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28/02/2010

HORA DE FÉ

montanhas

Não é por causa dos estudos e do progresso das ciências que os homens se tornam materialistas, mas por causa do orgulho e da vaidade. Isso afirma Kardec, em O Livro dos Espíritos, reproduzindo instruções espirituais, na questão 148. E, a seguir, comenta: “Por uma aberração da inteligência, há pessoas que não vêem nos seres orgânicos mais do que a ação da matéria, e a esta atribuem todos os nossos atos”.
Essa aberração da inteligência torna-se mais evidente em nossos dias. A diagnose de Kardec foi de absoluta precisão. No momento exato em que a cultura terrena perde as suas bases materiais e passa a girar na órbita do espírito – é absurdo, simples absurdo, lamentável prova da deformação da lógica pelo orgulho, a opção do materialismo. A matéria se desfez em energia, e, portanto, em vibração, nas mãos dos físicos; a descoberta da antimatéria revelou novo plano de vida; a Astronáutica abriu-nos a possibilidade de contato com outros mundos habitados; os materialistas foram surpreendidos com a possibilidade de ver e fotografar o corpo espiritual do homem, e puderam constatar que esse corpo não se destrói com a morte.
Quais os dados que esses avanços do conhecimento oferecem a favor da concepção materialista? Só uma aberração da inteligência, uma deformação da razão, pode levar alguém a deduzir, dessa enorme revolução científica, que o materialismo saiu vitorioso. Os próprios filósofos materialistas, como no caso de Bertrand Russell, viram-se obrigados a estranhos malabarismos aumentais para defender a sua concepção. Sartre, o filósofo do nada, perdeu popularidade em favor de Heidegger, até há pouco acusado de cair no misticismo.
É tolice dizer que o desenvolvimento atual das ciências favorece o materialismo. O próprio Einstein afirmou, bem antes desses avanços mais recentes: “O materialismo morreu por falta de matéria”. Quem opta pelo materialismo, nesta altura da evolução científica, revela falta de senso ou distúrbio do raciocínio. Seria o mesmo que Tomé dizer a Jesus ressuscitado: “Se toco as tuas chagas é porque não morreste”.
A tendência para o materialismo é ainda muito comum entre os jovens. “A juventude – disse Ingenieros – toca a rebate em toda renovação”. Os jovens trazem a missão de renovar o mundo e por isso lutam contra os princípios dominantes, rebelam-se contra os sistemas tradicionais. A luta da Ciência contra a Religião – o dogmatismo fideísta emperrando o progresso – mostra-lhes de que lado estão as forças renovadoras. Eles se alistam afoitamente desse lado. Mas o Espiritismo transformou esse quadro, revelando que a Ciência também pode frear o progresso. Os dogmas do materialismo científico são tão prejudiciais quanto os do fideísmo religioso. E os moços começam a compreender isso.
Temos de ajudar os jovens, mostrando-lhes que o Espiritismo não sofre dos prejuízos do dogmatismo fideísta ou do dogmatismo religioso. Temos de mostrar-lhes que a Ciência Espírita é hoje a posição de vanguarda. Mas para tanto é necessário desenvolvermos a Cultura Espírita, criando o clima adequado à compreensão da Doutrina em sua plenitude e não apenas no seu aspecto religioso.  Ai dos que tentam afastar os jovens do Cristo, subordinando-os à rotina dos velhos. O Espiritismo é a juventude do mundo, é a rebelião contra os erros do passado. Ele nos propõe uma hora de fé, mas de fé racional, de fé pelo saber.

Irmão Saulo
Do livro Diálogo dos Vivos. Espíritos Diversos.
Psicografia de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires

24/02/2010

A GRANDE TRANSICAO

Opera-se na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo.

O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura fisica e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral.

Isto porque os Espíritos que a habitam, ainda estagiando em faixas de inferioridade, estão sendo substituídos por outros mais elevados que a impulsionarão pelas trilhas do progresso moral, dando lugar a uma era nova de paz e de felicidade.

Os Espíritos renitentes na perversidade, nos desmandos, na sensualidade e vileza, estão sendo recambiados lentamente para mundos inferiores onde enfrentarão as consequências dos seus atos ignóbeis, assim renovando-se e predispondo-se ao retorno planetário, quando recuperados e decididos ao cumprimento das leis de amor.

Por outro lado, aqueles que pemaneceram nas regiões inferiores estão sendo trazidos à reencarnação, de modo a desfrutarem da oportunidade de trabalho e de aprendizado, modificando os hábitos infelizes a que se têm submetido, podendo avançar sob a governança de Deus.

Caso se oponham às exigências da evolução, também sofrerão um tipo de expurgo temporário para regiões primárias entre raças atrasadas, tendo o ensejo de serem úteis e de sofrerem os efeitos danosos da sua rebeldia.

Concomitantemente, Espíritos nobres, que conseguiram superar os impedimentos que os retinham na retaguarda, estarão chegando, a fim de promoverem o bem e alargarem os horizontes da felicidade humana, trabalhando infatigavelmente na reconstrução da sociedade então fiel aos desígnios divinos.

Da mesma forma, missionários do amor e da caridade, procedentes de outras Esferas, estarão revestindo-se da indumentária carnal, para tornar essa fase de luta iluminativa mais amena, proporcionando condições dignificantes que estimulem ao avanço e à felicidade.

Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos que já se vivem.

Os combates apresentam-se individuais e coletivos ameaçando de destruição a vida com hecatombes inimagináveis, como se a vida pudesse ser aniquilada...

A loucura, decorrente do materialismo dos indivíduos, atira-os nos abismos da violência e da insensatez, ampliando o campo do desespero que se alarga em todas as direções.

Esfacelam-se os lares, desorganizam-se os relacionamentos afetivos, desestruturam-se as instituições, as oficinas de trabalho convertem-se em áreas de competição desleal, as ruas do mundo transformam-se em campos de lutas perversas, levando de roldão os sentimentos de solidariedade e de respeito, de amor e de caridade...

A turbulência vence a paz, o conflito domina o amor, a luta desigual substitui a fraternidade.

... Mas essas ocorrências são apenas o começo da grande transição

***

A fatalidade da existência humana é a conquista do amor que proporciona plenitude.

Há, em toda parte, uma destinação inevitável, que expressa a ordem universal e a presença de uma Consciência Cósmica atenuante.

A rebeldia, que predomina no comportamento humano, elegeu a violência como instrumento para conseguir o prazer que lhe não chega de maneira espontânea, gerando lamentáveis consequências, que se avolumam em desaires contínuos.

É inevitável a colheita da sementeira por aquele que a fez, tornando-se rico de grãos bençoados ou de espículos venenosos.

Como as leis da Vida não podem ser derrogadas, toda objeção que se lhe faz converte-se em aflição, impedindo a conquista do bem-estar.

Da mesma forma, como o progresso é inevitável, o que não seja conquistado através do dever, sê-lo-á pelos impositivos estruturais de que o mesmo se constitui.

A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto.

Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios do bem-estar e da harmonia emocional.

Na mente está a chave para que seja operada a grande mudança. Quando se tem domínio sobre ela, os pensamentos podem ser canalizados em sentido edificante, dando lugar a palavras corretas e a atos dignos.

O indivíduo que se renova moralmente contribui de forma segura para as alterações que se vêm operando no planeta.

Não é necessário que o turbilhão dos sofrimentos gerais o sensibilize, a fim de que possa contribuir eficazmente com os Espíritos que operam em favor da grande transição.

