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25/09/2011

CORRENTES DE PENSAMENTO

Associação
pensamentos

Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as
correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos
vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios da afinidade.
A associação mora em todas as coisas, preside a todos os acontecimentos e comanda a existência de todos os seres.
Demócrito, o sábio grego que viveu na Terra muito antes do
Cristo, assevera que “os átomos, invisíveis ao olhar humano,
agrupam-se à feição dos pombos, à cata de comida, formando
assim os corpos que conhecemos”.
Começamos agora a penetrar a essência do microcosmo e, de
alguma sorte, podemos simbolizar, por enquanto, no átomo entregue à nossa perquirição, um sistema solar em miniatura, no qual o núcleo desempenha a função de centro vital e os elétrons a de planetas em movimento gravitativo.
No plano da Vida Maior, vemos os sóis carregando os mundos
na imensidade, em virtude da interação eletromagnética das
forças universais.
Assim também na vida comum, a alma entra em ressonância
com as correntes mentais em que respiram as almas que se lhe
assemelham.
Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como
pensamos.
É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-
nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas
ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia.
Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais
que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou
para o mal, segundo a direção que escolhemos.
Em qualquer providência e em qualquer opinião, somos sempre
a soma de muitos.
Expressamos milhares de criaturas e milhares de criaturas nos
expressam.
O desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia
que consumimos, segundo a nossa vontade.
Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho
de nossa mente reflete-os, de imediato, como que absorvendo
as imagens deprimentes de que se constituem, pondo-se nossa
imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se
incorpora aos tecidos sutis de nossa alma. Com o decurso do
tempo, nossa alma, não raro, passa a exprimir, pelo seu veículo de manifestação, o que assimilara, fazendo-o seja pelo corpo carnal, entre os homens, seja pelo corpo espiritual de que nos servimos, depois da morte.
É por esta razão que geralmente os censores do procedimento
alheio acabam praticando as mesmas ações que condenam no
próximo, porquanto, interessados em descer às minúcias do mal,
absorvem-lhe inconscientemente as emanações, surpreendendose, um dia, dominados pelas forças que o representam.
Toda a brecha de sombra em nossa personalidade retrata a
sombra maior.
Qual o pequenino foco infeccioso que, abandonado a si mesmo,
pode converter-se dentro de algumas horas no bolo pestífero
de imensas proporções, a maledicência pode precipitar-nos no
vício, tanto quanto a cólera sistemática nos arrasta, muita vez, aos labirintos da loucura ou às trevas do crime.
Pensando, conversando ou trabalhando, a força de nossas idéias,
palavras e atos alcança, de momento, um potencial tantas
vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que
concordem conosco, potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-nos, de retorno, as conseqüências de nossas próprias iniciativas.
Estejamos, assim, procurando incessantemente o bem, ajudando,
aprendendo, servindo, desculpando e amando, porque,
nessa atitude, refletiremos os cultivadores da luz, resolvendo, com
segurança o nosso problema de companhia.

Do Livro: Pensamento e Vida - Francisco Cândido Xavier/Emmanuel

19/09/2011

UM SUCESSO O IX ENCONTRO ESPÍRITA ALEMÃO!

IX ENCONTRO ESPÍRITA 030

Um sucesso o IX Encontro Espirita Alemão que ocorreu nos dias 17 e 18 de setembro deste ano, promovido pelo Grupo SEELE - SPIRITISMUS ERLEBEN und EWIGES LICHT ERREICHEN, sede do DSV - Deutsche Spiritismus Vereiningung, situado na cidade de Stuttgart, Alemanha.

Espíritas de vários grupos existentes no país, se reuniram para aprofundar conhecimentos, trocar experiências e se confraternizarem. A alegria foi imensa já que na mesma oportunidade o Grupo SEELE comemorava também, o seu Jubileu de  10 anos de fundação.

O evento reuniu cerca de 100 pessoas, entre brasileiros e alemães, todas com o coração em festa e na expectativa do decorrer das atividades.

Mesmo já estando no mês de setembro, praticamente às portas do outono, a cidade de Stuttgart amanheceu ensolarada, dando um brilho especial ao Encontro e convidando-nos ao trabalho amoroso e edificante.

Dando inicio as atividades, fomos agraciados com um belo momento em que uma delicada melodia foi tocada ao piano pela nossa companheira Andrea Botelho, -momento que nos levou a acalmar os nossos corações, ligando-nos assim, com os nossos mentores e com Jesus. Ainda sob o som das delicadas notas do piano, foi lida no idioma Alemão, a bela mensagem de Emmanuel através da psicografia de Francisco Candido Xavier, “Olhai os Lírios do Campo”, por Cristina Renner, passando a palavra para a Fundadora e Dirigente da Casa, a Sra Maria Gekeler, também Presidente do DSV -(Associação Espírita Alemã), que deu as boas vindas ao  nosso confrade e também convidado de honra o Sr.CHARLES KEMPF, vindo da Franca. Personalidade conhecida no mundo Espírita pelo intenso e importante  trabalho realizado  junto aos companheiros do  Conselho Espírita Internacional (CEI), Charles que desde sua adesão ao Espiritismo é trabalhador incansável na divulgação da Doutrina em todo o mundo.

