça se encaixa na outra em um sistema perfeitamente harmônico. Você já viveu outras encarnações aqui na Terra e possivelmente até em outro planeta.

Acima do ego, você é uma centelha divina, um princípio inteligente individualizado (individualizado sim, separado não, pois não existe nada que não faça parte do Todo, de Deus, a Realidade Suprema). Por algum motivo, você foi direcionado ao Planeta Terra. Isso significa que está sujeito às Leis que regem este planeta, certo? Fome, frio, calor, sede ... viver aqui é estar sujeito a várias forças e necessidades vitais. Terremotos e maremotos, por exemplo, são ocorrências naturais, que têm como causa a própria constituição do globo planetário. Por outro lado, existem determinados eventos planetários que são causados pelo homem, e este, vai sofrendo suas conseqüências (super aquecimento da temperatura devido a buracos na camada de ozônio etc).

Como eu já disse, a natureza não dá saltos, e para que você transcenda a necessidade de viver aqui neste planeta e parta para mundos superiores é necessário todo um processo de evolução, que não ocorre em uma única, mas em inúmeras encarnações.

O Karma, ou Lei de Ação e Reação é imutável, mas sua aplicação não é rígida. Age com justiça para todos, e por isso é flexível, dinâmica e relativa a cada um.

Justiça perfeita

Então, se você já sabe que todos nós já vivemos outras encarnações aqui na Terra; sabe que existe uma Lei de harmonia e perfeição que rege o universo; que é “dado a cada um segundo suas obras”.

Se você está sofrendo, faça o que Kardec aconselhou: procure as causas na vida presente. Se após um exame profundo e sincero (o que as vezes é dificílimo) você chegar à conclusão de que nada fez para sofrer tantos infortúnios, então, pode-se dizer que as causas encontram-se no passado distante, antes desta sua atual encarnação. É que somente agora chegou o tempo das sementes daninhas que você plantou na sementeira dos próprios passos darem resultado. Nestas circunstâncias, é preciso buscar forças, cada um a seu jeito, para transformar o sofrimento em lição bendita e passar pelas situações difíceis da melhor maneira possível.

Com isso, quis mostrar ao leitor que, as pessoas que naquele local, no momento exato em que a onda gigante surgiu arrasadora, ali estavam, é porque a Lei de Retorno (Ação e Reação, ou Karma) assim permitiu. O histórico de vida delas assim determinou. Como eu disse, a Lei do Karma é dinâmica. Muitos que ali poderiam estar, conseguiram, devido a seus atos, criar um novo rumo na vida e desta forma, escapar da tragédia. Cada caso é um caso e precisaria ser analisado individualmente.

Mas, se analisando sob o ponto de vista espiritual, cada um sofre as conseqüências de seus atos, porque existem tragédias coletivas?

Vejamos a questão 737 de O Livro dos Espíritos:

“Com que objetivo Deus atinge a Humanidade por meio de flagelos destruidores? Para fazê-la avançar mais depressa. Não vos dissemos que a destruição é necessária para a regeneração moral dos Espíritos, que adquirem, a cada nova existência, um novo grau de grau de perfeição? É preciso ver o fim para lhe apreciar os resultados. Não os julgais senão sob o vosso ponto de vista pessoal e os chamais de flagelos por causa do prejuízo que vos ocasionam. Mas esses transtornos são, freqüentemente, necessários para fazer alcançar, mais prontamente, uma ordem melhor de coisas, e em alguns anos, o que exigiria séculos”.

Assim, entendemos que, devido a nossos próprios erros, a dor muitas vezes se faz necessária para nos mostrar nosso ponto de equilíbrio interior. É como a criança que precisa por o dedo no fogo para saber que ele queima. Se ela escutasse os conselhos dos pais, não precisaria se queimar. É o caso da nossa humanidade. Quantas dores e sofrimentos poderiam ser evitados se ao invés de guerras procurássemos o caminho da fraternidade.