Dispondo das ferramentas morais do enobrecimento, torna-se cooperador eficiente, em razão de trabalhar junto ao seu próximo pela mudança de convicção em torno dos objetivos existenciais, ao tempo em que se transforma num exemplo de alegria e de felicidade para todos.

O bem fascina todos aqueles que o observam e atrai todos quantos se encontram distantes da sua ação, o mesmo ocorrendo com a alegria e a saúde.

São eles que proporcionam o maior contágio de que se tem notícia e não as manifestações aberrantes e afligentes que parecem arrastar as multidões. Como escasseiam os exemplos de júbilo, multiplicam-se os de desespero, logo ultrapassados pelos programas de sensibilização emocional para a plenitude.

A grande transição prossegue, e porque se faz necessária, a única alternativa é examinar-lhe a maneira como se apresenta e cooperar para que as sombras que se adensam no mundo sejam diminuídas pelo sol da imortalidade.

Nenhum receio deve ser cultivado, porque, mesmo que ocorra a morte, esse fenômeno natural é veículo da vida que se manifestará em outra dimensão.

***

A vida sempre responde conforme as indagações morais que lhe são dirigidas.

As aguardadas mudanças que se vêm operando trazem uma ainda não valorizada contribuição, que é a erradicação do sofrimento das paisagens espirituais da Terra.

Enquanto viceje o mal no mundo, o ser humano torna-se-lhe a vítima preferida, em face do egoísmo em que estorcega, apenas por eleição especial.

A dor momentânea que o fere convida-o, por outro lado, à observância das necessidades imperiosas de seguir a correnteza do amor no rumo do oceano da paz.

Logo passado o período de aflição, chegará o de harmonia.

Até lá, que todos o investimentos sejam de bondade e de ternura, de abnegação e de irrestrita confiança em Deus.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de de 2006, na cidade do Rio de Janeiro/ RJ, publicada na revista "Reformador", Ano 125/Março de 2007/N. 2.136).

21/02/2010

AVALIE A SI MESMO

 eu

UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
O que é reformar? (literal)

É restituir ou restabelecer à organização primitiva.
O que é transformação? (literal)

É o ato ou efeito de transformar ou de ser transformado. É uma alteração, modificação ou uma mudança de uma forma em outra. Pode ser uma evolução ou mutação mais ou menos lenta de qualquer coisa.
O que é modificação? (literal)

É o ato ou efeito de transformar. É mudança no modo de ser de qualquer coisa. É transformação de uma coisa sem prejuízo da essência.
O que é alteração? (literal)

É o ato ou efeito de modificar o estado normal de alguma coisa. Pode ser também, o ato de decompor, ou degenerar alguma coisa.
Assim, adotamos a palavra transformação por achá-la mais adequada ao que se refere às mudanças comportamentais.

TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA
O QUE É TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA?

É um processo contínuo de auto-análise, de conhecimento de nossa intimidade espiritual, libertando-nos de nossas imperfeições e permitindo-nos atingir o domínio de nós mesmos.

O QUE PODEMOS FAZER PARA NOS TRANSFORMARMOS INTIMAMENTE?

Podem-se e devem-se substituir nossos defeitos como, por exemplo, o Egoísmo ou Personalismo, o Orgulho, a Inveja, o Ciúme, a Agressividade, a Maledicência e a Intolerância por virtudes, tais como Humildade, Caridade, Resignação, Sensatez, Generosidade, Afabilidade, Tolerância, Perdão, etc.

QUANTO TEMPO PODERÁ LEVAR PARA QUE TAIS MUDANÇAS OCORRAM?
O tempo não importa o que importa é o esforço contínuo que se faz para atingir a Transformação Íntima. (“Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que emprega para domar as suas más inclinações”. Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XVII, Sede Perfeitos). Não se trata de esforço físico, mas de firme contenção de espírito, de um empenho que não sofra excessiva solução de continuidade. "Excessiva", porque, na verdade, também não podemos estar "continuamente" empenhados na transformação de nós mesmos.
Deve haver, isto sim, uma persistência de propósito, e a esta persistência chama esforço. Em outras palavras, não é bom sintoma abandonar uma atividade ou desviar a energia para um curso mais fácil de ação, ao primeiro sinal de dificuldade. A referência do esforço é nesse sentido: continuidade, persistência em face das dificuldades. Mesmo que no dia a dia dê a impressão de que não houve nenhuma mudança, não se deve desanimar nem abandonar o propósito da transformação. Por isso devemos dizer que este esforço é para a vida toda. Estudar o Evangelho de Jesus, ouvir sugestões de pessoas experientes, assistir conferências, ler artigos e livros referentes a este assunto nos levará a conhecer ainda mais, e assim nos auxiliar na identificação dos defeitos que nos afetam em cada situação da vida e aprender aos poucos a prática das virtudes que irão substituí-los.

COMO FAZER?
O Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para a nossa Transformação Íntima, e Santo Agostinho em resposta à q. 919ª de O Livro dos Espíritos nos oferece uma excelente receita para isto:
“Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não a podereis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça.
Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto estes nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.
Perscrute, conseguintemente, a sua consciência, aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.
Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna
Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a idéia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma.”
Temos a tendência natural de sempre justificar nossos defeitos com racionalismos. São artimanhas e tramas inconscientes. Portanto, procuremos conhecer a fundo esses defeitos em todas as suas particularidades, e em como eles nos afetam, localizando as ocasiões em que estamos mais vulneráveis à sua manifestação. Procuremos então nos afastar desses procedimentos e buscar ferramentas adequadas para substituí-los em nosso comportamento.
Veja estas sugestões de Benjamin Franklin em sua Autobiografia, tais como escreveu e na ordem que lhes deu:

Temperança – Não coma até o embotamento; não beba até a exaltação.
Silêncio – Não fale sem proveito para os outros ou para si mesmo; evite a conversação fútil.
Ordem - Tenha um lugar para cada coisa; que cada parte do trabalho tenha seu tempo certo.
Resolução – Resolva executar aquilo que deve; execute sem falta o que resolve.
Frugalidade – Não faça despesa sem proveito para os outros ou para si mesmo; ou seja, nada desperdice
Diligência – Não perca tempo; esteja sempre ocupado em algo útil; dispense toda atividade desnecessária.
Sinceridade – Não use de artifícios enganosos; pense de maneira reta e justa, e, quando falar, fale de acordo.
Justiça – A ninguém prejudique por mau juízo, ou pela omissão de benefícios que são dever.
Moderação – Evite extremos; não nutra ressentimentos por injúrias recebidas tanto quanto julga que o merecem os injuriantes.
Asseio – Não tolere falta de asseio no corpo, no vestuário, ou na habitação.
Tranqüilidade – Não se perturbe por coisas triviais, acidentes comuns ou inevitáveis.
Castidade – Evite a prática sexual sem ser para a saúde ou procriação; nunca chegue ao abuso que o enfraqueça, nem prejudique a sua própria saúde, ou a paz de espírito ou reputação de outrem.
Humildade – Imite Jesus e Sócrates. .

