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24/08/2011

O “NADA” E A “SORTE” EXPLICAM O UNIVERSO?

 

universo

A cada desvendar científico sobre o infinito Cosmo, assinala-se a certeza de que o Universo oferece enigmas maiores e mais profundos sobre sua verdadeira essência, transtornando a inteligência acadêmica. Se analisarmos, com serenidade, a rica história da evolução da Física, descobriremos que já houve diversos momentos em que se imaginou ter ela (a pesquisa científica) se esgotado, ou seja, nada mais havendo que desvendar.

No final do Século XIX, Kelvin, o Pai da Termodinâmica, foi peremptório na sua afirmação: "acabou!" Já se sabia como estudar o movimento, a eletricidade e o magnetismo, e ele acreditava que nada havia além daquilo que já se conhecia. Porém, logo depois descobriram o átomo, o elétron e, já no começo do século XX, Einstein desenvolveu a Teoria da Relatividade.(1)
Atualmente, o misterioso bóson de Higgs(2), tipo de partícula decisiva no estudo da física quântica, chamada de “partícula da criação”, ou “partícula de Deus”, que supostamente transformou matéria dispersa em estrelas e planetas nos primórdios do universo, continua incógnito para os  cientistas. Alguns estudiosos acreditam que a emblemática "partícula” surja em 2012. O Grande Colisor de Hádrons (acelerador de partículas), um projeto de 10 bilhões de dólares, inaugurado em 2008, com o objetivo de "recriar" o Big Bang, a maior máquina construída da Terra, já realizou mais de 70 milhões de colisões de partículas, contudo nenhuma delas foi capaz de identificar o bóson de Higgs.
A descoberta da "partícula de Deus" poderia completar os elementos essenciais do chamado Modelo Clássico da física, derivado da faina de Albert Einstein e seus herdeiros no começo do século 20, e que abriu caminho para a "nova física". Nesse norte quase metafísico da física os cientistas já conseguiram capturar átomos de antimatéria por mais de 16 minutos. A antimatéria é um dos grandes mistérios ainda não completamente explicados pelas teorias modernas da ciência.
Por definição, a ant imatéria é idêntica à matéria, a não ser pelo fato de possuir carga oposta - por isso, as duas se aniquilam no momento em que entram em contato. A teoria atual indica que durante o Big Bang matéria e antimatéria teriam se formado em quantidades iguais. Se elas tivessem se aniquilado, nosso universo material não existiria. Então, o que ocorreu? Mistérios que a ciência não consegue responder.
Será que descartando a existência de Deus o Universo explica o Universo? Irrisão! Há cientistas famosos que nem sob dor profunda se eximem da prepotência materialista e continuam negando a existência do Criador.
É o caso do astrofísico Stephen William Hawking, considerado um dos mais brilhantes cientistas modernos, que afirmou não existir razão para evocar Deus a fim de explicar a criação do Universo. No livro de sua autoria intitul ado Uma Breve História do Tempo, Stephen Hawking assegura que "há um modelo que descreve a origem do Universo. Isso significa que existe um conjunto de equações que descrevem seu surgimento, mas, essa não é a questão fundamental. O crucial é saber de onde vêm essas equações, de onde vêm as leis da Física, que ajudam a explicar o Universo.” Stephen reiterou sua opinião de que tudo se resume à sorte - “sorte(?!)” O astrofísico declarou que a ciência prevê que muitos universos podem ser criados espontaneamente do nada - “nada”(?!), e que é questão de sorte - “sorte”(?!) em qual deles estamos.
Stephen, com 70 anos de idade, passou a maior parte da vida na iminência da desencarnação. Aos 20 anos foi diagnosticado com uma esclerose lateral amiotrófica, uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, que o obrigou a utilizar uma cad eira de rodas e um aparelho para a fala. Mesmo sob o jugo da decomposição muscular, que poderia diminuir-lhe a morféia da vaidade, Stephen Hawking não aprendeu a apequenar-se sem perder altura, infelizmente! De caráter bisonho, infectado de insensata vaidade, encharcado por um endeusamento acadêmico, discorre sobre a “sorte” para explicar o Universo. É deplorável tanta criancice espiritual!
Como nem todo pesquisador é néscio, vale citar um livro de significativa importância científica, intitulado A Partícula de Deus, publicado nos Estados Unidos, do físico Leon Lederman, ganhador do Prêmio Nobel, em 1988, defendendo a tese de que Deus existe e está na origem de todas as coisas. O desempenho de investigação do físico holandês, Willem B. Drees, autor do livro Além do Big Bang - Cosmologia Quântica e Deus - comprova com nitidez que há um empenho crescente pela investigação científica, fundamentado na certeza da existência de Deus.
Na análise sobre o Criador do Universo, topamos com o atestado lógico e cientificamente provado sobre a Sua essência, quando concluímos que tudo aquilo que não é obra do homem, logicamente, tem que ser obra de Deus, consoante elucidam os Espíritos, há mais de 150 anos. O físico americano Paul Davies, no seu livro intitulado Deus e a Nova Física, afirma categoricamente que o Universo foi desenhado por uma inteligente consciência cósmica. E finalmente, para martírio do obtuso Stephen Hawking, queira ele ou não, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. E ponto final!    Jorge Hessen 
www.jorgehessen.net
Nota:
(1) Muitos historiadores e físicos atribuem a criação da famosa fórmula que explica a relação entre massa e energia ao físico italiano Olinto De Pretto, que, segundo especulações, desenvolveu a fórmula dois anos antes que Albert Einstein, e que teria previsto o seu uso para fins bélicos e catastróficos, como o desenvolvimento de bombas atômicas. Apesar disso, foi Einstein o primeiro a dar corpo à teoria, juntando os diversos fatos até então desconexos e os interpretando corretamente.
(2) Homenagem ao nome do físico britânico Peter Higgs, que afirmou ser esse foi o agente que transformou em massa a matéria expelida pelo Big Bang há 13,7 bilhões de anos, permitindo assim o surgimento da vida material

22/08/2011

MORTE: VISãO ESPÍRITA E DE OUTRAS RELIGIõES

morte

Você sabe qual é a visão que outras religiões possuem sobre o fenômeno morte? Será que existem semelhanças com a visão espírita? E o que pensa o Espiritismo sobre a morte? Esses são os assuntos que vamos tratar neste texto.

O Catolicismo e a Morte

A recompensa máxima esperada pelo fiel católico é a salvação de sua alma, que após a morte adentrará o Paraíso e lá gozará de descanso eterno, junto de Deus Pai, dos santos e de Jesus Cristo.