Em seguida as boas vindas foram dadas à Sra JUSELMA COELHO de Minas Gerais,  Presidente da Associação Espírita Maria Nunes (SEMAN) em Belo Horizonte, membro da Coordenação Geral da Pomada Vovô Pedro, amiga e Conselheira do Grupo SEELE, e em seguida a todos os presentes, destacando a presenca dos Dirigentes e representantes dos diversos Grupos Espíritas na Alemanha: Dusseldorf, Frankfurt, Mannheim, Munique- 2 Grupos, Hannover, Achen, Berlin- 2 Grupos, Hamburg, Würsburg, Heilbronn. Abrilhantaram ainda o evento convidados da Áustria e Luxemburgo.

Depois das palavras de boas vindas, foi o momento do Coral formado por integrantes do Grupo SEELE apresentar a música: “Danke für diesen guten Morgen” (Obrigada por esta linda manhã).

OS 150 ANOS DO LIVRO DOS MÉDIUNS FOI O TEMA PRINCIPAL DO EVENTO

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O Livro dos Médiuns: Leitura indispensável para quem quer compreender os caminhos da espiritualidade.

Traduzido para o idioma alemão por Ozanan Rocha e dando prosseguimento às atividades, depois de apresentar os países nos quais ja estão implantados Grupos Espíritas afiliados ao CEI-, em homenagem aos 150 anos do Livro dos Médiuns, Charles Kempf nos brindou com uma excelente palestra sobre este importante Livro da Codificação Kardequiana, “passeando” nos diversos capítulos, nos alertou sobre a importância da sua leitura e estudo, discorrendo de maneira poética e elucidativa sobre assuntos de relevante importância.

IX ENCONTRO ESPÍRITA 019 Países onde já existem Grupos Espíritas fliados ao CEI - conselho Espírita Internacional.

Na sequência com o tema: Laboratório do Mundo Espiritual o Grupo de Munique fez a sua exposicäo.

Surpreendida foi a Dirigente do Grupo SEELE-, Maria Gekeler, pela Sra Euda Kummer, dirigente e fundadora do FAK Mannheim, leiterin de diversos Grupos aqui na Alemanha integrante do DSV (Deutsch Spiritistche Vereiningung-Associacão Espírita Alemã), Euda fez uma belíssima homenagem a Maria Gekeler, com palavras doces e meigas e um buquet de flores, em homenagem aos 10 anos de existência de fundacão do SEELE.

Momento de confraternização, troca de abraços e experiências foi durante pausa para almoco, no Restaurante “Musica”, onde, com muita alegria e descontração, pudemos abracar velhos amigos e companheiros de cidades distantes.

Recomecamos as atividades às 14:00 hs com a palestra: Médiuns e as diversas formas da mediunidade, apresentada pelo Grupo de Berlin. Em seguida palestra sobre o Tema Obsessäo proferida pelo Grupo SEELE, para então descermos para a cantina do Grupo, fazendo pausa para um delicioso café com bolo e novo momento de confraternização.

De volta ao salão de eventos do Grupo SEELE, fomos agraciados com a palestra: Influência Moral do Médium, apresentada por Juselma Coelho, que fez a abertura com as palavras: “Mediunidade: Canal e Alavanca de Solucöes e de Progresso da Humanidade.” E: “O Médium que quer conservar a assistência dos bons Espíritos, deve trabalhar pelo próprio adiantamento: o que quer crescer e desenvolver a sua faculdade, deve ele próprio, crescer moralmente, e se abster de tudo que possa desviá-lo do seu objetivo Providencial”, ESE XXVII/9.

Para descontraír em seguida foi apresentado uma pequena filmagem de uma peça encenada por integrantes do Grupo SEELE com o título: Obsessão. Composição: Gilberto Andreotti, a peca foi muito aplaudida e compreendida de forma simples como se processa em nós a obsessäo.

Confiram a letra do samba que inspirou o dramaturgo Sérgio Sachi a criar o espetáculo com a traducäo para o Alemäo:

Sabe o que que é gente?                                                             Wist ihr leute?

A gente véve, véve uma veiz,véve ôtra veiz e nunca aprende!    Wir leben, leben, leben einmal, zweimal und lernen nie!!

Comigo aconteceu um causo, sombroso. Mir ist etwas merkwürdiges passiert.

Eu pensei que tava com zique-zira ... e tava memo! Ich dachte ich wäre krank... und war es wirklich!

Bolinho,olha o breque! Bolinho,höre den Samba!

Na minha vida estava tudo numa boa, In meinem Leben war alles schön,

Quando de repente,à toa, um fato estranho me ocorreu. Als plötzlich etwas seltsames geschah.

"Mas o que foi que aconteceu?" Und was ist dir passiert?
Eu fui perdendo a minha personalidade, Ich habe langsam meine Persönlichkeit verloren,

Foi ficando na saudade tudo aquilo que era eu. Ich hatte Sensucht nach meinem alten ich.

Chegava em casa só brigava com a patroa, Ich kam nach Hause und streitete nur mit meiner Frau,

Não pensava em coisa boa por melhor que eu estivesse. Ich hatte keine guten Gedanken, egal wie gut es mir ging.

E do emprego, saiba que fui despedido,  Und meine Arbeit verlor ich auch,

Pois sentindo-me ofendido, dei um tapa no patrão! Weil ich mich beleidigt fühlte, ohrfeigte ich meinen Chef!

"Mas isso não tá certo não!" Aber das ist nicht richtig!

Não conseguia compreender o que ocorria, Ich könnte nicht verstehen was geschah,

Minha cabeça estava em grande confusão... Mein Kopf war durcheinander...