A IMPORTÂNCIA DAS QUEDAS
Um ponto importante é que precisamos contar com as quedas, até que cresçamos espiritualmente, afinal somos como crianças aprendendo a andar, e são as quedas que fortalecem nossa vontade, e nos ensinam a ter persistência.
Somos aquilo que conseguimos realizar e não aquilo que prometemos. Através das quedas aprendemos mais sobre nós mesmos e podemos aperfeiçoar o modo de evitá-las. Mas se cairmos porque nos falta vontade de acertar estaremos no caminho descendente e, de queda em queda, nos enfraqueceremos.
A criança aprende a andar porque está determinada a fazê-lo. Então, não desanimemos nunca, levantemo-nos logo e sigamos em frente com tranqüilidade, sem nos martirizarmos, com conhecimento de causa, na firme determinação de não mais errarmos.

CONCLUSÃO
A cada minuto de nossa vida, antes de iniciar qualquer ação, façamos este exercício de nos perguntarmos sempre:

Isto que estou fazendo agora seria bem aceito por Deus ou pela minha consciência?
Se for, o procedimento é correto; se não for devemos descontinuar imediatamente o que iriamos fazer e não pensar mais nisso.
“Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.
Dirigi, pois, a vós, mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?
Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.” - (SANTO AGOSTINHO in O Livro dos Espíritos, q 919a)

A auto-análise permite que alinhemos as nossas ações e pensamentos na direção das correções que necessitamos realizar, para que ajustemos os nossos atos de acordo com os ensinamentos do Mestre, tanto com relação a Deus como em relação ao nosso próximo.
Através do esforço próprio e de exercícios repetidos em direção às boas causas, sedimentaremos em nós o próprio Bem.
Este processo é árduo, assim necessitaremos de muita coragem, perseverança e determinação para o realizarmos. Deus assiste e auxilia sempre, mas precisamos fazer a nossa parte se desejamos verdadeiramente melhorar.

Invistamos em nosso interior e procuremos melhorar nosso espírito eterno, transformando o que esta sociedade transitória estabeleceu como "normal" para nós. Lutemos o bom combate e não a luta mesquinha dos materialistas. A humanidade continuará ainda por muitos séculos como é agora, mas nós, que já estamos disposto às mudanças de atitude, que já sentimos o amor ensinado pela Doutrina Espírita, que já estamos conscientes da realização de nossa evolução espiritual, que já começamos a compreender as palavras de nosso grande Mestre (Jesus), podemos fazer a nossa pequena parte vivendo a solidariedade no mais alto grau que é a caridade e realizar a transformação no íntimo de cada um, fazendo a Alquimia moderna de transformar chumbo em ouro.
Referências:
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
Reforma íntima (artigo) - Paulo Antonio Ferreira - http://home.ism.com.br/~pauloaf/
Manual Prático do Espírita de Ney Prieto Peres, da Editora Pensamento.
Fundamentos da Reforma Íntima - Abel Glaser pelo Espírito Caibar Schutel, da Editora O Clarim.
Reforma Íntima (artigo) - João Batista Armani - http://www.espirito.org.br/portal/palestras/diversos/reforma-intima.html  

Escreve: Elio Mollo
Colaborou no desenvolvimento ortográfico deste texto Maria Luiza Palhas

18/02/2010

OBRA DE CHICO XAVIER VIRA FILME

O livro Nosso Lar, psicografado pelo medium Chico Xavier, uma das figuras mais importantes do espiritismo no Brasil, virou filme, com previsão de lançamento no circuito nacional ainda este ano, em 03 de setembro. Nosso Lar é considerado best-seller, com mais de dois milhões de cópias vendidas.

Com distribuição da Fox Film do Brasil, a produção teve locações no Rio de Janeiro e Brasília, com as últimas cenas feitas em um sítio da zona oeste do Rio.  Após oito semanas de filmagens realizadas no ano passado, o longa  entrou em fase de pós-produção no Canadá. Cerca de 90% das cenas têm algum tipo de efeito especial, que contou com a ajuda na equipe do diretor de fotografia Ueli Steiger (10.000 A.C, Godzilla, O Dia Depois de Amanhã)  e do Supervisor de Efeitos Especiais Lev Kolobov (Everybody´s Fine, Babel, Fonte da Vida), da empresa canadense Intelligent Creatures (A Caçada, Sentinela, Babel e Watchmen).

No elenco, estão Paulo Goulart, Othon Bastos, Ana Rosa, Werner Schunneman, Rosane Mulholand e Renato Prieto, ator que ficou em cartaz no teatro com a peça de mesmo nome, por mais de 10 anos.

Publicado originalmente em 1942 e traduzido para mais de 15 idiomas, Nosso Lar narra a trajetória de um médico pelo mundo espiritual até ser acolhido na cidade de mesmo nome do título, onde ele interage com espiritos de luz e observa suas práticas de cura.

O filme NOSSO LAR, será também legendado em alemão e estará presente no festival de Berlin.

http://www.youtube.com/user/NossoLarOFilme

16/02/2010

A VISITA DA VERDADE

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Certa feita, disse o Mestre que só a Verdade fará livre o homem; e, talvez porque lhe não pudesse apreender, de imediato, a vastíssima extensão da afirmativa, perguntou-lhe Pedro, no culto doméstico:
-- Senhor, que é a Verdade?
Jesus fixou no rosto enigmática expressão e respondeu:
-- A Verdade total é a Luz Divina total; entretanto, o homem ainda está longe de suportar-lhe a sublime fulguração.
Reparando, porém, que o pescador continuava faminto de esclarecimentos novos, o Amigo Celeste meditou alguns minutos e falou:
-- Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira, demorava-se certo devoto, implorando o socorro divino. Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira, sentir-se o melhor de todos.

Reclamava contra o ambiente fétido em que se achava.

O ar empestado sufocava-o -- dizia ele em gritos comoventes.

Pedia uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio do dia claro.

Afirmava-se robusto, apto, aproveitável.

Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso? Chorava e bradava, não ocultando aflições e exigências.

Que razões o obrigavam a viver naquela atmosfera insuportável?
Notando Nosso Pai que aquele filho formulava súplicas incessantes, entre a revolta e a amargura, profundamente compadecido enviou-lhe a Fé.

A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a persistir na oração.
O infeliz consolou-se, de algum modo, mas, a breve tempo, voltou a lamuriar.
Queria fugir ao monturo e, como se lhe aumentassem as lágrimas, o Todo-Poderoso mandou-lhe a Esperança.

A emissária afagou-lhe a fronte suarenta e falou-lhe da eternidade da vida, buscando secar-lhe o pranto desesperado.

Para isso, rogou-lhe calma, resignação, fortaleza.
O pobre pareceu melhorar, mas, decorridas algumas horas, retomou a lamentação.

Não podia respirar -- clamava, em desalento.
Condoído, determinou o Senhor que a Caridade o procurasse.

A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o, endereçando-lhe palavras de carinho, qual se lhe fora abnegada

.Todavia, porque o mísero prosseguisse gritando, revoltado, o Pai Compassivo enviou-lhe a Verdade.

Quando a portadora de esclarecimento se fez sentir na forma de uma grande luz, o infortunado, então, viu-se tal qual era e apavorou-se.

Seu corpo era um conjunto monstruoso de chagas pustulentas da cabeça aos pés e, agora, percebia, espantado, que ele mesmo era o autor da atmosfera intolerável em que vivia.

O pobre tremeu cambaleante, e, notando que a Verdade serena lhe abria a porta da libertação, horrorizou-se de si mesmo; sem coragem de cogitar da própria cura, longe de encarar a visitadora, frente a frente, para aprender a limpar-se e a purificar-se, fugiu, espavorido, em busca de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então reconhecia.