No caso de um cristão morrer com algumas "contas em aberto" com o plano celestial, ele terá de fazer acertos – que talvez incluam uma passagem pelo Purgatório, espécie de reino intermediário onde a alma será submetida a uma série de suplícios e penitências, a fim de se purificar. A intensidade dos castigos e o período de permanência nesse estágio vão depender do tipo de vida que a pessoa levou na Terra. Mas o grande castigo mesmo é a condenação da alma à perdição eterna, que acontece no Inferno. É para lá que, de acordo com os preceitos católicos, são conduzidos os pecadores renitentes. Um suplício e tanto, que jamais se acaba e inclui o convívio com Satanás, o senhor das trevas e a personificação de todo o Mal. 

O Judaísmo e a Morte

O entendimento dos conceitos de corpo, alma e espírito no Judaísmo varia conforme as épocas e as diversas seitas judaicas. O conjunto dos livros sagrados (Tanach) não faz uma distinção teológica destes, usando o termo que geralmente é traduzido como alma (néfesh) para se referir à vida, e o termo geralmente traduzido como espírito (ruakh) para se referir a fôlego. Deste modo, as interpretações dos diversos grupos são muitas vezes conflitantes, e muitos estudiosos preferem não discorrer sobre o tema.

O conjunto dos livros sagrados (Tanach), excetuando alguns pontos poéticos e controversos, jamais faz referência a uma vida além da morte, nem a um céu ou inferno, pelo que os saduceus posteriormente rejeitavam estas doutrinas. Porém, após o exílio em Babilônia, os judeus assimilaram as doutrinas da imortalidade da alma, da ressurreição e do juízo final, e as constituíram em importante ensino por parte dos fariseus.

Nas atuais correntes do Judaísmo, as afirmações sobre o que acontece após a morte são postulados e não afirmações, e varia-se a interpretação dada ao que ocorre na morte e se existe ou não ressurreição. A maioria das correntes crê em uma ressurreição no mundo vindouro, enquanto outra parcela do Judaísmo crê na reencarnação, e o sentido do que seja ressurreição ou reencarnação varia de acordo com a ramificação.

O Hinduísmo e a Morte

O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas do mundo, engloba as mais antigas crenças religiosas. A visão hindu de vida após a morte é a ideia de reencarnação. A ideia de que a vida na Terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos compõe o capítulo dessa religião. Toda pessoa reencarna cada vez que morre. Contudo, se levar uma vida voltada para o bem, à risca, ela pode libertar-se dessa cadeia cíclica. Diferentemente de outras religiões, o Hinduísmo não tem fundador, credo fixo, nem organização de espécie alguma. Para todos os hindus a suprema autoridade são os quatro Vedas: Rig-Veda, Sama-Veda, Yojur-Veda e Atharva-Veda.

O nascimento e a morte seriam uma mudança de cenário para a alma. A alma nunca se modifica, é a essência intacta do ser. Apenas a roupa que ela está usando (o escafandro) é quem morre e, depois da morte, ela recebe um novo corpo para habitar na existência material. Quando a alma, após muitos nascimentos dentro desta existência material, entra em contato com um santo verdadeiro (Sad-Guru), ela pode desenvolver a fé no caminho da autorrealização e começar seu retorno ao mundo transcendental de Deus. Lá, a alma poderá viver em plena eternidade. Chama-se de Vaikuntha esse plano. As crenças e cultos de antigas populações do vale do rio Indo e dos Arianos formaram as bases do Hinduísmo. 

O Islamismo e a Morte

Antes de Maomé iniciar sua pregação, os povos Árabes (e nisto estão englobados não só os povos da península Arábica, mas também os Sírios e os Mesopotâmicos), estavam entregues a diversas religiões. Uma característica comum a boa parte, senão a todos desses cultos, era o politeísmo. Acompanhava essa tendência politeísta um fenômeno de intenso "profetismo", ou seja, a cada dia surgiam mais e mais profetas que pregavam alguma nova doutrina, ou mesmo a vinda de um messias. É curioso notar que em boa parte desses cultos havia uma divindade comum que, em muitas ocasiões, se sobrepunha às demais. Essa divindade era Allah. Sendo assim, é perfeitamente explicável que Maomé, por influências judaico-cristãs, tenha aceitado o monoteísmo e, assim sendo, associou como figura divina o nome do principal deus que conhecia, ou seja, Allah. Dessa forma, Allah não era para Maomé apenas mais um deus, mas sim o Deus.

Entre alguns costumes banidos pelo Islã está o de chorar, lamentar e demonstrar pesar excessivo pelos mortos. Os ensinamentos do Islamismo sobre a morte é de que ela não é a aniquilação do indivíduo, que o elimina da existência, e sim uma passagem de uma vida para outra, e, por mais que se possa lamentar, nada trará os mortos de volta à vida ou modificará o decreto de Deus. Aquele que crê deve receber a morte do mesmo modo como recebe qualquer outra calamidade que possa atingi-lo, com paciência e dignidade, repetindo o versículo alcorânico: “Somos de Deus e a Ele retornaremos”.

O Protestantismo e a Morte

No século 16, um padre alemão chamado Martinho Lutero iniciou um movimento de reforma religiosa que culminaria num cisma, ou seja, numa divisão no seio da Igreja Católica. Foi assim que surgiram outras igrejas, igualmente cristãs, mas não ligadas ao Papado.

Lutero e os outros reformistas desejavam que a Igreja Cristã voltasse ao que eles chamavam de "pureza primitiva". A mediação da Igreja e dos Santos deixaria de existir, prevalecendo então a ligação direta entre Deus e a Humanidade. É por isso que, nas igrejas protestantes, não vemos imagens de santos nem temos o culto a Virgem Maria, mãe de Jesus.

Os protestantes creem que a Bíblia é a única fonte da revelação especial de Deus à Humanidade, e, como tal, ela ensina a nós tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado.

Os protestantes creem que, baseados na fé apenas em Cristo, os crentes são justificados por Deus, quando todos os seus pecados são pagos por Cristo na cruz e Sua justiça é a eles imputada. Os protestantes creem que por sermos justificados por Cristo apenas, e que a justiça de Cristo é a nós imputada, quando morremos iremos direto para o céu para estarmos na presença do Senhor. 

O Budismo e a Morte

No Budismo, a palavra "morte" significa "o que vai nascer". Porque o que morre no mundo material, na verdade está nascendo no mundo espiritual. Depois de passar para o mundo espiritual, onde vive durante um período que pode variar de alguns anos a dezenas, centenas ou mesmo milhares de anos, o ser humano renasce no mundo físico. Durante o curso de sua vida terrena, ou à medida que vai executando as suas tarefas, o homem acumula – de modo consciente ou inconsciente – impurezas e máculas em seu corpo espiritual. Quando as doenças ou a velhice deterioraram o seu corpo físico, impedindo-o de cumprir as suas tarefas, ele abandona o corpo e volta para o mundo espiritual.