Mas, vejamos as questões seguintes:

738 – Deus não poderia empregar, para o aprimoramento da Humanidade, outros meios senão os flagelos destruidores? Sim, e o emprega todos os dias, visto que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. É que o homem não aproveita [...].

739 – Os flagelos destruidores têm uma utilidade, sob o ponto de vista físico, malgrado os males que ocasionam?

Sim, eles mudam, algumas vezes, o estado de uma região; mas o bem que disso resulta não é, freqüentemente, percebido senão pelas gerações futuras.

740 – Os flagelos são provas que fornecem ao homem a ocasião de exercitar sua inteligência, de mostrar sua paciência, sua resignação à vontade de Deus, e o orientam para demonstrar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se ele não está mais dominado pelo egoísmo”.

Portanto, a doutrina espírita de forma alguma é fria, insensível. Ao afirmar, com Jesus, que “a cada um é dado segundo suas obras”, ela também prega o “amai ao próximo como a ti mesmo”, ou ainda, “fora da caridade não há salvação”.

Mas tudo isso não significa que o homem deve ser passivo aos flagelos destruidores. Na questão seguinte, Kardec pergunta se é dado ao homem conjurar os flagelos que o afligem. Os espíritos respondem: “ Sim, de uma parte, mas não como se pensa, geralmente. Muitos flagelos são o resultado de sua imprevidência; à medida que ele adquire conhecimentos e experiência, pode conjurá-los, quer dizer, preveni-los, se sabe procurar-lhes as causas. Mas entre os males que afligem a Humanidade, há os gerais que estão nos desígnios da Providência, e dos quais cada indivíduo recebe mais ou menos, a repercussão. A estes o homem não pode opor senão a resignação à vontade de Deus e, ainda, esses males são agravados, freqüentemente, pela sua negligência.”.              

Vitor Rebelo.

Uma doutrina libertadora

Como podemos perceber, a doutrina espírita não prega o fatalismo e nem o conformismo cego diante das tragédias da vida, até mesmo das chamadas tragédias coletivas. O que o espiritismo ensina é que a lei é uma só: para cada ação que praticamos colheremos a reação. Diante da natureza, enquanto o homem não cuidar do planeta com o devido respeito, receberá cada vez mais os choques violentos como resposta. Nos casos em que a causa independe da ação do homem, ainda assim, o espiritismo nos ensina que não existem vítimas ao acaso. Tudo obedece a um plano perfeitamente harmônico e quando as causas do sofrimento não podem ser atribuídas nesta encarnação, é porque sua origem se perde na noite dos tempos...

A maior lição que a doutrina nos ensina é: fora da caridade não há salvação! Estender nossos braços e amparar os necessitados é a missão sublime de todos os espíritas.

O Livro dos Espíritos

PARTE TERCEIRA
*Das leis morais*
CAPÍTULO VI
*DA LEI DE DESTRUIÇÃO*
* *
/1. Destruição necessária e destruição abusiva. - 2. Flagelos
destruidores. - 3. Guerras. - 4. Assassínio. - 5. Crueldade. - 6. Duelo.
- 7. Pena de morte./
/ /
*Flagelos destruidores*
737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?

"Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição ma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada ova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objectivo, para que os resultados possam ser apreciados.
Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos." (744)
738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?/
"Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza."
a) - /Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?
"Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real (85). Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a Sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espectáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles."
b) - Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
"Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.
" Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo.
Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.
739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?

"Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam."
740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, pondo-o a braços com as mais aflitivas necessidades?
"Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo."
741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
"Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de carácter geral, que estão nos decretos da Providência e dos
quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência."
Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiénicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não
estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando aos cuidados da sua conservação pessoal,
souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes? (707)
O Livro dos Espíritos
Allan Kardec

Pesquisa enviada por Joao Kulcsar                                     (Palestra proferida no Grupo SEELE-Stuttgart)                   Ficarei feliz com seu comentário!!!