O Mestre fez longa pausa e terminou:
-- Assim ocorre com a maioria dos homens, perante a realidade.

Sentem-se com direito à recepção de todas as bênçãos do Eterno e gritam fortemente, implorando a ajuda celestial.

Enquanto amparados pela Fé, pela Esperança ou pela Caridade, consolam-se e desconsolam-se, crêem e descrêem, tímidos, irritadiços e hesitantes; todavia, quando a Verdade brilha diante deles, revelando-lhes a condição em que se encontram, costumam fugir, apressados, em busca de esconderijos tenebrosos, dentro dos quais possam cultivar a ilusão.

Livro JESUS NO LAR

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

DITADO PELO ESPÍRITO NEIO LÚCIO

15/02/2010

EMMANUEL FALA SOBRE CARNAVAL

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Nenhum espírito equilibrado em face do bom senso, que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada que adormece as consciências, nas festas carnavalescas.

É lamentável que, na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza entre as sociedades que se pavoneiam com o título de civilização. Enquanto os trabalhos e as dores abençoadas, geralmente incompreendidos pelos homens, lhes burilam o caráter e os sentimentos, prodigalizando-lhes os benefícios inapreciáveis do progresso espiritual, a licenciosidade desses dias prejudiciais opera, nas almas indecisas e necessitadas do amparo moral dos outros espíritos mais esclarecidos, a revivescência de animalidades que só os longos aprendizados fazem desaparecer.

Há nesses momentos de indisciplina sentimental o largo acesso das forças da treva nos corações e, às vezes, toda uma existência não basta para realizar os reparos precisos de uma hora de insânia e de esquecimento do dever.

Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidade e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem e se intensifiquem o olvido de obrigações sagradas por parte das almas cuja evolução depende do cumprimento austero dos deveres sociais e divinos.

Ação altamente meritória seria a de empregar todas as verbas consumidas em semelhantes festejos, na assistência social aos necessitados de um pão e de um carinho.

Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. Por que protelar essa ação necessária das forças conjuntas dos que se preocupam com os problemas nobres da vida, a fim de que se transforme o supérfluo na migalha abençoada de pão e de carinho que será a esperança dos que choram e sofrem? Que os nossos irmãos espíritas compreendam semelhantes objetivos de nossas despretensiosas opiniões, colaborando conosco, dentro das suas possibilidades, para que possamos reconstruir e reedificar os costumes para o bem de todas as almas.

É incontestável que a sociedade pode, com o seu livre-arbítrio coletivo, exibir superfluidades e luxos nababescos, mas, enquanto houver um mendigo abandonado junto de seu fastígio e de sua grandeza, ela só poderá fornecer com isso um eloqüente atestado de sua miséria moral.


Emmanuel
Psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier em Julho de 1939 / Revista Internacional de Espiritismo, Janeiro de 2001.

13/02/2010

O CARNAVAL NA VISAO ESPIRITA

 

Carnaval é tempo de festa ou reflexão?

Muitos espíritas ingenuamente julgam que a participação nas festas carnavalescas não acarreta nenhum mal a integridade psico-espiritual. E de fato não haveria prejuízo se todos brincassem num clima sadio, de legitima confraternização. Infelizmente, porém, a realidade é bem diferente. O Espiritismo esclarece que a humanidade está o tempo todo em companhia de legiões de seres invisíveis recebendo boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que se encontre cada indivíduo. Essa massa de espíritos inferiores aumenta consideravelmente nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval.
Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis.
O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. A folia já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava Bacanalia; na velha Roma dos Césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, foi chamada de Saturnalia onde nessas ocasiões se sacrificava uma vítima humana.
Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta: o que de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos. Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo, que vê o corpo e a matéria com inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento.
Mas, do mesmo modo como se pode ser facilmente dominado pelos maus espíritos quando sintonizados na mesma freqüência de pensamento, também se obtém pelo mesmo processo o concurso dos bons, aqueles que agem a favor dos indivíduos em nome de Jesus. Para isso, basta estar predisposto a suas orientações, atentos ao aviso de "orar e vigiar" que o Cristo deixou há dois mil anos, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a prática da caridade desinteressada.
Como o imperativo maior dos espíritos é a Lei de Evolução, um dia todas essas manifestações ruidosas que marcam o estágio de inferioridade tendem a desaparecer da Terra. Em seu lugar, então, deve predominar a alegria pura, a jovialidade, a satisfação com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade.
Por maior que seja a fé de um ser diante de festas como o Carnaval, os riscos de contrariedades e aborrecimentos são muito grandes e para isso é preciso redobrar a vigilância pois como disse o apóstolo Paulo: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém."
site: www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo1099.html  Autor:   Texto editado da Revista Visão Espírita.   “O Espírita e o Carnaval” de Pedro Fegundes Azevedo

11/02/2010

AMA E SERVE

flor

A grandeza do amor repousa invariavelmente na conjugação do verbo servir.

Sem atividade incessante no bem, não conseguiremos derramar os valores do coração.

A própria natureza é um livro aberto nesse sentido.

Tudo, em torno de nós, é um cântico de trabalho em doações da Eterna Bondade que se evidencia no mundo, de mil modos diferentes em cada instante de nossa vida...

Por amar, em nome do Pai Misericordioso,

serve o sol, sustentando todas as criaturas;

serve o chão, nutrindo a sementeira;

serve a nuvem, criando a chuva benéfica;

serve o vento, a serviço de abençoadas fecundações;

serve a árvore, para que o bem-estar do homem

se consolide;

serve a flor, preparando a colheita;

serve a fonte, socorrendo a terra necessitada;

serve a pedra, garantindo a segurança do lar;

serve o pássaro, cooperando com o lavrador;

serve o mar, serve o rio, serve o adubo, serve o fogo...

Forças de Deus amparando a Humanidade ajudam em silêncio, sem retribuição e sem queixa...

Tudo porque o Divino Amor é devotamento, carinho, providência, abnegação...

Se desejas partilhar o concerto das bênçãos divinas, ama e serve, sem cogitar de ser amado e sem a expectação de ver-se servido...

Quem ama realmente nada pede, nada reclama, nada exige e nada procura senão a alegria do objeto amado, para que o amor se estenda, a multiplicar-se, soberano e sem fim.

Enquanto esperas o manto ilusório das considerações humanas, teu amor sofre a vizinhança da vaidade.

Enquanto aguardas a compreensão dos outros, o teu amor experimenta a inquietante aproximação do egoísmo...

Ama simplesmente.

Ajuda sem paga.

Dá sem reclamação.

Auxilia sem exigência.