Quando a alma ingressa no mundo espiritual, começa, geralmente, a ser purificada de suas máculas. Dependendo da quantidade de suas nuvens, ela viverá num plano mais alto ou mais baixo do mundo espiritual. A quantidade de máculas também irá determinar se o período de purificação será longo ou curto. Esse período pode variar de alguns poucos anos a centenas e milhares de anos. E quando o Espírito está purificado até um certo grau, renasce por ordem de Deus.

O Espiritismo e a Morte

A visão espírita é semelhante, em muitos pontos, à visão budista, mas possui diferenças marcantes que a distinguem desse pensamento de origem oriental. Primeiro, o Espiritismo considera que a morte não é o fim da vida, mas apenas do corpo físico, que, na verdade, passa pelo processo de desagregação molecular, retornando seus elementos à natureza. Assim, todo ser humano é uma alma, e quando desencarna, passa a ser chamado de Espírito.

O Espírito continua a viver, mantendo sua identidade através do perispírito (corpo espiritual), e também sua personalidade, pois deve assumir as consequências do bem e do mal que praticou quando na Terra. Os Espíritos vivem no mundo (ou dimensão) espiritual, onde prosseguem seus aprendizados, vinculam-se ao desenvolvimento de diversos serviços, aguardando o momento oportuno para reencarnar. O tempo de permanência no mundo espiritual é muito variável, pois depende das necessidades do Espírito.

O mundo espiritual é dinâmico, com colônias (ou cidades), postos avançados de socorro e muito mais, do qual podemos fazer uma ideia olhando a própria organização social humana, que é cópia imperfeita da realidade espiritual.

Tudo isso é regido pela lei de evolução, conforme desígnio de Deus, e o Espírito poderá ter aqui na Terra tantas reencarnações quanto o necessário, até que esteja intelectualmente e moralmente preparado para reencarnar num mundo mais adiantado. Quando chegar ao estado de perfeição, ou puro Espírito, ele não precisará mais reencarnar, e estará em ligação direta com o Criador, trabalhando pelo bem e o progresso dos seus irmãos, assim como codirigindo a vida universal.

Ainda o Espiritismo estabelece que as dimensões espiritual e material interagem, se interpenetram, e após a morte o Espírito pode estabelecer comunicação com os chamados vivos, ou seja, com aqueles que continuam encarnados, isso através da chamada mediunidade, da qual muitas pessoas são dotadas em maior ou menor grau.

Conclusão

O pensamento espírita sobre a morte difere muito do pensamento das doutrinas do Catolicismo, do Judaísmo, do Hinduísmo, do Islamismo e do Protestantismo. É mais racional e lógico. E difere do pensamento do Budismo, por não ser, o pensamento espírita, místico.

Recomendamos aos nossos leitores o estudo de duas obras espíritas de máxima importância sobre o assunto: “O Livro dos Espíritos” e “O Céu e o Inferno”, ambas de Allan Kardec, que aprofundam o tema e descortinam uma nova visão sobre a vida e a morte.http://www.oconsolador.com.br/ano5/223/especial.html

16/08/2011

MEDIUNIDADE AUDITIVA

A mediunidade auditiva nos trabalhos espíritas

kardec

A Doutrina Espírita ensina que os “espíritos imperfeitos” ouvem e enxergam como os encarnados devido a sua evolução. Diferente dos Espíritos Superiores que de forma mais sutil percebem mentalmente o que pensam outros espíritos e seres humanos.

Em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, no capítulo X, questão 138, ele esclarece que “os meios de comunicação são muito variados. [...] podem se manifestar à visão nas aparições, ao toque pelas impressões tangíveis, ocultas e invisíveis, à audição pelos ruídos [...]”.

No item nº 65 do mesmo livro, na parte que fala de médiuns “audientes”, diz Kardec: “Eles ouvem a voz dos Espíritos. Algumas vezes é uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior; de outras vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, entrar em conversação com os Espíritos”.

Nem sempre apenas os bons espíritos se comunicam com os médiuns, pois sendo eles despojados da densa matéria é mais fácil tentar se fazer presente a um médium. Quando os menos esclarecidos começam a importunar, a desobsessão é o melhor caminho onde este espírito será encaminhado a um tratamento ou se por livre arbítrio não desejar, será afastado daquele ambiente, do convívio do médium, que deve sempre manter a oração e a vigília dos pensamentos pra que não o atraia novamente, assim como outros afins.

O médium Chico Xavier possuía uma mediunidade que o permitia ouvir todos os tipos de espíritos. Uns queriam importuná-lo outros enviar mensagens aos familiares e, muitos desses espíritos estavam vagando em busca de um rumo, às vezes sem aceitar a nova condição, sem o corpo.

Nas casas espíritas é comum médiuns dirigentes serem orientados durante o trabalho pelos espíritos. Estas orientações podem acontecer por intuição, caso o médium tenha a faculdade de ouvir e/ou dialogar no mesmo instante com ele.

Segundo a Doutrina Espírita, a mediunidade nunca deve ser utilizada para obter recursos próprios, nem fazer dela uma profissão. Pessoas que ouvem vozes, vêem vultos, têm alguma outra faculdade mediúnica, porém desconhecem o espiritismo, devem educar esta mediunidade frequentando um curso de doutrina, ou escola de médiuns, para que seja orientada a controlar sua mediunidade e trabalhar em prol do bem usufruindo dela.

Estudos mostram que a espiritualidade pode retirar do médium a faculdade que a ele foi confiada se houver um desrespeito e uso mal intencionado da mesma, pois a mediunidade é uma oportunidade permitida por Deus para o trabalho sério e disciplinado a fim de colaborar na evolução do próximo e de si mesmo.http://www.radioboanova.com.br/novo/noticia.php?NOTCODIGO=540

15/08/2011

Visão Espírita do Dia dos Pais

Dia dos Pais - Conheça a visão espírita da paternidade

O Dia dos Pais teve origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão para o Dia dos Pais com mensagens em que desejava sorte, saúde e longa vida ao seu pai.

Em 1909, a data surgiu nos Estados Unidos por Sonora Luise1 motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. O interesse pela data difundiu-se da cidade de Spokane para todo o Estado de Washington e daí tornou-se uma festa nacional, oficializada em 1972 pelo então presidente Richard Nixon, sendo comemorada sempre no terceiro domingo do mês de junho.

