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05/11/2012

Sonhos, Mensagens da Alma

sonhos

O Espírito, em sua jornada evolutiva, experimenta diferentes graus de emancipação quando está vinculado ao corpo físico. Um deles ocorre quando experimenta o sono do corpo, desprendendo-se dele para, em corpo espiritual, relacionar-se com outros em sua dimensão de origem. Quando retorna e desperta no corpo físico, traz suas impressões no formato de sonhos. Mas os sonhos não são apenas o resultante das vivências do espírito quando o corpo físico dorme. São também resultantes dos processos psíquicos oriundos do Inconsciente que, por compensação e complementaridade, inundam o campo da Consciência. A linguagem dos sonhos, com suas imagens, é simbó-lica, carecendo de decodificação para seu entendimento. Graças às pesquisas de Asserisnky e Kleitman, em 1953, a respeito do sono, descobriu-se que todos sonhamos e que sua ocorrência pode ser fisicamente detectada no chamado sono REM. C. G. Jung dizia que os sonhos não mentem nem falseiam e que são uma realidade do sonhador, trazendo valiosas informações sobre seu estado psíquico. Geralmente, quando o sonhador tenta interpretar seus sonhos, comete o equí-voco de fazê-lo segundo uma lógica da consciência que aponta para uma teleolo-gia utópica de que algo fatal poderá lhe acontecer. Os sonhos trazem informações importantes sobre o passado, o presente e as probabilidades quanto ao futuro, sob o ponto de vista do psiquismo que os gera. Em muitos casos, apresentam uma ou mais situações de conflito que denunciam o núcleo central da mensagem que querem transmitir ao ego. Fundamental é o entendimento de que a interpretação de seu significado pode ser de grande utilidade ao ser humano, principalmente quando se compreende o paradoxo que geralmente apresentam. Uma particularidade pode ser percebida nos chamados sonhos espirituais, cuja característica básica é a presença de espíritos desencarnados. Tais sonhos, em geral, se tratam de encontros com aque-les que já não mais se encontram em corpo físico e que mantêm contato com encarnados, testemu-nhando a continuidade da vida além da matéria. Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, informa que sonhar com desencarnados é um tipo de mediunidade.

Adenáuer Novaes                                                                 Psicólogo Clínico

Q.401 - Durante o sono, a alma repousa como o corpo?

“Não, o Espírito jamais está inati-vo. Durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.

Q.402 - Como podemos julgar da liberdade do Espírito duran-te o sono?

“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro…”

Q.404 - Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos?

“Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledadores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito tem realidade, porém que, frequente-mente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corpo-ral...”

Allan Kardec                                                                                 O Livro dos Espíritos, 79ªed, Feb

Dormir: O Despertar Integral

Considerando que passamos, quase um terço das nossas vidas, dormindo, será que esse processo é apenas fisiológico, ou existe um significado mais profundo no ato de dormir?

Na visão espírita, dormimos não apenas para descansar o corpo, pois “adormecendo o homem, o espírito desperta”, conforme esclarecem os Espíritos na Q.416 de O Livro dos Espíritos. Explicam, adicionalmente, que esse processo serve como treino para a morte, pois o Espírito viven-cia, em parte, o que irá ocorrer após a desencarnação. É que, durante o sono, o espírito tem um vislumbre dos círculos da vida, que se desdo-bram além do plano físico, e pode ir neles se exercitando dia a dia, até o desenlace final.

De acordo com Joanna de Ângelis, durante o sono “a vida é mais espiri-tual do que física, enquanto na vivên-cia da ação corporal invertem-se os valores.” Exercitamos, pois, a reali-dade espiritual, muitas vezes com a percepção tolhida do ego ainda ima-turo.

Mas será que tiramos proveito efetivo dessa viagem? Isso varia de acordo com o nosso grau de con-sciência. É que transitamos no mun-do em graus variados de consciência,

desde a consciência de sono, até a consciência cósmica. Alguns, apesar de despertos no corpo, encontram-se em estado de sono profundo da consciência e não conse-guem perce-ber os fenô-menos da vida além dos seus sentidos físicos. Guia-dos quase exclusiva-mente pelos intuitos egoi-cos, não se dão conta da realidade espiritual que nos cerca, e permanecem “dormindo” por longo tempo, até que decidam por desper-tar.