Quando um amigo meu chegou num belo dia, Als eines schönes Tages ein Freund von mir bestätigte,

E me afirmou que o caso era OBESESSÃO Es sei eine Besessenheit (obsession).

Me aconselhou então a freqüentar um Centro, Er riet mir ein Zentrum (Spiritistisches Haus) auf zu suchen,

Andar direito, não dar moleza não, Den richtigen Weg zu gehen und aufmerksam bleiben,

Orar bastante e estar sempre atento  Viel beten und vorsichtig sein

Tomar cuidado com a tal perseguição. Und sich vor diese Verfolgung hüten.

Vou te contar,por este meu samba de breque, Und ich erzähle dir, mit diesem Samba,

Fui no Centro Allan Kardec  Ich ging zum Zentrum Allan Kardec

E tudo então se resolveu.  Und alles sorgen waren weg.

"Mas como foi que isso se deu?"Aber wie ist dies geschehen?

Me colocaram junto a uma porção de médiuns  Man setzte mich mit ein paar Medien (mediale Sitzung)

E através desse intermédio, apresentou-se o Eliseu. Und durch diese Vermittlung sprach zu mir Elizeu.

"Ué mas Eliseu não morreu?" Aber Elizeu ist doch tot?

O Eliseu era um safado, Der Elizeu war ein Taugenichts,

Trambiqueiro, sem-vergonha, Ein Betrüger, ohne gleichen,

Velho salafrário...  Altes schlitzohr....

"SILÊNCIO ! VAMOS RESPEITAR OS MORTOS!!!" “Ruhe Lasse uns die toten respektieren!!!“

Foi me dizendo ser antigo inimigo, Er sei ein feind aus anderen zeiten,

Jurou ter me perseguido desde muito tempo atrás. Er schwörte dass er mich seit langem verfolgte.

E eu zangado, mucho lôco, aturdido, Und ich wütend, und kopflos,

Fui gritando: Seu bandido, essas coisas não se faz!!! Schrie: du Ganove, das macht man nicht!!!
E eu xingava o Eliseu, o Eliseu xingava eu
"E eu xingava o Eliseu, o Eliseu xingava eu"
Xingava de nome feio,xingava de palavrão,de bobage e de tudo isso que ceis tão pensando...
Und ich beschimpfte den Eliseu, der Eliseu beschimpfte mich. Und ich beschimpfte den Eliseu, der Eliseu beschimpfte mich. Schimpfte Ausdrücke, böse Worte, Dummheiten und all dies was ihr denkt…

E sem demora pra por calma no ambiente, Und ohne Verzug das Klima zu beruhigen,

Aproximou-se o dirigente, que por fim, intercedeu:                  Näherte sich der Leiter, der schließlich einwendete:

Acalmai-vos irmãos,  Beruhigte euch Brüder,

Essas coisas são muito naturais.  diese Dinge sind völlig gewöhnlich.

Dívidas do passado atravessam as existências Schulden aus der Vergangenheit durchqueren die Existenzen

e não nos permitem a paz. Und erlauben uns keinen Frieden.

É necessário que busquemos Es ist notwendig, dass wir

Lá no fundo de nós mesmos  Ganz tief in uns selbst

O porquê do sofrimento, a razão pra tanta agrura, Den Grund für den Leid, und Bitterkeit suchen.

Pois que toda criatura só alcança a evolução Denn das Wesen erlangt den Fortschritt nur

Quando a si própria depura e auxilia o seu irmão! Wenn es sich Seelisch reinigt und dem Nächsten eine Hilfe ist.

E assim ficamos cabisbaixos pensativos  Und so werden wir bedrückt und nachdenklich

Procurando lenitivos para nossa situação  Auf der Suche nach Lösung für unsere Situation

"Ahh!" “Ahh”

-Oh, Eliseu,devemos acabar com isso,  -Oh Eliseu, wir sollten damit aufhören,

E proponho simplesmente um termo pra conciliação. und schlage eine Versöhnung vor.

Vamos fechar entre nós dois um compromisso, Lass uns eine Abmachung abschließen,

Sei que será bem difícil mas não custa a intenção. ich weiß es wird sehr schwer sein, aber die Absicht kostet nichts.

Para testarmos a nossa calma, o nosso vício, Um unsere Ruhe, unsere Sucht zu testen,

Voltaremos genro e sogra numa outra encarnação! Werden wir als Schwiegersohn und Schwiegermutter ins Leben zurückkehren!

" esse cara tá louco!" „Dieser Typ spinnt!“

Para testarmos nossa calma,nosso vício, Um unsere Ruhe, unsere Sucht zu testen

Voltaremos genro e sogra numa outra encarnação! werden wir als Schwiegersohn und Schwiegermutter ins Leben zurückkehren!

ISSO NÃO VAI DAR CERTO NÃO!!! DAS WIRD NICHT GUT GEHEN!

„Ahh!“, Dieser Typ spinnt!“

Terminando as atividades do primeiro dia do IX Encontro Espírita Alemão e Comemoração do seu Jubileu - 10 anos do Grupo SEELE, fomos surpreendidos com uma magnífica apresentação de diversas canções "Engellider" – Canções dos Anjos-, acompanhadas ao som do violão do compositor Ulrich Wilke e em seguida fez  uma apresentação com um antiga guitarra Chinesa de nome "Harfe", -momentos preciosos para o acalento das nossas almas.