No Brasil, o Dia dos Pais surgiu em meados da década de 50, pelo publicitário Sylvio Bhering2 celebrada inicialmente no dia 28 de fevereiro, dia em que comemora-se o dia de São Joaquim, patriarca da família e, segundo a tradição da igreja católica, também o Dia do Padrinho. Atualmente, o Dia dos Pais é comemorado sempre no segundo domingo do mês de agosto.

A Paternidade

Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Parte Segunda – Capítulo 10 - "Ocupações e missões dos espíritos", encontramos a seguinte explicação sobre a paternidade:

582 - Pode se considerar como missão a paternidade?

"É, sem dúvida, uma missão, e é ao mesmo tempo um dever muito grande que obriga, mais que o homem pensa, sua responsabilidade diante do futuro. Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais para que esses a dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa, dando à criança um organismo frágil e delicado que a torna acessível a todas as influências. Mas há os que se ocupam mais em endireitar as árvores de seu pomar e as fazer produzir bons frutos do que endireitar o caráter de seu filho. Se esse fracassa por erro deles, carregarão a pena e os sofrimentos do filho na vida futura, que recairão sobre eles, porque não fizeram o que deles dependia para seu adiantamento no caminho do bem".

Segundo o livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz3 , através da psicografia do médium Chico Xavier a paternidade vai além da missão de educador; é abordada com enfoque maior ao progresso moral, como evidencia o trecho a seguir [...] "A paternidade e a maternidade, dignamente vividas no mundo, constituem sacerdócio dos mais altos para o Espírito reencarnado na Terra, pois através dela a regeneração e o progresso se efetuam com segurança e clareza" [...]

A paternidade, segundo o espiritismo, significa receber preciosos talentos, que conforme o ensino da Parábola dos Talentos encontrada em O Evangelho de Mateus (25:14-29), devem ser movimentados com inteligência para que produzam os juros devidos, ou seja, o adiantamento daqueles por cuja educação nós tenhamos sido responsáveis, é o momento de transição em que o homem deixa de ser filho para ser pai, com responsabilidades com um outro ser.

José Herculano Pires4 aborda a questão da paternidade num enfoque maior à responsabilidade de educar em bases cristãs:

“A Educação Cristã reformou o mundo, mas os homens a complicaram e deturparam. A consciência do pecado pesou mais nas almas do que a consciência da libertação em Cristo. Tomás de Aquino5 ensinou: ´...Mães, os vossos filhos são cavalos!´ Educar transformou-se em domar, domesticar, subjugar. A repressão gerou a revolta e reconduziu o mundo ao ateísmo e ao materialismo, à loucura do sensualismo. A Educação Espírita é a Renascença da Pedagogia Cristã. É nela que o exemplo e o ensino do Cristo renascem na Terra em sua pureza primitiva. Precisamos reformar os nossos conceitos de educação à luz dos princípios espíritas e dos grandes exemplos históricos. Dizia uma grande figura espiritualista inglesa, Annie Besant6 , que cada criança e cada adolescente representam planos de Deus encarnados na Terra e endereçados ao futuro. Aprendemos a respeitar essas mensagens divinas. Lembremo-nos de nossa própria infância e se por acaso verificamos que nossa mensagem se perdeu ao longo da existência, que nosso plano divino foi prejudicado pelos homens, pelos maus exemplos e pelos ensinos falsos, juremos perante o nosso coração que havemos de evitar esse prejuízo para as novas gerações. Pais, sejamos mestres! Mestres, sejamos pais! Que cada rostinho de criança aberto à nossa frente, como uma flor que desabrocha, nos desperte no coração o melhor de nós mesmos, o impulso do amor. Que cada adolescente, na sua inquietude e na sua irreverência - jovem ego que se afirma pela oposição ao mundo - não provoque a nossa compreensão e a nossa ternura. Para domar o potro precisamos de sela e das esporas, mas para educar o jovem só necessitamos de amor. A educação espírita como no lar como uma fonte oculta e deve ganhar a planície como um rio tranqüilo em busca do mar” (PIRES, J. Herculano - Pedagogia Espírita, Edicel, 1985

1Sonora Louise Smart - (Arkansas), filha do agricultor William Jackson Smart e sua esposa Victoria Ellen Cheek Smart,membro da artilharia First Light Arkansas que lutou na 1862 Batalha de Pea Ridge, durante a Guerra Civil.

2 Sylvio Bhering - Publicitário e um dos fundadores da Associação Brasileira de Propaganda, ajudou a criar o código de ética da propaganda.

3 André Luiz - Médico sanitarista (século XX – Rio de Janeiro), segundo suas próprias palavras, optou pelo anonimato, quando da decisão de enviar notícias do além-túmulo, por compreender que "a existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade".

4 José Herculano Pires (1914 – 1979) – Jornalista, filósofo, educador e escritor espírita, nasceu em Avaré, interior de São Paulo .