Quando conseguirmos nos liber-tar das sombras em que nos encon-tramos, ampliando as lentes do espírito que somos, entenderemos que dormir é muito mais do que descansar: é a possibilidade do despertar integral. Despertar para a vida e para as inúmeras possibilida-des de crescimento que nos cercam; despertar para a realidade que nos aguarda após a vida física; desper-tar para esse um terço de vida que desperdiçamos e que possibilita nos conhecer e viver a realidade do espírito que somos.

Iris Sinoti                                                                               Terapeuta Junguiana -

Sonhos Fisiológicos, Psicológicos e Espirituais

A causa dos sonhos e o seu signi-ficado sempre foram motivo de grande curiosidade e preocupação. Em O Livro dos Médiuns, Allan Kar-dec destaca que a Ciência de seu tempo jamais explicou as origens de tais fenômenos. As explicações atuais, ainda incompletas, que con-sideram apenas as razões psicofisio-lógicas – enfermidades, transtornos psíquicos, condições de vida profis-sional e econômica, influências relativas aos costumes da moderni-dade, tais como o uso de drogas lícitas e ilícitas, a sexualidade como produto descartável, as ansiedades e o stress gerados por todo esse processo, acrescidos às condições políticas mundiais a nos trazerem expectativas com relação ao futuro – realmente originam sintomas, os mais diversos, a refletirem na quali-dade do sono. Porém, o que a Ciên-cia insiste em ignorar são as razões espirituais – experiências contun-dentes relacionadas às vidas anteri-ores que interferem nos relaciona-mentos e comportamento da exis-tência atual, as influências de men-tes e emoções de desencarnados sobre os indivíduos, estejam ou não relacionadas diretamente às suas ações pregressas, além de conflitos de ordem interna relativos à sua própria herança genética.

Com O Livro dos Espíritos, ques-tões 400 a 412, deduzimos: somos herdeiros de nós mesmos, ou seja, a nossa história se repete porque insistimos em desempenhar os mesmos personagens. O atual mo-mento é de reflexão e de mudanças na maneira de agir e de pensar e de, sem receios, desenvolvermos valores e virtudes. Este é o cami-nho.

Sonia Theodoro da Silva

Pesadelos

Até que ponto podemos fugir de nós mesmos? Terá a Vida mecanis-mos para nos despertar de nosso sono psicológico profundo? Nosso livre arbítrio é interrompido durante o sono físico? Todos nós sonha-mos, no entanto, nem todos nos lembramos de nossos sonhos ou gostamos de sonhar. Sonhar é simplesmente continuar a viver, entrando em contato com dimen-sões intrapessoais frequentemente esquecidas. Pesadelos podem ser resultado das experiências inconsci-entes não processadas ou do reen-contro com companheiros encarna-dos e desencarnados através do desprendimento parcial que ocorre no sono físico. Mantendo nosso livre arbítrio, escolhemos com quem sintonizamos e para aonde nos encaminhamos. Por outro lado, somos beneficiados com experiên-cias do nosso inconsciente que podem ser interpretadas como pesadelos e que nos permitem despertar para a imortalidade da alma. Independente da sua natu-reza, o pesadelo sempre apresenta convite da Vida para o autoencon-tro. O pesadelo sempre fala de nós para nós, sendo representação interna do próprio ser. Analisá-lo com humildade e coragem, supe-rando o medo inicial, denota opor-tunidade de crescimento, por apre-sentar experiências que necessitam de uma abertura consciencial para seu entendimento e reintegração. A preparação para um sono tran-quilo através da prece, de ativida-des e pensamentos elevados, inclu-indo a leitura salutar, optando por sintonizar com os benfeitores espi-rituais, se faz essencial para que possamos aprender, servir e evolu-ir durante o descanso físico.

Karina Cardoso                                                                            Psicoterapeuta

Estados Diferenciados de Consciência

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, afirma que “o homem traz em sua consciência a lei de Deus”, e que essa consciência é preexistente ao homem encarnado, portanto, atributo do Espírito.