Voçês pensaram que terminaram aí as atividades de Estudos e Confraternização do Evento? –Não! Na Cantina foi servida uma quentinha e deliciosa sopa “Creme Kürbis Suppe”-, Sopa Cremosa de Abóbora, para esquentar os corpos e os corações, onde nos despedimos para as atividades do domingo.

Márcia Prata

Alguns momentos do IX ENCONTRO e Jubileu DO SEELE: clique na foto para ampliá-la.

IX ENCONTRO ESPÍRITA 014  IX ENCONTRO ESPÍRITA 031 IX ENCONTRO ESPÍRITA 024 IX ENCONTRO ESPÍRITA 032

IX ENCONTRO ESPÍRITA 042 IX ENCONTRO ESPÍRITA 044 IX ENCONTRO ESPÍRITA 047 IX ENCONTRO ESPÍRITA 026 IX ENCONTRO ESPÍRITA 063 IX ENCONTRO ESPÍRITA 059 IX ENCONTRO ESPÍRITA 068 IX ENCONTRO ESPÍRITA 069 IX ENCONTRO ESPÍRITA 070 IX ENCONTRO ESPÍRITA 071

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14/09/2011

Código Internacional de Doenças inclui influência dos Espíritos

 

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Dr. Sérgio Felipe de Oliveira com a palavra:

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

A obsessão espiritual como doença da alma, já é reconhecida pela Medicina. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.

No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde 1998, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.

Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.

Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado de transe, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.

O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.

Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.

Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos - nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual.

Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.

O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.

Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.

Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.

Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de "psicóticos" por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico (muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).

Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

*Dr. Sérgio Felipe é médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP.

Texto de Osvaldo Shimoda- Somos Todos Um

RESPOSTAS DE DEUS

Eis algumas das respostas de Deus, nos fundamentos da vida,

através da Misericórdia Perfeita:

o bem ao mal;

o amor ao ódio;

luz às trevas;

equilíbrio à perturbação;

socorro à necessidade;

trabalho à inércia;

alegria à tristeza;

esquecimento às ofensas;

coragem ao desânimo;

fé à descrença;

paz à discórdia;

renovação ao desgaste;

esperança ao desalento;

recomeço ao fracasso;

consolo ao sofrimento;

justiça à crueldade;

reparação aos erros;

conhecimento à ignorância;

bênção à maldição;

amparo ao desvalimento;

verdade à ilusão;

silêncio aos agravos;

companhia à solidão;

remédio à enfermidade;

e sempre mais vida nos processos da morte.

Efetivamente, podemos afirmar que Deus está sempre ao nosso lado,

mas pelas respostas de Deus, no campo da vida, ser-nos-á possível medir sempre as dimensões de nossa permanência pessoal ao lado de Deus.

ANDRÉ LUIZ

(Respostas da Vida, 40, F. C. X9

08/09/2011

AMOR E CARMA

 

Muitas criaturas se ligam a outras por impositivos da Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o

credor se una ao devedor de si mesmo.

Nas dificuldades de relacionamento, costuma-se evocar esse princípio como justificativa para as desavenças domésticas, porém, deve-se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e que não estão relacionadas com o modo de ser do outro.

O casamento é portal de crescimento, qualquer que seja o passado dos cônjuges.

Ligar-se a alguém é sempre opção de cada um, sem que signifique necessariamente anterior ligação cármica.

Quando o amor está presente numa relação, ele é capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o

indivíduo não projete no outro suas próprias imperfeições.

O amor transcende a matéria da carne renascendo a cada nova etapa da Vida do espírito.

Os vínculos afetivos entre as criaturas se fortalecem a cada encarnação, objetivando o amor puro e sincero.

Os vínculos que firmamos numa encarnação não quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores.

O verdadeiro amor não se acaba nem diminui com a convivência do ser amado com outrem.

Casar com alguém não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações futuras.

Os vínculos se fortalecem pelo amor, porém, podemos estar ligados a alguém se o agredimos numa existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente de nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo.

Entregar-se ao comando do amor é libertar-se dos atavismos que nos prendem ao sofrimento.

Quem se deixa viver pelo amor alcança a plenitude libertando-se de carmas passados, entendendo o sofrimento como processo educativo salutar.

Transformar seu carma negativo em positivo é colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior.

Só o amor pode mobilizar e alterar o destino no sentido do crescimento espiritual.

O amor nunca se acaba.

Por mais inconseqüentes sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece, desculpando e amparando o ser amado que momentaneamente desequilibrou-se.

Quando o amor já vem ferido de outras vidas, costuma reaparecer nas uniões provacionais.

Se você se encontra nessa situação, verifique o que ainda não aprendeu com a nova união.

É importante fazê-lo antes que seja tarde, para sua felicidade.

As uniões ditas cármicas podem se tornar uniões felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e

a tornar o outro feliz.

Repense sua união a fim de não ter que retornar nas mesmas circunstâncias.

Se você não mais deseja reencarnar na companhia de determinada pessoa, não a agrida.

Termine a relação sem gerar carma negativo.

Aprenda a conviver, como amigos.

Perceba que o amor de Deus coloca a serviço do ser humano sua misericórdia, para diminuir os efeitos das

atitudes negativas do passado, permitindo-lhe sua recuperação.

Não espere tempo algum para ajudar alguém com seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja

sofrimento para o progresso espiritual dele.

Se possível,diminua aquele sofrimento.