E, servindo cada vez mais, serás um dia surpreendido, em pleno campo de trabalho, pelo Divino Servidor que te converterá com a sua luz em nova luz para a Terra e para os Céus.                Emmanuel

Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

10/02/2010

O LIVRO DOS MÉDIUNS

mediunidade

Demonstra as conseqüências morais e filosóficas decorrentes das relações entre o mundo material e espiritual. 
Assim como O Livro dos Espíritos teve uma edição inicial de contato, ampliada definitivamente na segunda edição, também O Livro dos Médiuns foi precedido de um pequeno volume intitulado Instruções Práticas Sobre as
Manifestações Espíritas. Publicado em 1858 esse pequeno volume foi substituído, em janeiro de 1861, pela primeira edição de O Livro dos Médiuns.
A presente tradução foi feita da segunda edição, lançada por Didier & Cia. em 1862, sob revisão pessoal de Kardec: "com o concurso dos Espíritos e acrescida de grande número de novas instruções", como se lê no original francês. Foi essa a edição definitiva. 
Com a preparação deste livro, Kardec considerou o Instruções Práticas superado. Seu desejo era que os espíritas estudassem mais a fundo o problema mediúnico, não ficando apenas nas informações iniciais daquele pequeno volume. Etretanto, 65 anos mais tarde, em 1923, Jean Meyer, que então presidia a Casa dos Espíritas, em Paris, achou conveniente lançar nova edição do Instruções Práticas. Essa edição despertou, no Brasil, o interesse de Cairbar Schutel, que depois dos necessários entendimentos com Meyer lançou entre nós, pela sua modesta e heróica editora de Matão, Estado de
São Paulo, a primeira tradução brasileira da obra. Nova edição foi lançada em 1968 pela Casa Editora O Clarim, a mesma de Schutel, como parte das comemorações do primeiro centenário do nascimento de seu fundador.
Instruções Práticas se impôs novamente ao meio espírita como um livro necessário, em virtude do seu caráter de síntese. 
Apresentado por Kardec como continuação de O Livro dos Espíritos, este livro foi também considerado por ele como em grande parte obra deles, o que se pode verificar na Introdução. Os Espíritos o reviram, modificaram,
acrescentando-lhe um número muito grande de observações e instruções do mais alto interesse. É o segundo volume da Codificação do Espiritismo e,
como assinala Kardec, desenvolve a parte prática da doutrina. Por isso mesmo é o livro básico da Ciência Espírita, um tratado de mediunidade indispensável a todos os que se interessam pela boa realização de trabalhos mediúnicos e pelo desenvolvimento das pesquisas espíritas. 
A tese fundamental deste livro é a existência do perispírito ou corpo energético dos Espíritos, elemento de ligação do espírito ao corpo material. Essa ligação, de tipo energético ou vibratório, é o princípio da mediunidade. Assim como o nosso espírito anima o nosso corpo através do perispírito, constituído em vida o que chamamos alma, os demais Espíritos, de mortos ou de vivos, podem influenciá-lo. Em sintonia com o nosso espírito podem mesmo utilizar-se de nosso corpo para as suas manifestações. Dessa maneira, a mediunidade é uma condição natural do homem, uma faculdade geral da espécie humana, que se revela em dois campos paralelos de fenômenos: os anímicos, decorrentes das atividades do nosso próprio espírito fora do condicionamento orgânico; e os espíritas, decorrentes das relações naturais do nosso espírito com outros Espíritos.
 
(José Herculano Pires, na introdução de O Livro dos Médiuns, edições Lake)

08/02/2010

O TRÍPLICE ASPECTO DA DOUTRINA ESPÍRITA

espiritismo

No preâmbulo do livro "O QUE É O ESPIRITISMO", Allan Kardec definiu o Espiritismo como sendo:

"uma ciência que trata da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o mundo corporal" (Kardec [8])

E destacando os aspectos que constituem a doutrina dos espíritos, acrescenta o Codificador:

"O Espiritismo é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas conseqüências morais que decorrem dessas relações" (Kardec [8])

Essa definição nos mostra que o alcance do Espiritismo é bem mais amplo do que podemos imaginar. Analisando com maior cuidado a seqüência de trabalhos seguida pelo Codificador, perceberemos que esta abrangência se justifica. Inicialmente, Kardec lançou mão da sonda da investigação para poder comprovar a veracidade dos fatos (ciência); em seguida, percebendo que poderia extrair conteúdo mais nobre daqueles fenômenos, formulou questões de elevado teor filosófico (filosofia); na seqüência, retomando as pesquisas científicas constatou que aquelas verdades, trazidas sob a coordenação dos espíritos superiores estavam entrelaçadas a conseqüências morais-religiosas para o Homem (religião).

A Doutrina Espírita vinha abalar os alicerces milenares do misticismo, da intolerância, da fé dogmática, do materialismo científico, e era preciso que sua autoridade tivesse apoio na verdade da revelação divina e nas provas dos fatos, a fim de que não pudesse ser honestamente contestada nos seus princípios básicos. (Barbosa [2])

Desta forma, a Doutrina Espírita precisa ser estudada e compreendida em seu tríplice aspecto, a fim de se evitar que ocorram distorções, comuns em todo corpo de conhecimento, visto que cada um de nós tendemos a interpretar as coisas da maneira que mais nos convém, mais nos agrada ou que nossas experiências pessoais permitem.

O ESPIRITISMO FILOSÓFICO

O Espiritismo é uma doutrina essencialmente filosófica. Analisando a natureza humana, algumas questões vêm atravessando séculos e civilizações :

  • existe Deus ?
  • de onde viemos ?
  • para onde vamos ?
  • por que estamos na Terra ?
  • por que e para que tanta luta ?
  • existe vida após a morte ?
  • se existe, o homem é feliz ou infeliz após a morte ?

O aspecto filosófico do Espiritismo ocupa-se com a finalidade da vida e com a destinação da alma. Mostra-nos através de um racioínio lógico que fomos todos criados simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento e sem moral desenvolvida, e que através de vidas sucessivas caminhamos para a nossa destinação que é a felicidade.

"O objetivo da evolução, a razão de ser da vida, não é a felicidade terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio de trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nós tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste" (Denis [4])

A medida que a alma se eleva, vai acumulando saber e virtude. A rapidez com que vamos adquirindo tal evolução, contudo, varia de espírito para espírito, desde que cada um utiliza o seu livre-arbítrio para traçar o seu próprio caminho.

O ESPIRITISMO CIENTÍFICO

Ocupa-se essencialmente com os fenômenos espíritas, isto é, os fenômenos produzidos por espíritos. É positivo e experimental como a ciência do mundo, mas não se perde hipóteses metafísicas, nem muito menos abandona a investigação pelo simples fato de os fenômenos não poderem ser repetidos a qualquer hora ou em qualquer lugar.

Observando e analisando os fenômenos mediúnicos e anímicos, o Espiritismo utiliza-se do método analítico ou indutivo. Seu objetivo de estudo é a existência do Espírito, a sua sobrevivência a morte física e a sua volta ao mundo material, fato esse denominado de reencarnação. Não descarta, porém, a influência da mente sobre o corpo e pondera que essa influência é perfeitamente possível depois que o espírito retorna ao mundo espiritual, desde que há um elemento de natureza intermediária entre os dois mundos. Descortina, então, o perispírito, o seu papel como mediador plástico entre o Espírito e o corpo físico.

"Revestimento temporário, imprescindível à encarnação e à reencarnação, é tanto mais denso ou sutil, quanto evoluído seja o Espírito que dela se utiliza. Também considerado como corpo astral, exterioriza-se através e além do envoltório carnal, irradiando-se como energia específica ou aura" (Ângelis [1])

A ciência espírita tem, portanto, a finalidade da comprovação, da consolidação da realidade do espírito. Atraiu sempre para as suas lides homens notáveis, compromissados apenas com a verdade.