O bioquímico Robert De Ropp in-cluiu, em seu campo de pesquisas científicas, o estudo dos estados alte-rados de consciência. Em 1968, inspi-rado por George Ivanovitch Gurdjieff, propôs a Psicologia Criativa como um método de amplia-ção da consciência, que integra informações das experi-ências acumuladas.

Na estrutura da vida psíquica do indivíduo, a consci-ência do eu pode mudar de nível, desde os mais pri-mitivos aos trans-cendentes, seguin-do a sua atualiza-ção natural, propici-ando maior lucidez e integração.

Em uma análise embasada no siste-ma de psicologia e espiritismo, os diferentes estados de consciência se evidenciam pelos seguintes níveis:

Primeiro – o sono sem sonhos – há uma total ausência de idealismo e o ser é mais fisiológico do que psicológi-co. Dorme, come, procria, e a ausên-cia da vontade contribui para o lento avanço do instinto à conquista da lógica e da razão.

Segundo – o sono com sonhos – surgem os primeiros sinais de idealis-mo, de interesse. O ser libera clichês, passando pelas fases dramáticas, os pesadelos, os pavores; depois, os da libido e os reveladores.

Terceiro – o sono acordado – o ho-mem começa a se observar e a obser-var o outro, ampliando o grau de rela-cionamento social e emocional, no

qual a determinação e a vontade conduzem o ser à descoberta da finalidade da sua existência, ao autoencontro.

Quarto – transcendência do eu – há uma revolução da consciência, objetivando à interiorização para a percepção subjetiva da realidade. Escolhendo a conduta cristã como mecanismo facilitador da evolução, supera conflitos, angústias e não se identifica com conteúdos psicológi-cos afligentes. Tão natural se torna-rá a vivência nesse estado de cons-ciência que logo alcança o próximo nível.

Quinto – consciência cósmica – a sinceridade e a vontade emanam do coração, fazendo luz íntima para a compreensão da verdade, vinculan-do-se com a consciência cósmica.

Pelo autoamor, a criatura se unirá ao Criador, através das reen-carnações, efetuando a sua realiza-ção profunda, pois quem se ilumina sente e irradia amor.

Evanise M Zwirtes                                                                       Psicoterapeuta

Sonhos no Processo de Individuação

Ao longo da história da humanidade, várias culturas dedicaram-se ao estudo e observação dos sonhos na tentativa de desvelar o seu significado. Há relatos de templos dedicados à cura na antiga Grécia – em homenagem ao deus Asclépio – porque os gregos acreditavam que os deuses neles se manifestavam com as respostas necessárias para que a cura se estabelecesse. No Egito, encontramos os relatos bíblicos de José, que, ao decifrar corretamente os sonhos do rei, conseguiu não somente salvar a própria vida como também poupar o Egito de passar por graves dificuldades.

Milênios mais tarde, a psicologia voltaria a se interessar pelo fenômeno onírico, chegando Sigmund Freud a encontrar nos sonhos “ a estrada real para o inconsciente.” Apoiado nas descobertas do pai da psicanálise, mas chegando a interpretações e conclusões que ampliavam o olhar além da sexualidade humana, Jung concluiu que “dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos. Ele fala conos-co através dos sonhos.”

Foi na observação atenta dos sonhos dos seus pacientes (Jung julga ter analisado por volta de 80 mil sonhos) que ele descobriu um papel fundamental dos sonhos na psique: eles estão a serviço do nosso processo de individuação, segundo o qual o indivíduo desenvolve as suas potencialidades e faz emergir, à consciência, sua personalidade como um todo. Traduzindo para a visão espírita, os sonhos estão a serviço do espírito em sua jornada evolutiva.

Recordo-me, certa feita, que estava numa grande dúvida sobre qual caminho seguir no trabalho ao qual me dedicava. Deveria permanecer em um tipo de atividade ou seguir um novo rumo? À noite, em prece, solicitei amparo à espiritualidade; uma luz, um norte que me pudesse guiar. E eis que sonho per-correndo uma estrada, com amplas propriedades dos dois lados. Ouvi uma voz que me dizia: agora novas plantações o aguardam ... Despertei. Entendi, nessa experiência, porque devemos prestar atenção aos sonhos, que conseguem revelar a nossa própria natureza, retratar nossos desejos e anseios, mostrar encontros espirituais e, acima de tudo, servir ao grande propósito de desenvolver o ser que nascemos para ser.