Aprende você e aprende o outro.

Ninguém é dono da vida de ninguém.

A desencarnação promove a alforria necessária para muitos indivíduos que se sentem presos na vida a alguém.

Liberte-se libertando o outro da posse excessiva.

Não se obrigue a vincular-se a alguém por pena ou piedade.

Verifique suas necessidades evolutivas e o bem que você poderá fazer ao outro lhe permitindo sentir-se em

igualdade de condições com seus semelhantes.

Se a vida o colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados, faça-o com consciência de seu papel e de sua responsabilidade.

O carma do filho deficiente coloca frente a frente antigos amores e, às vezes, antigos desafetos.

A mãe que se dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca acima de tudo o amor pelo seu filho que é diferente dos outros.

Não guarde mágoa em seu coração.

Não o manche com a tinta negra do ódio.

O verdadeiro amor não se magoa, pois compreende a atitude do outro, própria de seu nível de evolução.

Jesus reencarnou sem carma para nos ensinar, através de sua mensagem, como

aprender com nossos equívocos do passado.

* * *

Autor: Adenáuer Novaes

Livro: Sempre o Amohttp://www.biblioteca.radiobomespirito.com

06/09/2011

AMOR A SI MESMO

amor a si msm

Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo é a
máxima fundamental do saber humano. É um dos
princípios básicos do cristianismo e que resume toda a
mensagem de seu Augusto Autor. Esta é regra áurea para
uma convivência harmônica com o outro e consigo
mesmo.
O amor a si mesmo é essencial para o equilíbrio
psíquico do ser humano na Terra. Sua harmonia vital só é
possível graças ao amor que se autodedica. Amar a si
mesmo é perceber-se como ser no mundo. Quem não se
ama acaba por morrer, acreditando que a vida não tem
sentido.
Aceitar-se é condição fundamental para a
continuidade da coesão interna do ser pensante. O
aparelho psíquico humano utiliza-se da energia da libido
para sua dinâmica e ela se alimenta do amor do Eu
Superior a si mesmo.
Amar-se é autovalorizar-se sem exceder-se no culto
à própria personalidade. Essa valorização pressupõe a
aceitação de si mesmo com suas virtudes e defeitos.
Aceitar-se como pessoa, percebendo seus limites e
possibilidades.
A depressão advém da não aceitação de si mesmo
como se é, além de um alto nível de exigência em relação
às atitudes pessoais. Geralmente essa depressão vem
quando o indivíduo tem pena de si próprio e acredita que
há uma injustiça contra sua vida. Ele espera que alguém o
observe e o ajude a sair da situação em que se encontra,
como se fosse uma criança que espera ansiosamente o colo
de mãe.
Os sentimentos depressivos em geral se aliam aos de
incapacidade de lidar com suas imperfeições, com sua
sombra. A percepção de seus próprios defeitos, amando-se
no nível de evolução em que a criatura se encontra, é
passo decisivo para a saída do conflito depressivo.
Perceber sua sombra inconsciente, que contém os
aspectos negativos e ocultos da própria personalidade,
aceitando-os e entendendo-os como fatores dinâmicos do
ser, é parte do processo de autoconhecimento que não se
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pode desprezar. É importante usar tais aspectos negativos,
descobrindo os ocultos, em favor de seu próprio
crescimento.
Vença a depressão com o amor a si mesmo, não se
entregando ao derrotismo nem as falsas influências e
armadilhas psíquicas que nos arrojam ao derrotismo e ao
complexo de inferioridade.
Os defeitos que assinalamos em nossa
personalidade, presentes em todo ser humano, constituem
sinais pelos quais devemos iniciar o processo inexorável
de autoconhecimento e autodescoberta do Eu Superior.
Amar-se é fundamental para o crescimento pessoal
face aos desafios da convivência com o outro. Deus não
nos fez aos pares e nem clones uns dos outros. Conviver,
portanto, é desafiar o sentido intrínseco da
individualidade.
O caminho para o amor a si mesmo é a observação
de suas próprias atitudes e os reflexos que elas causam nos
outros. O outro é um espelho vivo para o conhecimento
que precisamos ter sobre nós mesmos.
Para a compreensão do mecanismo do amor a si
mesmo é fundamental separarmos o que pertence ao ser
eterno, imortal e individualizado, daquilo que é da
influência coletiva, oriundo das sucessivas experiências
reencarnatórias.
Somos seres coletivos e individuais ao mesmo
tempo. O outro nos estrutura como ser no mundo. Sem o
tu não há o eu nem o nós.
O amor a si mesmo nos faz enxergar o ser imortal
que somos, enquanto que com a convivência, assimilamos
atitudes que nos tornam coletivos, sem nos tirar a
percepção de nossa própria construção individual.

Nem sempre conseguimos vencer a rejeição à nossa
maneira de ser. Geralmente isso se dá pela falta de autoestima,
a qual nos coloca em paz com nossa consciência
pelo sentimento de igualdade para com os outros.
Estimamo-nos porque somos iguais aos outros. Essa
linha de pensamento nos leva à percepção de que temos os
mesmos defeitos e virtudes do outro. Somos o que somos
e o que nos distingue uns dos outros é o amor de Deus em
paralelo ao amor a nós mesmos.
O amor a si mesmo nos revigora a alma e nos torna
mais entusiasmados a viver e a realizar. Mesmo que você
não consiga enxergar o valor de sua vida, certamente ela o
tem para alguém e principalmente para Deus que é o
criador de sua vida.
Não se entregue à desvalorização de si mesmo. Não
permita que forças ocultas penetrem no seu psiquismo e o
coloquem como a última das
criaturas. Para Deus, cada
um de nós é alguém em especial.
O amor a si mesmo é conscientizado no amorpróprio
que nos coloca em condições de viver liberto de
relações estagnantes e que nos anulam na vida.
Jesus demonstrou o amor a si mesmo quando
renunciou a ferir, imolando-se em favor da
humanidade e pela equivalência entre suas
atitudes e suas palavras
.