19/07/2010

Seminário EVOLUCAO EM DOIS MUNDOS, A TRAJETÓRIA DO ÁTOMO AO ANJO

Wagner da Paixao 016

Foi num clima de muita alegria expectativa, e, depois de uma belíssima prece, que iniciou-se o Seminário EVOLUCAO EM DOIS MUNDOS, A TRAJETÓRIA DO ÁTOMO AO ANJO, proferido por Wagner da Paixao, que está fazendo um circuito de Palestras e Seminários em muitas cidades e países da Europa. E nós tivemos a felicidade de sermos contemplados com a sua luminosa presenca em Sttutgart, no Grupo SEELE, onde também sedia a presidência da UEA- Uniao Espírita Alema.

Exponho aqui para os amigos uma pequena parte do Seminário, que prendeu a atencao de todos do início ao final, por tratar-se de uma tema apaixonante, pelo carisma, simpatia, simplicidade e inteligência do Wagner.

O Seminário trata-se de uma jornada de auto conhecimento, porque o dominio da evolucao trabalhada pelo espiritismo, diz respeito a descoberta da nossa história evolutiva no planeta. Vamos trazer as notas da evolucao para compreender como é que estes reinos se entrosam. Os reinos que constituem a natureza da nossa terra.

O Livro dos Espiritos nos fala dos três elementos gerais do universo. Entao nós temos uma síntese maravilhosa apresentada a nós pelo Espirito de Verdade através das maos de Allan Kardec que define que nós temos o espírito que foi criado por Deus, e também a materia que também é o elemento que emana de Deus -, de modo que, Deus é o criador incriado-, é a inteligência Suprema do Universo, mas que cria permanentemente, e cria de tal forma, a oferecer condicoes para que os seres que surgem da sua soberana vontade possam realizar o seu périplo de caminho, da ignorância para a sabedoria, da inciência para a consciência plena.

Nós temos a definicao na obra espírita com auxilio dos espíritos, especialmente os que utilizaram Chico Xavier, como André Luis, Emmanuel e outros, uma definicao muito bonita que o Fluído Cósmico nomeado pelo codificador e apresentada a ele pelos Espíritos Superiores, que é o hausto do Criador ou a forca nervosa do todo sábio, ou seja, é uma emanacao do proprio criador, e é, um instrumento de que o espírito se ulitiliza para se descobrir, para fazer a sua evolucao. Tanto é que esse Fluido Cósmico ele expressa origem, -o Fluído Cósmico é origem-, daquilo que vamos conhecer como matéria, nao somente na terra, mas em todas as dimensoes do infinito porque esta manifestacao do Fuído Cósmico vai se depurando consoante a natureza dos ambientes.

Nós temos aqui na terra uma diversidade desse fluido que conhecemos por muitos nomes. E mesmo no meios espiritas há quem faca muita confusao com o “Fluído Cósmico ou Universal” que é sinônimo, e o “Fluído Vital “ que é uma derivacao do Fluído Cósmico ou Universal.

O Fluído Cósmico dá origem a todas as nossas manifestacoes. Ele esta presente na constituicao do perisprito, porque o perispirito é material -óbviamente dentro de dimensoes diferenciadas, ele está presente no pensamento que é materia, a materia sutilizada, no campo da ideacao dos pensamentos nós lancamos mao do Fluído Cósmico que está no universo como a água nos oceanos, e nós entao vivemos nesse Fluído Cósmico, nesse mar de emanacoes de Deus como os peixes estao vivendo nas águas dos oceanos, dos mares, dos rios, entao agente cria esse link para a gente poder entender quando nós situamos essa tríade que é uma sintese dos espíritos, - Deus, -o criador, o espírito, e a matéria-, de modo que, a materia é o laco que prende o espírito, e porque que eles utilizam essa linguagem? Porque esse laco que prende o espírito tem uma conotacao de acrisolar, ele vai criar condicao vai estabelecer condicao; e porque que ele estabelece isso se esse fluido nao é inteligente? mas ele é neutro e ele vai ter caracteristicas segundo a ambiência ou a influência dos seres. Porque quem trabalha o Fluído Cósmico que até entao é neutro que existe no universo para oferecer exatamente condicoes de evolucao para os seres inteligentes, sao os espíritos, - mas sao os espíritos? -Nao. O principio inteligente que ainda nao é espírito. E aí entra aquela trajetória que nos vamos tentar trabalhar, o principio inteligente também chamado de mônada primordial ou mônada celestial que uma linguagem dos espíritos, as vezes poética mas utilizando a nomenclatura trabalhada por aqueles prestimosos operários da ciência, porque foi aqui na Alemanha que *Leibniz enunciou o termo mônada em Leipzig. Entao nós temos a citacao da mônada que expressa esse princípio do ser que pensa e sente.