"As grandes vozes dos Crookes, dos Wallaces, dos Zölners, proclamou que, do exame positivo dos fenômenos espíritas resulta claramente a convição de que a alma é imortal e que não só ela não morre, mas também pode manifestra-se aos humanos, por meio de leis ainda pouco conhecidas que regem a matéria imponderável" (Delanne [3])

"O Espiritismo e a Ciência se completam um pelo outro; a Ciência, sem o Espiritismo, se acha impossibilitada de explicar certos fenômenos, unicamente pelas leis da matéria; o Espiritismo, sem a a Ciência, ficaria sem apoio e exame." (Kardec [7])

O ESPIRITISMO RELIGIOSO

O aspecto religioso fundamenta-se em Jesus, conforme se lê na questão 625 de O Livro dos Espíritos :

625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para, lhe servir de guia e modelo ? "Jesus" (Kardec [6])

A idéia de religião está comumente ligada a uma organização sacerdotal, culto instituído, práticas rituais, dogmas e crendices. O Espiritismo "prega" a fé raciocinada, sem misticismos e segredos iniciáticos, na forma integral e consciente de conduta humana diante do criador (Barbosa [2]), tendo como lema "fora da caridade não há salvação."

Desta forma, o Espiritismo estimula o homem à pratica da bondade, da fraternidade, do altruismo, da humildade, do trabalho incessante em prol da felicidade do nosso próximo.

Com a Doutrina Espírita

"o Espírito voltou a ser conceituado e tido na sua legítima acepção, demonstrando, pela insofismável linguagem dos fatos, a realidade, em rigoroso apelo ao pensamento e à razão, no sentido de fazer ressurgir a ética religiosa do Cristianismo. Através desse renascimento cristão, opõe-se uma barreira ao materialismo e aponta-se ao que sofre o infinito horizonte do amanhã ditoso que espera após vencidas as dificuldades do momento, superadas as limitações, espírito que é, em marcha na direção da verdade" (Ângelis [1])

"O Espiritismo, longe de ser um adversário da religião, é uma poderosa alavanca para o erguimento desta em todas as consciências, pois não só a sua filosofia ricamente consoladora, como os fatos que vêm reforçar sua veracidade, o atesta exuberantemente, sem que até agora pudessem ter sido contestados." (LOURENÇO [5])

Allan Kardec, em discurso na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, afirmou, conforme a Revista Espírita de dezembro de 1868 :

"O Espiritismo é uma religião e nós nos ufanamos disso"

E na V parte da conclusão de O Livro dos Espíritos, afirma o mestre lionês :

"O Espiritismo é forte porque assenta sobre as próprias bases da religião: Deus, a alma, as penas e as recompensas futuras; sobretudo, porque mostra que essas penas e recompensas são corolários naturais da vida terrestre, e ainda, porque, no quadro que apresenta no futuro, nada há que a razão mais exigente possa recusar" (Kardec [6])

Grupo Berlinense de Estudos e Divulgação da Doutrina Espírita ("BSÖS")

Imagem fotolog: http://ranje.fotoblog.uol.com.br/

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • [1] ÂNGELIS, J., "Estudos Espíritas", psicog. Divaldo Pereira Franco, Ed. Feb, 4a. edição, 1987.
  • [2] BARBOSA, P. F., "Espiritismo Básico", Ed. Feb, edição, 1986.
  • [3] DELANNE, G., "O Fenômeno Espírita", Ed. Feb, 5a. edição, 1990.
  • [4] DENIS, L., "O problema do ser, do destino e da dor", Ed. Feb, 17a. edição, 1993.
  • [5] LOURENÇO, S., "Conceitos de Cairbar Schutel", Ed. O Clarim, 1a. edição, 1991.
  • [6] KARDEC, A., "O Livro dos Espíritos", Ed. Feb, 66a. edição, 1987.
  • [7] KARDEC, A., "A Gênese", Ed. Feb, 30a. edição, 1987.
  • [8] KARDEC, A., "O que é o Espiritismo", Instituto de Difusão Espírita, 28a. edição, 1993.
  • [9] PERALVA, M., "Estudando a mediunidade", 15ª edição, FEB, 1956.

06/02/2010

O LIVRO DOS ESPIRITOS

livro dos espiritos

Obra de caráter filosófico. É considerado a espinha dorsal do Espiritismo, já que todas as outras obras partem de seus princípios.
Com este livro, a 18 de Abril de 1857, raiou para o mundo a era espírita. Nele se cumpria a promessa evangélica do Consolador, do Paracleto ou Espírito de Verdade. Dizer isso equivale a afirmar que "O Livro dos Espíritos" é o código de uma nova fase da evolução humana. E é ex atamente essa a sua posição na história do pensamento. Este não é um livro comum, que se pode ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente. 
Sobre este livro se ergue todo um edifício: o da Doutrina Espírita. Ela é a pedra fundamental do Espiritismo, o seu marco inicial. O Espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo.
Antes deste livro não havia Espiritismo e nem mesmo esta palavra existia.
Falava-se em Espiritualismo e Neo-Espiritualismo, de maneira geral, vaga e nebulosa. Os fatos espíritas, que sempre existiram, eram interpretados das mais diversas maneiras. Mas, depois que Kardec o lançou à publicidade, "contendo os princípios da doutrina espírita", uma nova luz brilhou nos horizontes mentais do mundo. 
Há uma sequência histórica que não podemos esquecer ao tomar este livro nas mãos. Quando o mundo se preparava para sair do caos das civilizações primitivas, apareceu Moisés, como o condutor de um povo destinado a traçar as linhas de um novo mundo e de suas mãos surgiu a Bíblia. Não foi Moisés quem a escreveu, mas foi ele o motivo central dessa primeira codificação do
novo ciclo de revelações: o cristão. Mais tarde, quando a influência bíblica já havia modelado um povo, e quando este povo já se dispersava por todo o mundo gentio, espalhando a nova lei, apareceu Jesus: e das suas palavras, recolhidas pelos discípulos, surgiu o Evangelho. 
A Bíblia é a codificação da primeira revelação cristã, o código hebraico em que se fundiram os princípios sagrados e as grandes lendas religiosas dos povos antigos. A grande síntese dos esforços da antiguidade em direção ao espírito. Não é de admirar que se apresente muitas vezes assustadora e contraditória, para o homem moderno. O Evangelho é a codificação da
segunda revelação cristã, a que brilha no centro da tríade dessas revelações, tendo na figura do Cristo o sol que ilumina as duas outras, que lança a sua luz sobre o passado e o futuro, estabelecendo entre ambos a conexão necessária. Mas assim como, na Bíblia, já se anunciava o Evangelho, também neste aparecia a predição de um novo código, o do Espírito de
Verdade, como se vê em João, XIV. E o novo código surgiu pelas mãos de Allan Kardec, sob a orientação do Espírito de Verdade, no momento exato em que o mundo se preparava para entrar numa fase superior do seu desenvolvimento. 
Hegel, em suas lições de estética, mostra-nos as criações monstruosas da arte oriental, - figuras gigantescas, de duas cabeças e muitos braços e pernas, e outras formas diversas, - como a primeira tentativa do Belo para
dominar a matéria e conseguir exprimir-se através dela. A matéria grosseira resiste à força do ideal, desfigurando-o nas suas representações. Mas acaba
sendo dominada, e então aparecem no mundo as formas equilibradas e harmoniosas da arte clássica. Atingido, porém, o máximo de equilíbrio possível, o Belo mesmo rompe esse equilíbrio, nas formas românticas e
modernas da arte, procurando superar o seu instrumento material, para melhor e mais livremente se exprimir. Essa grandiosa teoria hegeliana nos parece perfeitamente aplicável ao processo das revelações cristãs: das formas incongruentes a aterradoras da Bíblia, passamos ao equilíbrio clássico do Evangelho e, deste, à libertação espiritual de "O Livro dos Espíritos". 
Cada fase da evolução humana se encerra com uma síntese conceptual de todas as suas realizações. A Bíblia é a síntese da antiguidade, como o Evangelho é a síntese do mundo greco-romano-judaico, e "O Livro dos
Espíritos" a do mundo moderno. Mas cada síntese não traz em si tão somente os resultados da evolução realizada, porque encerra também os germes do futuro. E na síntese evangélica temos de considerar, sobretudo, a presença do Messias, como uma intervenção direta do Alto para a reorientação do pensamento terreno. É graças a essa intervenção que os princípios evangélicos passam diretamente, sem necessidade de
readaptações ou modificações, em sua pureza primitiva, para as páginas deste livro, como as vigas mestras da edificação da nova era.
 