Autor: Adenáuer Novaes

Livro: Sempre oAmor  http://www.biblioteca.radiobomespirito.com

04/09/2011

Os fins não justificam os meios

eventos pagos

“As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.” - Jesus (Mateus, 8:20)

Uma das bênçãos concedidas a nós pelo Pai Celestial, o livre-arbítrio, permite-nos avaliar caminhos, ponderar alternativas e escolher o que entendemos ser o melhor para o momento. Sublime instrumento evolutivo, através dele tornamo-nos responsáveis por nosso destino e por toda influência por nós exercida no meio que nos envolve. É nas tessituras das relações que vamos montando o grande tapete da vida, no qual cada fio vai se envolvendo a outros fios, dentro do divino caminho da construção de nós mesmos e do mundo que habitamos.
Jesus, assim como nós, exerceu seu livre-arbítrio, desde antes a sua vinda ao plano carnal. Programou o local, a época de Seu nascimento e Sua missão, ensinando-nos através de suas escolhas o melhor roteiro para nossas próprias decisões.
Poderia ter escolhido o berço intelectual da antiga Grécia para enriquecer-nos com sua filosofia excelsa. Poderia, ainda, ter optado pelo berço rico da pomposa Roma, estando próximo aos “senhores do mundo”, que imperavam absolutos no tempo antigo. Mas não. Preferiu a manjedoura, numa cidade de pouca expressão, sob domínio de outra civilização, num país árido e descontente, em uma época de grandes dificuldades em diversos setores da vida humana.
Diz-nos Emmanuel que “ninguém mais humilde que Ele, o Divino Governador da Terra. Podia eleger um palácio para a glória do nascimento, mas preferiu sem mágoa a manjedoura simples. Podia reclamar os princípios da cultura para o seu ministério de paz e redenção; contudo, preferiu pescadores singelos para instrumentos sublimes do seu verbo de luz”. (Emmanuel, p. 43)
Através das escolhas de Jesus, podemos sondar nossas próprias escolhas.
Foi Ele o exemplo de simplicidade, de humildade, de fé. Não buscava destaques, embora sua Luz nunca tenha passado despercebida. Utilizava-se da natureza para ensinar, conduzindo seu rebanho pelos caminhos da Boa Nova, indicando que deveriam guardar o tesouro do coração nos bens imperecíveis do Espírito imortal.
Lançou ao mundo a maior de todas as Doutrinas, pedindo aos companheiros que confiassem no Pai amoroso, pois que nada lhes faltaria pelo caminho desértico da divulgação daquelas sublimes ideias.
Com Ele aprendemos que todo o homem inclinado ao Bem é e sempre será socorrido pelas forças do bem, sendo que o bem não se alia ao mal para seus fins.
O Mestre não defendeu a utilização de comércio na Casa do Pai para justificar os gastos da Casa material. Também não aconselhou que seus seguidores juntassem dinheiro para seguirem pregando, em Seu nome, pelo mundo antigo. Tampouco optou por conchavos com os Fariseus para que a Boa Nova fosse aceita.
Proclamou que o Reino dos Céus é para os simples, os humildes, os mansos.
Nós, os espíritas da atualidade, na certeza de que aqui estamos com o objetivo maior de fazer reviver o Cristianismo Primitivo, precisamos focar a imprescindibilidade da vivência dos exemplos de Jesus. “Os tempos são modernos, mas a verdade é única!” (Pereira, 2010). Não podemos divulgar a Doutrina que abraçamos, utilizando-nos, para isso, de meios antidoutrinários, anticristãos.
Muitos espíritas, no afã de angariarem fundos para a manutenção das Casas onde atuam, com a ideia de que devem aumentar as fontes para a ajuda das pessoas financeiramente carentes, esquecem-se de preceitos básicos, abraçando a prática de rifas, bingos, palestras cobradas, congressos gigantescos e caros, venda de livros não espíritas que trazem conceitos estranhos ao Espiritismo, etc.
Como poderíamos justificar o uso de jogos de azar para soerguimento de recursos para manutenção de uma Casa Espírita?
Como poderíamos defender a ideia de se cobrar de um irmão do caminho determinado valor para que ele possa conhecer as Leis de Deus?
Como poderíamos admitir personalismos deprimentes dentro do Movimento, diante dos exemplos deixados por Jesus? Teria Ele destacado algum de seus seguidores?
Disse-nos, ao contrário, que aquele que quiser ser o primeiro que seja o ultimo e que aquele que quiser ser o maior, que seja o mais humilde...
Meus irmãos! Acordemos! Mais que isso: Confiemos! Deus nunca nos desampara na causa do Bem! Deixemos de lado a ilusão de que precisamos de meios escusos para realizar o bem no mundo! O próprio Mestre nos deu as diretrizes com relação a estas questões: “Também vós não indagueis o que comer, o que beber; não estejais inquietos. Pois estas coisas as nações do mundo buscam, mas vosso Pai Celestial sabe que necessitais disto. Todavia, buscai primeiramente o Reino Dele, e estas coisas vos serão acrescentadas”. (Lucas, 12: 29 a 31)
Chico Xavier, nos primórdios de seu apostolado mediúnico e caritativo, quando visitado pela Benfeitora Espiritual Isabel de Aragão, que lhe pediu para que doasse pães aos pobres daquela cidade, sentiu medo. “- Senhora, sou pobre e nada tenho par dar. Que auxílio poderei prestar aos mais pobres do que eu mesmo?” . – (...) quase sempre não tenho pão para mim. Como poderei repartir pães com os outros?... A dama sorriu e esclareceu: "Chegará o tempo em que você disporá de recursos. Você vai escrever para as nossas gentes peninsulares e, trabalhando por Jesus, não poderá receber vantagem material alguma pelas páginas que você produzir, mas vamos providenciar para que os Mensageiros do Bem lhe tragam recursos para iniciar a tarefa. Confiemos na Bondade do Senhor". (Neto, 1992).