5 Tomaz de Aquino - Roccasecca, (1225-1274) foi um padre dominicano, filósofo e teólogo de Fossanova,

6 Annie Wood Besant – (1847-1933), Teósofa, militante socialista de Londreshttp://www.radioboanova.com.br

14/08/2011

Auto-Afirmação

auto afirmacao 

As raízes da auto-afirmação do indivíduo encontram-se na sua infância, quando os movimentos automáticos do corpo são substituídos pelas palavras, particularmente quando é usada a negativa. Ao recusar qualquer coisa, mediante gestos, a criança demonstra que ainda não se instalaram os pródromos da sua identidade. No entanto, a recusa verbal, peremptória, a qualquer coisa, mesmo àquelas que são agradáveis, denotam que está sendo elaborada a auto-afirmação, que decorre da capacidade de escolha daquilo que interessa, ou simplesmente se trata de uma forma utilizada para chamar a atenção para a sua existência, para a sua realidade.
Trata-se de um senso de identificação infantil, sem dúvida, no qual a criança, ainda incapaz de discernir e entender, procura conseguir o espaço que lhe pertence, dessa maneira informando que já existe, que solicita e merece reconhecimento por parte das demais pessoas que a cercam.
Quando a criança concorda, afirmando a aceitação de algo, age apenas mecanicamente e por instinto, enquanto que se utilizando da negativa, também denominada conceito do não, dá início à descoberta do senso de si mesma, do seu Self, passando, a partir desse momento, a exteriorizá-lo, afirmando o NÃO, mesmo quando sem necessidade de fazê-lo. E a sua maneira de auto-identificação que, não raro, parece estranho aos adultos menos conhecedores dos mecanismos da mente infantil.
Quando ocorre a inibição da negativa — o que émuito comum — esse fenômeno dará surgimento a alguém que, no futuro, não saberá exatamente o que deseja da vida, experimentando uma existência sem objetivo, que o leva a ser indiferente a quaisquer resultados, e, por cuja razão, evita expressar-se negativamente, deixando-se arrastar indiferente aos acontecimentos, assim desvelando o estado íntimo de inibição, de timidez e de recusa de si mesmo. Com o tempo essa situação se agrava, levando-o a um estado de amorfia psicológica.
O Self, por sua vez, se estrutura e se fixa através do sentimento, e quando este se encontra confuso, sem delineamento, a auto-afirmação se enfraquece e a capacidade de dizer NÃO perde a sua força, o seu sentido.
A auto-afirmação se expressa especialmente no desejo de algo, mediante duas atitudes que, paradoxalmente se opõem: o que se deseja e o que se rejeita.
Em um desenvolvimento saudável da personalidade, sabe-se o que se quer e como consegui-lo, o que se torna decorrência inevitável da capacidade de escolha. Quando tal não ocorre, há surgimento de uma expressão esquizóide, na qual o paciente foge para atitudes de submissão receosa e de revolta interior. Silencia e afasta-se do grupo social que passa a ser visto com hostilidade, por haver-se negado a penetrá-lo, alegando, no entanto, que foi barrado... A sua óptica distorcida da realidade, trabalha em favor de mecanismos de transferência de culpa e de responsabilidade.
Mediante essa conduta, o enfermo se nega a liberação dos conflitos, mantendo-se em atitude cerrada, por falta do senso de auto-afirmação. O seu é o conceito falso de que não é bem-vindo ao grupo que ele acredita não o aceitar, quando, em verdade, é ele quem o evita e se afasta do mesmo.
À medida que vão sendo liberados os sentimentos perturbadores e negativos que se encontram em repressão, os desejos de afetividade, de expressão, de harmonia, manifestam-se, direcionando-o para valiosas conquistas.
Com o desenvolvimento da capacidade de julgar valores, surgem as oportunidades de auto-afirmação, face à necessidade de escolhas acertadas, a fim de atender aos desejos de progresso, de crescimento ético-moral e de realização interior.
Por meio de exercícios mentais, nos quais se encontrem presentes as aspirações elevadas e de enobrecimento, bem como através de movimentos respiratórios e físicos outros, para liberar o corpo da couraça dos conflitos que o tornam rígido, a auto-afirmação se fixa, propiciando um bom relaxamento, que se faz compatível com o bem-estar que se deseja.
Com o desenvolvimento intelecto-moral da criança, passando pela adolescência e firmando os propósitos de autoconquista, mais bem delineadas surgem as linhas de segurança da personalidade que enfrenta os desafios com tranqüilidade e esperanças renovadas.
Nesse particular, a vontade desempenha importante papel, trabalhando em favor de conquistas incessantes, que contribuem para o amadurecimento psicológico, característica vigorosa da saúde mental e moral.
Em cada vitória alcançada através da vontade que se faz firme cada vez mais, o ser encontra estímulos para novos combates, ascendendo interiormente e afirmando-se como conquistador que se não contenta em estacionar nos primeiros patamares defrontados durante a escalada de ascensão. Desejando as alturas, não interrompe a marcha, prosseguindo impertérrito no rumo das cumeadas.
Esta é a finalidade precípua do desenvolvimento emocional, estabelecendo diretrizes que definam a realidade do ser, que se afirma mediante esforço próprio. Em tal cometimento, não podem ficar esquecidos o contributo dos pais, da família, da sociedade, e as possibilidades inatas, que remanescem do seu passado espiritual.
Estando, na Terra, o Espírito, para aprender, reparar e evoluir, nele permanecem as matrizes da conduta anterior, facultando-lhe possibilidades de triunfo ou impondo-lhe naturais empecilhos que lhe cumpre superar.
Quando a auto-afirmação não se estabelece, apresentando indivíduos psicologicamente dissociados da própria realidade, tem-se a medida dos seus compromissos anteriores fracassados e da concessão que a Vida lhe propicia por segunda vez para regularizá-los.
Cumpre, portanto, ao psicoterapeuta, o desenvolvimento de uma visão profunda do Self, de forma especial, em relação ao ser eterno que transita no corpo em marcha evolutiva.
Somente assim, se poderá entender racionalmente o porquê de determinados indivíduos iniciarem a auto-afirmação nos primeiros meses da infância, enquanto outros já se apresentam fanados, incapazes de lutar em favor da sua realidade, no meio onde passará a experienciar a vida.
A sociedade marcha inexoravelmente para a compreensão do Espírito eterno que o homem é, do seu processo paulatino de evolução através dos renascimentos, herdeiro de si mesmo, que transfere de uma para outra etapa as realizações efetuadas, felizes ou equivocadas, qual aluno que soma experiências educacionais, promovendo-se ou retendo-se na repetição das lições não gravadas, com vistas à conclusão do curso.
A Terra assume sua condição de escola que é, trabalhando os educandos que nela se encontram e propiciando-lhes iguais oportunidades de evolução e de paz.
Joanna de Angelis - Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Amor
, Imbatível Amor.

10/08/2011

CULPA E RESPONSABILIDADE - PROCESSOS DE LIBERTAçãO DA CULPA

culpa

A culpa que sentimos é resultado de séculos de condicionamento dentro do pensamento judaico-cristão, aliás uma distorção do pensamento cristão, que intrinsecamente, não estabelecia a culpa e a punição como posteriormente acabou acontecendo.

Por esse pensamento tudo o que fazemos e que não está dentro dos padrões rígidos dessa pseudomoral instituída é um pecado e deve ser punido violentamente.

Durante séculos, esse pensamento oriundo do judaísmo; do olho por olho, dente por dente, manipulado e distorcido pelas doutrinas "cristãs" por interesse próprio vem imperando dentro da cultura ocidental.

Eu digo distorcido, pois se observarmos os Evangelhos, o Cristo jamais se referiu ao erro dessa forma como as várias religiões cristãs durante séculos pregaram, a do pecado e da punição por ele.

Basta analisar as passagens na qual ele se refere a mulher adúltera, quando ele disse que atirasse a primeira pedra aquele que não tinha pecados, o momento de encontro com a mulher hemorroísa, a sua postura com Maria de Magdala e perceberemos que ele via o erro de uma maneira natural, fazendo parte das experiências de evolução do ser humano..

Mas infelizmente as suas palavras foram distorcidas e durante séculos este pensamento deturpado tem imperado, como ainda hoje, na cultura ocidental a ponto do mesmo ainda estar imerso no inconsciente coletivo da nossa cultura. Isso faz com que a culpa esteja impregnada em nós mesmos.

Analisemos as razões para isso, à luz da psicologia transpessoal.

Esta ciência tem estudado inúmeras questões que tem atormentado o ser humano durante séculos as quais não se encontram explicações dentro da ciência materialista/reducionista.