(José Herculano Pires, na introdução de O Livro dos Espíritos)

04/02/2010

A FRAGILIDADE HUMANA

FRAGILIDADE_AZUL

O livro Boa nova, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, contém a narrativa de várias passagens evangélicas.Alguns pequenos trechos do Evangelho ali são explicitados e desenvolvidos, de modo muito tocante. Uma das narrativas é sobre a negação de Pedro.Consta que, na última ceia, Jesus disse que sua hora se aproximava e que, no momento supremo, os discípulos se dispersariam.

Pedro desejou saber aonde o Mestre iria.Afirmou que poderia segui-lo em qualquer situação, a custo da própria vida.Jesus retrucou que, antes do galo cantar, naquela mesma noite, Pedro o negaria três vezes.Pedro sentiu-se ofendido e indagou se o Mestre o considerava mau e endurecido a tal ponto.       Jesus disse não o considerar mau ou ingrato.        Mas, que naquela mesma noite, ele aprenderia que o homem no mundo é mais frágil do que perverso.  Logo mais o Messias foi preso e os Apóstolos debandaram.Pedro começou a refletir sobre possíveis modos de salvar seu Mestre.                            Percebeu que a situação política era muito ruim.    As massas estavam sendo insufladas e acusavam Jesus de feiticeiro, traidor e herético.                                O apóstolo experimentou um grande frio no coração.Pensou nos familiares que dele dependiam, em todos os seus deveres de homem e nos castigos a que se sujeitaria, se afrontasse as convenções de Jerusalém.                                                          Nisso, uma mulher lhe perguntou se era um dos companheiros do profeta recentemente preso.      Pedro negou com veemência, tomado de forte emoção. Tentou justificar-se perante a própria consciência, sob a alegação de que precisava permanecer livre para salvar Jesus.                           Foi novamente abordado, desta vez, por um homem que lhe perguntou se tinha vindo socorrer seu Mestre.Pedro disse nunca ter considerado o preso como mestre.                                               Finalmente, um soldado o acusou diretamente de ser discípulo do Nazareno.                                         Pela terceira vez, Pedro negou com veemência.    Nesse instante, os galos começaram a cantar.        Pedro recordou as palavras do Cristo e tomou-se de infinita angústia.                                               Olhou para o lado em que ficavam as celas e viu o Mestre a contemplá-lo serenamente por entre as grades.                                                                  Sentiu profunda vergonha de seu comportamento, afastou-se de todos e começou a chorar.              Recordou sua vida e o modo ríspido com que sempre condenara os transviados ao longo do tempo.    Pensou que nunca conseguira perdoar as mulheres infelizes.Abatido sob o peso de sua própria falta, começou a compreender as experiências dolorosas dos irmãos de Humanidade.Desabrochou em seu íntimo nova consideração pelos infortunados do Mundo.Desejou ardentemente ajoelhar-se perante Jesus e suplicar-lhe perdão.Nisso, sentiu em Espírito a presença confortadora do Mestre.

E recordou que este lhe dissera:

Pedro, o homem do mundo é mais frágil do que perverso.

* * *

Procure ter isso em mente, em suas relações com os semelhantes:Todos os homens são frágeis, inclusive você.Não lhe convém fazer um juízo severo do próximo, se você também não suporta um olhar atento sobre suas fraquezas.Perante os equívocos alheios, não vista a toga de severíssimo juiz. Apresente-se antes como um irmão compreensivo e generoso, a fim de também merecer tratamento generoso, quando errar.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.  XXVI do livro Boa nova, do Espírito Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier

02/02/2010

OBSESSAO E DISTÚRBIOS FISICOPSÍQUICOS

          

          obsessao

Conforme a definição de Allan Kardec, em a Gênese, no capítulo XIV, item 45, "Chama-se obsessão à ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais."

Esta influência pode ser de uma espírito desencarnado sobre um encarnado, de um desencarnado sobre outro desencarnado, de um encarnado sobre um desencarnado, de um encarnado sobre outro encarnado e até mesmo uma auto-obsessão.

Em todos os casos, encontramos o pensamento como base destes processos, ocorrendo geralmente a vinculação de duas ou mais mentes. Estas vinculações mentais podem ocorrerem por laços do passado, através de sentimentos de ódio e vingança, por interdependência emocional, por domínio de forças com fins destrutivos ou mesmo por simples afinidade moral.

A obsessão é o pior mal da humanidade, sendo a causa de diversos acidentes, homicídios, suicídios, guerras, doenças mentais e físicas. Ainda o homem não conseguiu dimensionar esta questão tão importante, que continua gerando situações graves e problemáticas, principalmente porque se estrutura na própria intimidade do indivíduo, a nossa natureza moral. Enquanto não alcançarmos a evangelização de nossas almas haverá sempre um terreno propício a esta patologia fisicopsíquica.

O assunto é muito amplo e complexo, para não estendermos muito o presente artigo nos deteremos mais no objetivo de relacionar a obsessão com as doenças físicas e psíquicas.

A espiritualidade nos informa que estamos em constante intercâmbio de energias mentais de diversas naturezas, onde cada onda mental produz um teor vibratório específico, carregado com os elementos internos daquele que o emitiu: seus desejos, sentimentos e idéias.

Esses pensamentos podem serem balsamisantes ou venenosos, alegres ou tristes, salutares ou prejudiciais, altruístas ou egoístas, amorosos ou rancorosos, construtivos ou destrutivos, refletindo sempre o nosso estado espiritual.

A partir da nossa vida mental (nossas leituras, diálogos, idéias, objetivos, mentalizações, emoções, etc.), sintonizamos com outras mentes afins e passamos a nos alimentar com o mesmo tipo de plasma mental que conscientemente ou insconscientemente atraímos.

Estas ondas e formas mentais que gravitam em torno da nossa personalidade, formam uma atmosfera psíquica que respiramos e que nos acompanha constantemente, a qual chamamos de aura. A aura é nosso cartão de visita, por ela os espíritos enxergam a natureza dos nossos pensamentos e se sentem atraídos pela lei de afinidade e sintonia.

Quando temos um pensamento constante, persistente, criamos uma fixação mental ou monoideismo. Fica fácil para os espíritos perscrutarem a nossa alma e identificarem os nosso vícios e tendências que ficam cristalizadas em nossas mentes através da fixação mental. Identificando os nossos pontos fracos, os nossos irmãos obsessores passam a nos assediar, estimulando as nossas fraquezas.