Nunca lhe faltaram os recursos para manter a Casa onde realizou abençoada tarefa durante todos os anos de sua vida. Nunca soubemos de Chico vendendo cartelas de rifas, bingos ou participando de palestras cobradas para realizar seu trabalho. Escrevia livros e doava seu esforço cristão ao bem. Defendia a literatura barata, o livro simples, a pureza doutrinária, os encontros à sombra do abacateiro. Auxiliou verdadeiras multidões, mantendo-se dentro da simplicidade, sua marca inconfundível de trabalhador do Cristo.
Jorge Hessen, comentando sobre a grave questão das palestras espíritas pagas, diz-nos que “é evidente que essas práticas, em nome de Kardec, têm fragilizado as bases da Doutrina dos Espíritos, provocando rachaduras no edifício doutrinário. Há desmesurada distância entre aqueles simples bancos e cadeiras de madeira do Grupo Espírita da Prece de Uberaba e os soberbos hotéis que servem de tablado para espetáculos de oradores que, absortos em suas insânias dinásticas, veiculam temas decorados apoiados nas suas memórias privilegiadas”. (Hessen, 2011)
Ponderemos que, assim como o saudoso Chico, Francisco de Assis, Gandhi, Buda, Yvonne Pereira, irmã Dulce e tantos outros exemplos a serem seguidos, nos deram seu recado de confiança e postura do verdadeiro filho de Deus.
Estudemos esses Espíritos. Estudemos Kardec! Estudemos Jesus!
Deixemos de lado as práticas complicadas. Não precisamos destes caminhos para realizarmos o bem. O bem é simples e puro. Ele é confiança e calma.
Auxiliemos com o recurso de que dispomos. Sempre que for o momento de o trabalhador sincero e atento agir, o campo lhe será apresentado. Trabalhemos confiantes, exercitando nosso livre-arbítrio com sabedoria, com sensatez. Pois, assim como nos alerta o confrade Jorge Hessen, “menos pesa na consciência o epíteto de puritanos do que de vendilhões das coisas santas!”
(Hessen, 2011) -CLAUDIA GELERNTER
Referências  bibliográficas:

CRISTIANO, E./ Yvonne Pereira; A Pena e o Trovão; A Importância do Conhecimento Espírita, p. 46; Campinas, SP, Ed. Allan Kardec, 2010.
HESSEN, J. Puritanos ou Vendilhões? Eis a questão! Artigo disponível em blog, através do link http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2011/05/puritanos-ou-vendilhoes-eis-grave.html, acessado 16 de maio de 2011.
LUCAS, 12: 29 a 31. O Novo Testamento, tradução do grego para o português por
Haroldo Dutra, Ed. CEI, Brasília, DF, 2010
MATEUS, 8:20. O Novo Testamento, tradução do grego para o português por Haroldo Dutra, Ed. CEI, Brasília, DF, 2010
NETO, G. L.; Chico Xavier - Mandato de Amor, Ed. União Espírita Mineira, 1992.
XAVIER, C. F. Antologia Mediúnica do Natal; Humildade Celeste, pelo Espírito Emmanuel, Ed. FEB, Brasília, DF, 4ª edição, 1998http://www.oconsolador.com.br/ano5/225/claudia.html

DEFINIÇÃO

 baile

Disse alguém que a permanência na Terra é semelhante a um baile de máscaras, em que alguns entram, enquanto outros saem.

Para mim, no entanto, que me consagrei ao teatro na última romagem por aí, suponho mais razoável a comparação do mundo a velho e sempre novo cenário, onde representamos nossos papéis, ensaiando para exercer funções gloriosas de almas conscientes na eternidade.

Cada existência é uma parte no drama evolutivo. Cada corpo é um traje provisório, e cada profissão uma experiência rápida.

A vida é a peça importante.

O período de tempo, que medeia entre uma entrada pelo berço e uma saída pelo túmulo, é precisamente um ato para cada um de nós no conjunto.

Muito importante é a arte de viver cada qual o seu próprio papel.

Há lamentáveis distúrbios, no elenco e na platéia, sempre que um dos artistas invada as atribuições do colega no argumento a ser vivido no palco, sobrevindo verdadeiras calamidades, com desagradável perda de tempo, em todas as ocasiões em que se despreze aquela norma.