A explicação mais plausível para a culpa que muitas pessoas trazem e que são inexplicáveis no momento atual, pois estas não fizeram nada que justifique ou explique estas culpas, é que elas cometeram estas ações pelas quais sentem culpa em seu passado espiritual.

Pelos estudos que têm sido feito pelos pesquisadores no mundo inteiro a reencarnação é um fato. Isso explicaria estas culpas imensas que muitas vezes as pessoas sentem, sem razão aparente.

Isso acontece devido a séculos passando por experiências, nas quais vivenciamos muito intensamente, este paradigma judáico-cristão distorcido. Por isso a culpa ainda persegue muita gente, mesmo quando temos tudo, teoricamente, para nos libertar dela.

O que fazer para se libertar da culpa?

Só existe um caminho para libertar a nossa consciência; assumindo a responsabilidade pela nossa vida.

É necessário refletir que o erro faz parte da evolução natural de todas as pessoas.

Quando cometemos um erro, analisando-se aqui o erro, como sendo algo que contraria a lei de amor, isto é, uma atitude de desamor ou pseudo-amor, por nós mesmos ou a outras pessoas, a natureza, o cosmos. Muitas vezes dentro do paradigma judáico-cristão distorcido, muitas coisas que são tidas como erros ou pecados, não o são, dentro da lei de amor. Então quando cometemos um erro, estamos assumindo uma postura egóica. Esta atitude errada pode acontecer por ignorância ou por desprezo ao que é correto, que está dentro dos princípios da lei de amor. Toda atitude equivocada tem a sua conseqüência.

Torna-se fundamental para a libertação da culpa, que é uma atitude inconseqüente, pois não corrigimos com ela o erro cometido, assumir a responsabilidade pelo erro e buscar reparar as suas conseqüências. Com isso estaremos aprendendo com o erro e isso faz com que evoluamos, diferentemente da culpa e da punição que lhe é conseqüente, na qual a pessoa simplesmente se pune pelo erro e se acha uma vítima por tê-lo cometido, sem assumir o aprendizado dele decorrente.

Resumindo, todas as vezes que sentirmos culpa por algo que tenhamos feito ou que simplesmente nos achemos culpados mesmo que não haja uma razão aparente, é necessário refletir fazendo a nós mesmos estas perguntas:

o que posso tirar de aprendizado desta experiência?

como posso agir para reparar as conseqüências dos meus atos?

Com isso estaremos assumindo a responsabilidade pela nossa vida e conquistando a nossa felicidade.

Outro efeito importante da meditação é a paz interior, um refúgio onde você pode escapar da turbulência do seu dia-a-dia. O hábito de meditar diariamente vai lhe ajudar a desligar-se do estresse e trará calma e energia para você enfrentar melhor os desafios que têm em sua vida.

Alírio de Cerqueira Filho

A PSICOLOGIA DA CULPADuas são as causas psicológicas da culpa: a que procede da sombra escura do passado, da consciência que se sente responsável por males que haja praticado em relação a outrem e a que tem sua origem na infância, como decorrência da educação que é ministrada. A culpa é resultado da raiva que alguém sente contra si mesmo, voltada para dentro, em forma de sensação de algo que foi feito erradamente.

Este procedimento preexiste à vida física, porque originário, na sua primeira proposta, como gravame cometido contra o próximo, que gerou conflito de consciência.

Quando a ação foi desencadeada, a raiva, o ódio ou o desejo de vingança, ou mesmo a inconsequência moral, não se permitiram avaliação do desatino, atendendo ao impulso nascido na mesquinhez ou no primarismo pessoal. Lentamente, porém, o remorso gerou o fenômeno de identificação do erro, mas não se fez acompanhar de coragem para a conveniente reparação, transferindo para os arquivos do Espírito o conflito em forma de culpa, que ressuma facilmente ante o desencadear de qualquer ocorrência produzida pela associação de ideias condutora da lembrança inconsciente.

Quando isto ocorre, o indivíduo experimenta insopitável angústia, e procura recurso de autopunição como mecanismo libertador para a consciência responsável pelo delito que ninguém conhece, mas se lhe encontra ínsito no mapa das realizações pessoais, portanto, intransferível.

Apresenta-se como uma forte impregnação emocional, em forma de representações ou idéias (lembranças inconscientes), parcial ou totalmente reprimidas, que ressurgem no comportamento, nos sonhos, com fortes tintas de conflito psicológico.

Na segunda hipótese, a má formação educacional, especialmente quando impede a criança de desenvolver a identidade, conspira para a instalação da culpa.

Normalmente exige-se que o educando seja parcial e adulador, concordando com as ideias dos adultos – pais e educadores – que estabelecem os parâmetros da sua conduta, sem terem em vista a sua espontaneidade, a sua liberdade de pensamento, a sua visão da existência humana em desenvolvimento e formação.

É de lamentar-se que as crianças sejam manipuladas por genitores e professores, quando frustrados, que lhes transmitem a própria insegurança, insculpindo-lhes comportamentos que a si mesmos se agradam em detrimento do que é de melhor para o aprendiz.

Precipita-se-lhe a fase do desenvolvimento adulto com expressões pieguistas, nas quais se afirmam: “já é uma mocinha”, “trata-se de um rapazinho”, inculcando-lhes condutas extravagantes, sem que deixem de ser realmente crianças.

A vida infantil é relevante na formação da personalidade, na construção da consciência do Si, na definição dos rumos existenciais.

A conduta dos adultos grava no educando a forma de ser ou de parecer, de conviver ou de agradar, de conquistar ou de utilizar-se, dando surgimento, quase sempre, quando não correta, a inúmeros conflitos, a diversas culpas.

Constrangida a ocultar a sua realidade, a fim de não ser punida, sentindo-se obrigada a agradar os seus orientadores, a criança compõe um quadro de aparência como forma de conveniência, frustrando-se profundamente e perturbando o caráter moral que perde as diretrizes de dignidade, os referenciais do que é certo e do que é errado.

Essa má-educação é imposta para que os educandos sejam bons meninos e boas meninas, o que equivale dizer, que atendam sempre aos interesses dos adultos, não os contrariando, não os desobedecendo. Bem poucas vezes pensa-se no bem estar da criança, no que lhe apraz, naquilo que lhe é compatível com o entendimento.

Vezes outras, como forma escapista da própria consciência os pais cumulam os filhos com brinquedos e jogos, em atitude igualmente infantil de suborno emocional, a fim de os distrair, em realidade, no entanto, para fugirem ao dever da sua companhia, dos diálogos indispensáveis, da convivência educativa mais pelos atos do que pelas palavras.