....Se há o ser, entao existe o príncipio desse ser. E que estagia nos reinos anteriores ao homem que sao os reinos que nós conhecemos e dos quais dependemos até par a nossa sobrevivência, nós o influenciamos e somos por eles esses reinos influenciados entao nós temos uma trajetória daquele principio inteligente que está la dando a estrutura do átomo, um movimento especifico de gravitacao de combinacao e associacao com outros elementos para formar aquilo que nós vamos conhecer dentro da diversidade que caracteriza o nosso planeta, -a terra.

Bem, este foi só a introducao do Seminário, tentarei aos poucos continuar na sua divulgacao, pois vale a pena.

*Gottfried Wilhelm von Leibniz (1646-1716) Leibniz nasceu em Leipzig, Alemanha, no dia 1o de julho de 1646. Ingressou na Universidade aos quinze anos de idade e, aos dezessete, já havia adquirido o seu diploma de bacharel. Estudou Teologia, Direito, Filosofia e Matemática na Universidade. Para muitos historiadores, Leibniz é tido como o último erudito que possuía conhecimento universal.

16/07/2010

SEMINÁRIO EVOLUCAO EM DOIS MUNDOS A TRAJETÓRIA DO ÁTOMO AO ANJO

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com Wagner Gomes da Paixão
Sábado, 17 de Julho 2010
das 11.00 -16.00 Uhr

Natural de Belo Horizonte, Wagner tem 46 anos, teve os primeiros contatos com o Espiritismo no lar da sua tia-avó, no culto do Evangelho no Lar e, a partir de então, começou a estudar as obras de Allan Kardec e de André Luiz e a integrar os estudos e atividades caritativas de alguns grupos da Capital Mineira. Procurou, quando das primeiras obras recebidas, a orientação de Chico Xavier que confirmou a presença de Emmanuel em suas experiências mediúnicas, confiando-o à União Espírita Mineira, para acompanhamento de seu trabalho mediúnico.
É fundador e dirigente do Grupo Espírita da Bênção em Mário Campos (região metropolitana de Belo Horizonte) onde atua desde 1994, por orientação de Emmanuel/Chico Xavier.

Seminar:
EVOLUTION IN ZWEI WELTEN –DIE FLUGBAHN DES ATOMS ZUM ENGEL
mit Wagner Gomes da Paixão

Geboren in Belo Horizonte ist Wagner 46 Jahre alt. Den ersten Kontakt mit dem Spiritismus hatte er im Haus seiner Großtante in der Anwendung des Evangeliums. Danach begann er die Werke von Allan Kardec und von André Luiz zu studieren und integrierte die Forschung und wohltätigen Aktivitäten einiger Gruppen der Hauptstand von Minas Gerais. Nach Durchgabe seines ersten Werkes suchte er die Orientierung von Chico Xavier, der die Anwesenheit von Emmanuel in seinen mediumistischen Erfahrungen bestätigte und ihn der Spiritistischen Vereinigung von Minas Gerais anvertraute, um seine mediumistische Arbeit zu überwachen.
Er ist der Gründer und Leiter der Grupo Espírita da Bênçã in Mário Campos wo er seit 1994 wirkt unter der Führung von Emmanuel/Chico Xavier.