A representação reclama inteligência, fidelidade, firmeza, emoção e eficiência, com aproveitamento integral dos lances psicológicos, e alta capacidade de autocrítica.

Nunca chorar no instante de rir e jamais sorrir no momento da lágrimas.

Providenciar tudo a tempo.

Tonalizar a voz e medir os gestos, para não converter a tragédia em truanice; respeitar as convenções estabelecidas, a fim de que o artista não desça da galeria do astro ao terreiro do bufão.

Segundo o parecer dos sensatos homens da antiguidade, o sapateiro não se deve exceder no salão do pintor, e o pintor, a seu turno, precisa comedir-se na tenda do sapateiro.

Encarnando um juiz, um político, um sacerdote, um beletrista, um negociante ou um operário, não será aconselhável apresentarmos obra muito diferente do trabalho daqueles que nos precederam, investidos em obrigações idênticas: correríamos o risco da excentricidade e do apedrejamento.

Compete ao nosso bom senso talhar o figurino, tendendo para o melhor, sem escandalizar, contudo, os moldes anteriores.

O comerciante não deve absorver o papel do filósofo, embora o admite e lhe siga as regras. O homem de idéias, por sua vez, não deve furtar o papel do mercador, apesar de convidá-lo à meditação.

Atulhando o edifício em que funciona o teatro, há sempre grande massa de bonecos, no almoxarifado da instituição. É a turba compacta de pessoas que nada fazem pela própria cabeça, constituída por ociosos de todos os feitios, a formarem o “grand-guignol” da vida comum, habitualmente manejados por hábeis ventríloquos da inteligência.

E, enchendo o subterrâneo ou cercando as gambiarras e os tangões, temos o exército dos que arrastam escadas e pedras, móveis e cortinas, na qualidade de tecelões do verdadeiro urdimento para as mutações necessárias. São eles os espíritos acovardados ou preguiçosos, que renunciam ao ato de escolher o próprio caminho e que abominam o conhecimento, a elevação e a aventura, entronizando o comodismo em ídolo de suas paixões enfermiças. Demoram-se longo tempo na imbecilidade e na teimosia, suportando pesos atrozes pela compreensão deficiente.

No proscênio, focalizados por luzes de grande efeito, movimentam-se os atores e as atrizes da ação principal. São pessoas que se impõem no palco vivo. Discutem. Apaixonam-se. Gritam. Criam emoções para os outros e para si mesmos. Agitam-se, imponentes, na grandeza ou na miséria, na glória ou na decadência. Respiram, conscientes da missão que lhes cabe.

São geralmente calmos na direção e persistentes na ação. Transitam, através dos bastidores, obstinados e serenos, com segurança matemática. Pronunciam frases bem meditadas, usam guarda-roupa adequado e não traem a mímica que lhes compete.

Homens e mulheres, acordados para a vida e para o mundo, caminham para os objetivos que traçaram a si mesmos. Entre eles vemos príncipes e sábios, rainhas e fadas, ricaços e pobretões, poetas e músicos, comendadores e caravaneiros, noivas e bruxas, artífices e palhaços. Com diferenças na máscara e no coração, cada um deles funciona dentro da posição que a peça lhes designa. Cada qual responde pela tarefa que lhe é peculiar.

O espírito, que, durante alguns dias, desempenhou com maldade e aspereza a função da governança, volta à mesma paisagem na situação do dirigido. O juiz que interferiu, indebitamente, no destino de muitas pessoas, regressa ao palco nalgum caso complicado, para conhecer, com mais precisão, o tribunal onde colaborou vestindo a toga, depressa restituída a outros julgadores. O operário inconformado, que se entrega à indisciplina e à rebelião, volta, às vezes, ao grande teatro da vida, exibindo o título de administrador, a fim de conhecer quantas aflições custa o ato de responsabilizar-se e dirigir. O médico distraído na ambição do lucro efêmero volve em algum catre de paralítico, de modo a refletir na importância da Medicina. Sacerdotes indiferentes ao progresso das almas retornam curtindo a desventura dos órfãos da fé. Homens endemoninhados, que atravessam a cena quais faunos bulhentos, perturbando as ninfas da virtude e impossibilitando-lhes o ministério maternal, não raro se vestem com trajes femininos e comparecem, de novo, ao palco, sabendo, agora, quanto doem na mulher o abandono e o menosprezo, a ironia e a humilhação.

O papel mais pesado é sempre aquele que se reserva aos heróis e aos santos, porque esses atores infelizes vivem cercados pelas exigências do teatro inteiro, embora, no fundo, sejam também personalidades frágeis e humanas.

O que conforta de maneira invariável é que há lugar e missão para todos. Cada criatura dá espetáculo para as demais. Entretanto, para a tranqüilidade de todos, ninguém se lembra disso. E a peça vai sendo admiravelmente representada, sob recursos de supervisão que estamos muito longe de aprender.

Eis-me, pois, amigo, nestas páginas, que estimularão entre as pessoas sensatas a certeza da sobrevivência da alma.

Não tenho qualquer mensagem valiosa a enviar-lhe. Digo-lhe apenas, usando a experiência pessoal que o tempo hoje me confere, que esse mundo é, realmente, um grande teatro. Represente o seu papel com serenidade e firmeza e, decerto, você receberá tarefa mais importante no ato seguinte.

Pelo Espírito Leopoldo Fróis – Do livro: Falando à Terra, Médium: Francisco Cândido Xavier.