Apesar de pretender-se tornar independente o educando, invariavelmente ele cresce co-dependente, isto é, sem liberdade de ação, de satisfação, culpando-se toda vez que se permite o prazer pessoal fora dos padrões estabelecidos e das imposições programadas.

Para poupar-se a problemas, perde a capacidade de dizer não, a espontaneidade de ser coerente com o que pensa, com o que sente, com o que deseja.

Não poucas vezes, a criança é punida quando se opõe, quando externa o seu pensamento, quando se nega, alterando a maneira de ser, a fim e evitar-se os sofrimentos.

Há uma necessidade psicológica de negar-se, de dizer-se não, sempre que se faça próprio, sem a utilização de métodos escapistas que induzem à pusilanimidade, à incoerência de natureza moral

Não se pode concordar com tudo, e, ipso facto, omitir-se de dizer-se o que se pensa, de negar-se, de ser-se autêntico. Certamente a maneira de expressar a opinião é que se torna relevante, evitando-se a agressividade na resposta negativa, a prepotência na maneira de traduzir o pensamento oposto. Torna-se expressivo, de certo modo, não exatamente o que se diz, mas a maneira como se enuncia a informação.

Esse hábito, porém, deve ser iniciado na infância, embutindo-se no comportamento do educando a coragem de ser honesto, mesmo que a preço de algum ônus.

Essa insegurança na forma de proceder e a dubiedade de conduta, a que agrada aos outros e aquela que a si mesmo satisfaz, quase sempre desencadeiam processos sutis de culpa, que passam a zurzir o indivíduo na maioria das vezes em que é convidado a definir rumos de comportamento.

A culpa pode apresentar-se a partir do momento em que se deseja viver a independência, como se isso constituísse uma traição, um desrespeito àqueles que contribuíram para o desenvolvimento da existência, que deram orientação, que se esforçaram pela educação recebida. Entretanto, merece considerar que, se o esforço foi realizado com o objetivo de dar felicidade, a mesma começa a partir do instante em que o indivíduo afirma-se como criatura, em que tem capacidade para decidir, para realizar, para fazer-se independente.

Os adultos imaturos, no entanto, diante desse comportamento cobram o pagamento pelo que fizeram, dizendo-se abandonados, queixando-se de ingratidão, provocando sentimentos injustificáveis de culpa, conduta essa manipuladora e infeliz.

Esse método abusivo é normalmente imposto à infância, propiciando que a culpa se instale, quando a criança dá-se conta de que pensa diferente dos seus pais, exigindo desses educadores sabedoria para poderem diluí-la e apoiarem o que seja correto, modificando o que não esteja compatível com a educação.

A culpa é algoz persistente e perigoso, que merece orientação psicológica urgente.

Texto de Joanna de Angelis, do livro “Conflitos Existenciais”, psicografado por Divaldo Franco.

As Consequências da Culpa não Liberada

A culpa encontra sintonia com as paisagens mais escuras da personalidade humana em que se homizia.

Os conflitos e as mesquinhezes dos sentimentos nutrem-se da presença da culpa, levando a estertores agônicos aquele que lhe sofre a injunção.

Acabrunha e desarticula os mecanismos da fraternidade, tornando o paciente arredio e triste, quando não infeliz e desmotivado.

As suas ações tornam-se policiadas pelo medo de cometer novos desatinos e quase sempre é empurrado para a depressão.

Vezes, porém, outras, apresenta-se com nuanças muito especiais, mediante as quais há uma forma de escamoteá-la através de escusas e de justificações indevidas.

Assevera-se, nessa conduta, que é normal errar, e, sem dúvida, o é, mas não permanecendo em contínua postura de equívocos, prejudicando outras pessoas, sem o reconhecimento das atitudes infelizes que devem sempre ser recuperadas.

Tormentosa é a existência de quem se nutre de culpa, sustentando-a com a sua insegurança. Tudo quanto lhe acontece de negativo, mesmo as ocorrências banais, é absorvido como sentimentos necessários à reparação.

A infância conflituosa, não poucas vezes induz o educando à raiva, ao desejo de vingança, à morte dos pais ou dos mestres. Isto ocorre como catarse liberadora do desgosto. Quando, mais tarde, ocorre algo de infelicitador com aquele a quem foram dirigidos a ira e o desejo de desforço, a culpa instala-se, automaticamente, no enfermo, provocando arrependimento e dor.

Determinados acontecimentos têm lugar, não porque sejam desejados, mas porque sucedem dentro dos fenômenos humanos. Entretanto, a consciência aturdida aflige-se e procura mecanismo de autopunição, encontrando na culpa a melhor forma de descarregar o conflito.

Quando, num acidente, alguém morre ao lado de outrem que sobreviveu, em caso de este não possuir estabilidade emocional, logo se refugia na culpa de haver tomado o lugar na vida que pertencia ao que sucumbiu, sem dar-se conta de que sempre teve igualmente direito à existência.

Tal comportamento mórbido castra muitas iniciativas e desencadeia outros processos autopunitivos de que a vítima não se dá conta.

O arrependimento, que deve ser um fenômeno normal de avaliação das ações, mediante os resultados decorrentes, torna-se, na consciência de culpa, uma chaga a purgar mal-estar e desconfiança.

Como forma de esconder o conflito, surge a autocomiseração, a autocompaixão, quando seria mais correto a liberação do estado emocional, mediante a reparação, se e quando possível.

Reprimir a culpa, tentar ignorá-la é tão negativo quando aceitá-la como ocorrência natural, sem o discernimento da gravidade das ações praticadas.

À medida que é introjetada, porém, a culpa assenhoreia-se da emoção e torna-se punitiva, castradora e perversa.

Gerando perturbações emocionais, pode induzir a comportamentos doentios e atitudes criminosas, em face de repressões da agressividade, de sentimentos negativos incapazes de enfrentamentos claros e honestos que empurram para a traição, para os abismos sombrios da personalidade.

Porque se nutre dos pensamentos atormentadores, o indivíduo sente-se desvalorizado e aflige-se com ideias pessimistas e desagradáveis. Acreditando-se desprezíveis, algumas personalidades de construção frágil escorregam para ações mais conflitivas.

Nos criminosos seriais, por exemplo, a culpa inconsciente propele-os a novos cometimentos homicidas, além do inato impulso psicopata e destrutivo que lhes anula os sentimentos e a lucidez em torno das atrocidades cometidas. Portadores de uma fragmentação da mente, permanecem incapazes de uma avaliação em torno dos próprios atos.

Podem apresentar-se gentis e atraentes, conseguindo, dessa forma, conquistar as suas futuras vítimas, antegozando, no entanto, a satisfação da armadilha que lhes prepara, estimulando-0s ao golpe final.