Gruppe S.E.E.L.E. e.V.
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14/07/2010

INSTRUMENTO PRECIOSO

corpo

É bastante comum se ouvir referências à busca da fortuna. Pensando assim, há os que agem com loucura e perdem os bens em jogos diversos, desejando possuir mais e mais.

Pensa-se em loterias e outras formas fáceis de angariar valores, porque todos desejam ter um grande tesouro.

Entretanto, para todos os que nascem na Terra, o Divino Pai concedeu um tesouro inestimável.

É o corpo físico. Carinhosamente concebido na intimidade da mulher, partindo de um ovo minúsculo, ele se transforma num complexo de sessenta trilhões de células quando adulto.

Dentre os tantos órgãos espetaculares que o compõem, o cérebro, e só ele, é formado por mais de setenta bilhões de neurônios.

Ele comanda todas as funções do organismo.

Se desejamos atravessar a rua, em um local onde não haja semáforo, olhamos para um lado e outro. Se verificamos que um carro aponta na rua, rapidamente é nosso cérebro que calcula, sem que nos demos conta, em fração de segundo, a distância do veículo, a distância que temos para atravessar e determina o ritmo do nosso passo ou nos diz que devemos aguardar a passagem do veículo.

Por se tratar de uma máquina e uma máquina muito especial, o corpo é dotado de um sistema de autorreparação.

Pede-nos repouso quando necessita, determinando o número de horas para a recuperação devida. Pede-nos combustível em forma de ar puro, alimento sadio, acionando mecanismos próprios.

Temos um estômago de tal forma disposto que, se sentimos fome e pensamos em comer uma pizza, logo o estômago se prepara para receber e realizar a digestão de uma pizza. Se, ao contrário, sentimos o aroma de um bife em preparo, todo ele se dispõe de forma diferente, ao ponto de sentirmos água na boca.

O sangue, que corre por todo o nosso organismo, viaja por quase cento e setenta mil quilômetros de artérias, veias e vasos para levar alimento a todas as células.

Tal instrumento valioso é forte, para vencer grandes lutas e desafios. Possui uma incrível elasticidade de adaptação. Ao mesmo tempo, se mostra frágil, podendo perecer e se decompor com rapidez.

Por isso mesmo, nos exige cuidados. Nutri-lo sem exageros. Vitalizá-lo com pensamentos dignos, elevados, para que ele não se impregne de toxinas que lhe minariam as energias e envenenariam as possibilidades vitais.

Respeitá-lo em público ou a sós, não o exibindo de forma vulgar, porque ele é a casa temporária do Espírito.

Utilizá-lo bem, permitindo-lhe longas caminhadas e exercícios físicos, que o ajudem a se manter em forma, contudo não o desgastando em noitadas de loucura.

Não o destruamos pelo vício de qualquer natureza, mesmo aqueles que a sociedade considera toleráveis, aceitáveis.

Sirvamo-nos dele de tal forma que nunca tenhamos de nos arrepender, quando a doença o atingir por nossa própria imprudência.

Um dia, quando o deixarmos na Terra, haveremos de agradecer a Deus pela dádiva que ele foi, pelo tanto que nos permitiu progredir, fazer e realizar.

Amemos, pois, esse instrumento Divino, e nos tornemos através dele, um ser de intensa luz, vivendo e aprendendo sempre.

*   *   *

O corpo é instrumento valioso que o Criador concede ao Espírito para lhe facilitar o progresso, pelos milênios afora.

Amar o corpo, respeitá-lo, usá-lo com sabedoria é o que nos compete.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 19 do livro Sendas luminosas, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

09/07/2010

TODOS SAO CAMINHOS

caminhos

“... Por que essa porta tão estreita, que é dada ao menor número
transpor, se a sorte da alma está lixada para sempre depois da morte? É assim que, com a unicidade da existência, se está incessantemente em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se amplia...”
(Capítulo 18, item 5.)