Estas ondas mentais que gravitam em torno do nosso psiquismo, acaba atingindo as nossas células, gerando lesões estruturais e funcionais conforme o teor, intensidade e freqüência destes pensamentos.

Estas lesões celulares, determinam diversas patologias, conforme o órgão afetado, acompanhado do desajuste emocional e espiritual subjacente.

Encontramos lesões encefálicas com sintomas psíquicos, cardiopatias diversas, infecções respiratórias, doenças auto-imunes, distúrbio ciculatório, desequilíbrio hormonal, diversos tipos de câncer, entre muitas outras doenças, que nada mais são que reflexos da constante ação deletéria dos espíritos vinculados à nossas mentes e ao nosso organismo físico.

Em alguns casos, encontramos o obsidiado vinculado vigorosamente ao seu passado pelos sentimentos de culpa, remorso e medo, a se manifestarem por complexos de inferioridade, favorecendo a instalação do processo obsessivo. Personalidades frágeis, acabam aceitando as "cobranças" feitas pelos espírtitos obsessores. Certos desequilíbrios afetivos e emocionais, acabam evoluindo para quadros mais severos de neuroses ou psicoses pela influenciação obsessiva.

A obsessão é uma síndrome que envolve as questões emocionais e físicas.

No livro de André Luiz, Missionários da Luz, o instrutor Alexandre afirma: "- Assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual pode absorver elementos de degradação que lhe corroem os centros de força, com reflexos sobre as células materiais.

Se a mente da criatura encarnada ainda não atingiu a disciplina das emoções, se alimenta paixões que a desarmonizam com a realidade, pode, a qualquer momento, intoxicar-se com as emissões mentais daqueles com quem convive e que se encontrem no mesmo estado de desequilíbrio.

Às vezes, semelhantes absorções constituem simples fenômeno sem maior importância; todavia, em muitos casos, são suscetíveis de ocasionar perigosos desastres orgânicos. Isto acontece, mormente quando os interessados não têm vida de oração, cuja influência benéfica pode anular inúmeros males."

Em outro trecho, Alexandre, assevera: "... o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas. È por este motivo que as obsessões, quase sempre, se acompanham de característicos muito dolorosos. As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo."

É preciso termos em mente que o obsidiado é um enfermo representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano, exigindo um tratamento que atinja os dois planos da vida.

É necessário evangelizar o encarnado, para que este evangelizado evangelize os seus acompanhantes. Muitos destes processos obsessivos, seguem os envolvidos por muitas encarnações, onde, geralmente, a suposta vítima é o algoz do passado.

A partir desta visão fica evidente a complexidade da questão, exigindo uma identificação de todas os fatores necessários ao tratamento da obsessão e não apenas a visão circunscrita do corpo terrestre.

Nem sempre, com o afastamento do obsessor, alcançaremos a cura do indivíduo. A evangelização do espírito desencarnado e o seu conseqüente afastamento não determina que o encarnado tenha assimilado a lição da reforma íntima e nem sempre significa a extinção da dívida.

Em outros casos, em função do tempo muito longo da atuação obsessiva sobre o organismo físico, este acaba sofrendo lesões profundas e irreversíveis, embora passíveis de melhora.

Afastado o espírito, permanece o reflexo da ação no corpo físico, exigindo o acompanhamento da medicina terrena. Infelizmente, ainda encontramos companheiros espíritas, que fazem promessas de cura sem ponderarem na gravidade e complexidade da situação.

Nosso abnegado Bezerra de Menezes, nos alerta sobre este cuidado, afirmando que muitos encarnados após o seu desencarne vem cobrar as promessas de saúde e cura que não se concretizaram.

Kardec, no livro A Gênese, orienta que "...A uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral preciso é se contraponha uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, fortifica-se o corpo; para garanti-la contra a obsessão, tem-se que fortalecer a alma...".

Precisamos de uma vontade firme para a auto-educação, na disciplina de si mesmo. Se não despertarmos para as realidades da situação e usarmos as armas da resistência, dificilmente superaremos as cristalizações mentais que afetam a nossa individualidade.

Em todos os acontecimentos desta espécie, não se pode prescindir da adesão dos interessados diretos da cura, valendo-se do auxílio exterior que lhe é prestado pelos encarnados e espíritos amigos.

Nos casos em o indivíduo perde o domínio de si próprio, juntamente com o auxílio médico, façamos uso da prece intercessória, da fluidoterapia e dos trabalhos de evangelização do desencarnados, como apoio para a sua melhora, reconhecendo que em muitos casos o processo de cura prosseguirá no plano espiritual e por outras encarnações.

Como resumo desta temática e orientação profilática da obsessão, transcreveremos alguns apontamentos dados por Manoel Philomeno de Miranda no livro Nos Bastidores da Obsessão, psicografado por Divaldo Pereira Franco:

"O pensamento é sempre o dínamo vigoroso que emite ondas e que registra vibrações, em intercâmbio ininterrupto nas diversas faixas que circulam a Terra.

Mentes viciadas e em tormento, não poucas vezes escravas da monoideia obsessiva, sincronizam com outras mentes desprevenidas e ociosas, gerando pressão devastadora.

Muitos processos graves de alienação mental têm início quando os seres constrangidos por essa força possuidora, ao invés de a repelirem, acalentam-lhe os miasmas pertinazes que determinam por assenhorar-se do campo em que se espalham.

Nos diversos problemas obsessivos, há que examiná-los para selecionar os que procedem do continente da alma encarnada e os que se vinculam aos quadros aflitivos do mundo espiritual.

Em qualquer hipótese, no entanto, as diretivas clarificantes da mensagem de Jesus são rotas e veículos de luz libertadora para ensejar a uns e outros, obsidiados e obsessores, os meios de superação.

A prece é uma lâmpada acesa no coração, clareando os escaninhos da alma.

Muitos cristãos modernos, todavia, descurando do serviço da prece, justificam a negligência com aparente cansaço, como se a oração não se constituísse igualmente em repouso e refazimento, oferecendo clima de paz e ensejo de renovação interior.

Mente em vibração freqüente com outras mentes em vibração produz, nos centros pensantes de quem não está afeito ao cultivo das experiências psíquicas de ordem superior, lamentáveis processos de obsessão que, lentamente, se transformam em soezes enfermidades que minam o organismo até o aniquilamento.

A princípio, como mensagem invasora, a influência sobre as telas mentais do incauto é a idéia negativa não percebida. Só mais tarde, quando as impressões vigorosas se fixam como panoramas íntimos de difícil eliminação, é que o invigilante procura o benefício dos medicamentos de resultados inócuos.

Atribulado com as necessidades imperiosas do "dia-a-dia", o homem desatento deixa-se empolgar pela instabilidade emocional, franqueando as resistências fisio-psíquicas às vergastadas da perturbação espiritual.

Assim, faz-se imprescindível o exercício da prece mental e habitual para fortalecer as fulgurações psíquicas que visitam o cérebro, constituindo a vida normal propícia à propagação do pensamento excelso.

Resguarde-se, portanto, e, firmado no ideal sublime com que o Espiritismo honra os seus dias, alce-se ao amor, trabalhando infatigavelmente pelo bem de todos, com o coração no socorro e a mente em Jesus-Cristo, comungando com as Esferas Mais Altas, onde você sorverá forças para vencer todas as agressões de que for vítima, e sentirá que, orando e ajudando, a paz continuará com você."

Dr. Gilson Luis Roberto
(gilson@amergs.com.br)
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