Bloqueando a culpa, saciam-se, por breve tempo, na aflição e no desespero de quem leva à comsumpção. Quanto maior for o pavor de que o outro dê mostra, mais estímulo para golpear experimenta o agressor. A fúria sádica explode em prazer mórbido e cessa até nova irrupção.

Processos de Libertação da Culpa

Há uma culpa saudável que deve acompanhar os atos humanos quando os mesmos não correspondem aos padrões do equilíbrio e da ética. Esse sentimento, porém, deve ser encarado como um sentido de responsabilidade.

Sem ela, perder-se-ia o controle da situação, permitindo que os indivíduos agissem irresponsavelmente.

Todas as criaturas cometem erros, alguns de natureza grave. No entanto, não tem por que desanimar na luta ou abandonar os compromissos de elevação moral.

O antídoto para a culpa é o perdão. Esse perdão poderá ser direcionado a si mesmo, a quem foi a vítima, à comunidade, à Natureza.

Desde que a paz e a culpa não podem conviver juntas, porque uma elimina a presença da outra, torna-se necessário o exercício da compreensão da própria fraqueza, para que possa a criatura libertar-se da dolorosa injunção.

A coragem de pedir perdão e a capacidade de perdoar são dois mecanismos terapêuticos liberadores da culpa.

Consciente do erro, torna-se exequível que se busque uma forma de reparação, e nenhuma é mais eficiente do que a de auxiliar aquele a quem se ofendeu ou prejudicou, ensejando-lhe a recomposição do que foi danificado.

Tratando-se de culpa que remanesce no inconsciente, procedente de existência passada, a mudança de atitude em relação à vida e aos relacionamentos, ensejando-se trabalho de edificação, torna-se o mais produtivo recurso propiciador do equilíbrio e libertador da carga conflitiva.

Ignorando-se-lhe a procedência, não se lhe impede a presença em forma de angústia, de insegurança, de insatisfação, de ausência de merecimento a respeito de tudo de bom e de útil quanto sucede... Assim mesmo, o esforço em favor da solidariedade e da compaixão, elabora mecanismos de diluição do processo afligente.

É comum que o sentimento de vergonha se instale no período infantil, quando ainda não se tem ideia de responsabilidade de deveres, mas se sabe o que é correto ou não para praticar. Não resistindo ao impulso agressivo ou à ação ilegítima, logo advém a vergonha pelo que foi feito, empurrando para fugas psicológicas automáticas que irão repercutir na idade adulta, embora ignorando-se a razão, o porquê.

A culpa tem a ver com o que foi feito de errado, enquanto que o sentimento de vergonha denota a consciência da irresponsabilidade, o conhecimento da ação negativa que foi praticada.

Somente a decisão de permitir-se herança perturbadora, que remanesce do período infantil, superando-a, torna possível a conquista do equilíbrio, da auto-segurança, da paz.

A saúde mental e comportamental impõe a liberação da culpa, utilizando-se do contributo valioso do discernimento que avalia a qualidade das ações e permite as reparações quando equivocadas e o prosseguimento delas quando acertadas.

04/08/2011

OS FANTASMAS DA MENTE

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Revendo arquivos e arquivos espirituais, assinalamos quedas lamentáveis daquelas almas chamadas pelo Senhor, em todos os tempos, a compromissos na Seara do Aperfeiçoamento Humano e, especialmente, neste último século, as que foram convocadas para servir à Doutrina Espírita.

Justo, assim, venhamos a destacar que dentre todas as provas humanas em que sucumbem os tarefeiros mais promissores, três existem mais graves e mais frequentes: o abuso da autoridade, o envilecimento do sexo e a paixão do dinheiro.

Vejamos alguns exemplos.

Nos excessos do poder, surpreendemos, a cada passo: a concorrência a posições destacadas nas galerias de mando terrestre, em prélios acirrados e violentos, nos quais grandes esperanças e sublimes projetos da Espiritualidade são impiedosamente exterminados nos desvarios da inteligência; a transposição de forças, que deveriam ser criteriosamente aproveitadas nas construções doutrinárias, para o endeusamento da personalidade e consequente procrastinação de serviços ligados à emancipação coletiva e ao aprimoramento humano.

Nos desregramentos afetivos são comuns: a fuga aos compromissos sentimentais assumidos, com a destruição de uniões e lares organizados pela esfera superior, na condição de bases destinadas à reencarnação de elevados missionários dispostos a contribuir na redenção da Terra, exalçando o futuro; a rendição da pessoa às teias da aventura emocional, em cujos fios viscosos pululam entidades vampirizantes, interessadas na hipnose de condição inferior, sob a qual tombam numerosas almas sensíveis, situadas no campo terrestre para feitos gloriosos da mediunidade.

Nos delírios da usura repontam calamidades das mais encontradiças: a capitulação diante de tentações infelizes, no manuseio de altas subvenções dessa ou daquela procedência, em cuja trama caracteres bem intencionados se vêem envolvidos nos jogos da apropriação indébita, fantasiada de competência; a vinculação gradativa a propinas douradas, à margem do serviço fraterno, propelindo sorrateiramente a criatura para os desvios absconsos do profissionalismo religioso.

Os Espíritos Mentores permitem que o seareiro do bem seja testado, de modo a lhe verificarem as forças para que se lhe dilatem encargos e ações.

Geralmente, o companheiro em falência não é a única pessoa a se prejudicar em semelhantes defecções e, por esse motivo, às vezes, os Orientadores Maiores julgam mais acertado que o problema surja de imediato, para prevenir quedas futuras, piores e mais espetaculares de comunidades inteiras.

Todos os caminhos da obsessão disfarçada, que apontamos, constituem aferidores espirituais dos cultivadores do bem e da luz, conscientes das próprias responsabilidades, sem qualquer tangente à desculpa, por deterem consigo forças suficientes para superá-los. E, por isso mesmo quando caem, não encontram apoio algum dentro de si mesmos para eximir-lhes a culpabilidade, adotando, então, o afastamento das tarefas, a estagnação das próprias vidas e a perdida oportunidade evolutiva que a reencarnação lhes oferecia.

Precatem-se, pois, nossos irmãos domicilia dos na esfera física, porquanto, no abuso da autoridade, no envilecimento do sexo e na paixão do dinheiro, levanta-se a trilogia sinistra dos mais perigosos fantasmas da mente, a lançar muita gente boa e capaz nas sarjetas da sombra e nos despenhadeiros da inutilidade.

Espírito ALBANO COUTO

(Página recebida pelo médium Waldo Vieira em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã na noite de 21-5-62, em Uberaba, Minas.)

Fonte: Reformador - fevereiro, 1964