Também os caminhos inadequados que tomamos ao longo da vida são parte essencial de nossa educação. A cada tropeço é preciso aprender, levantar novamente e retornar à marcha.

Tudo o que sabemos hoje aprendemos com os acertos e erros do passado, e cada vez que desistimos de alguma coisa por medo de errar estamos nos privando da possibilidade de evoluir e viver.

A estrada por onde transitamos hoje é nossa via de crescimento espiritual e nos levará a entender melhor a vida, no contato com as múltiplas situações que contribuirão com o nosso potencial de progresso.

Devemos, no entanto, indagar de nós mesmos: “Será este realmente meu melhor caminho?”

Porventura é correta a senda por onde transito?”

É justa a observação e têm propósito nossas dúvidas; por isso, raciocinemos juntos:

Se Deus, perfeição suprema, nos criou com a probabilidade do engano, modelando-nos de tal forma que pudéssemos encontrar um dia a perfeição, é porque contava com nossos encontros e desencontros na jornada existencial.

Se nos gerou falíveis, não poderá exigir-nos comportamentos sempre irrepreensíveis, pois conhece nossas potencialidades e limites.

Se criaturas como nós aceitamos as falhas dos outros, por que o Criador em sua infinita compreensão não nos aceitaria como somos?

Pessoas não condenam seus bebês por eles não saber comer, falar e andar corretamente; por que espíritos ainda imaturos pagariam por atos e pensamentos que ainda não aprenderam a usar convenientemente, pela sua própria falta de madureza espiritual?

O que pensar da Bondade Divina, que permite que as almas escolham seu roteiro, de acordo com o livre-arbítrio, e depois cobrasse aquilo que elas ainda não adquiriram?

A Divindade é “Puro Amor” e sabe muito bem de nossos mananciais espirituais, mentais, psicológicos e físicos, ou seja, de nossa idade evolutiva, pois habita em nosso interior e sempre suaviza nossos caminhos.

Na justa sucessão de espaço e tempo, condizente com o nosso grau de visão espiritual, recebemos, por meio do fluxo divino, a onipresença, a onisciência e a onipotência do Criador em forma de “senso de rumo certo”, para trilharmos as rotas necessárias à ampliação de nossos sentimentos e conhecimentos.

Diz a máxima: “Não se colhem figos dos espinheiros”(1); ora, como impor metas sem levar em conta a capacidade de escolha e de discernimento dos indivíduos?

Efetivamente, nosso caminho é o melhor que podíamos escolher, porque em verdade optamos por ele, na época, segundo nosso nível de compreensão e de adiantamento.

Se, porém, achamos hoje que ele não é o mais adequado, não nos culpemos; simplesmente mudemos de direção, selecionando novas veredas.

A trilha que denominamos “errada” é aquela que nos possibilitou aprendizagem e o sentido do nosso “melhor”, pois sem o erro provavelmente não aprenderíamos com segurança a lição.

Nós mesmos é que nos provamos; a cada passo experimentamos situações e pessoas, e delas retiramos vantagens e ampliamos nosso modo de ver e sentir, a fim de crescermos naturalmente, desenvolvendo nossa consciência.

Ninguém nos condena, nós é que cremos no castigo e por isso nos autopunimos, provocando padecimento com nossos gestos mentais.

Aceitemos sem condenação todas as sendas que percorremos. Todas são válidas se lhes aproveitarmos os elementos educativos, porque, assim somadas, nos darão sabedoria para outras caminhadas mais felizes.

Mesmo aquelas trilhas que anotamos como caminhos do mal, não são excursões negativas de perdição perante a vida, mas somente equivocadas opções do nosso livre-arbítrio, que não deixam de ser reeducativas e compensatórias a longo prazo.

Cada um percorre a estrada certa no momento exato, de conformidade com seu estado de evolução. Tudo está certo, porque todos estamos nas mãos de Deus.

Lucas 6:44.

Do livro:    “Renovando Atitudes”                                                   Pelo Espírito Hammed - Psicografado por Francisco do Espírito Santo