Cláudio Sinoti                                                                          Terapeuta Junguiano

Jornal de Estudos Psicológicos - Ano V l N° 25 l Novembro e Dezembro 2012      www.spiritistps.org - E-mail: spiritistps@spiritistps.org

09/10/2012

CRIANÇAS INDIGO E CRISTAL -informações básicas para pais

crianindigo

Informação básica para pais de Crianças Indigo/Cristal


Na interação e no cuidar da sua criança Índigo/Cristal precisam de ter em mente que a sua criança é muito diferente de vocês. O que funcionou com vocês em crianças não irá funcionar para elas.
As principais áreas a que terão de ajustarem-se são:

1. A criança Índigo/Cristal é um ser com Orientação Cerebral Direita.
2. A criança Índigo/Cristal é Super Sensível ao stress ambiental.
3. A criança Índigo/Cristal é sensível à comida e irá desenvolver frequentemente Alergias Alimentares.
O que é que isto significa para vocês?                                         

1. ORIENTAÇÃO CEREBRAL DIREITA
As crianças Indigo e Cristal operam primariamente a partir do Cérebro Direito. Isto significa que são criativos, imaginativos e emocionalmente inteligentes. Contudo, a nossa cultura é primariamente orientada pelo cérebro esquerdo, o que significa que é linear, racional e lógica.
As dificuldades surgem quando a criança entra para o sistema escolar e precisa de adaptar-se ao seu modo de funcionamento. Um “cérebro-à-direita” aprende muito depressa e muitas vezes dá pulos intuitivos que demonstram uma inteligência estonteante. Mas o sistema escolar é conduzido por um funcionamento cerebral esquerdo o qual é repetitivo, rotineiro, organizado e linear/cumulativo. Esta abordagem “mais lenta” significa que a criança começa a sentir-se aborrecida muito depressa e perde o interesse. Geralmente depois começa a procurar outros meios para estimular o seu interesse. Isto leva a que muitas Crianças Índigo sejam etiquetadas como tendo Transtorno de Défit de Atenção (TDA) ou/e Hiperatividade (TDAH) e são muitas vezes medicadas com Ritalina, quando de fato não existe nada de errado com elas a não ser aborrecimento.
Por causa da sua inteligência intuitiva, elas também podem muitas vezes ir passando os vários anos do sistema escolar sem que se apercebam que não conseguem ler ou escrever “corretamente”. Isto leva a que muitas vezes a criança seja etiquetada como disléxica, outro estigma.
Isto é muito danificante porque a Criança Indigo tem um sentido forte de ser “perfeita”, e está aqui numa “missão”. Se lhe é dito que é disfuncional ou que “há alguma coisa de errado com ela”, vai ficar traumatizada e, ou procurar a cura, ou disfarçar essa mágoa. Isto pode levar, nos anos da adolescencia, ao abuso de drogas ou a distúrbios alimentares, como meios de cura ou de esconder o trauma.
É vital e importante que a Criança Índigo ou Cristal seja reconhecida como diferente mas não disfuncional. Se a diferença for honrada e manejada, a criança irá crescer de um modo equilibrado, mas se não, irá levar à disfunção e a problemas.    

2. SENSIBILIDADE AO STRESS AMBIENTAL
A sua criança é também muito mais sensível do que o que vocês foram ou são. É a audição, a visão, e os sentidos que são muito mais desenvolvidos que os seus. Isto faz parte da mudança evolucionária, à medida que os humanos se tornam mais abertos e sensíveis.
O que isto significa é que a sua criança vai ficar estressada e perturbada por sons altos, por multidões, música aos berros e pela televisão. A sua resposta pode tanto ser fechar-se e deprimir-se, como permitir os estímulos e tornar-se hiperativa e destrutiva.
Sendo assim, a Criança Índigo/Cristal, precisa de um ambiente em casa tranquilo e calmo, com o mínimo de brinquedos, jogos eletrônicos, e engenhocas, e certamente não usar a televisão como babysitter. Existe uma correlação quase direta entre a quantidade e tipo de TV que é absorvida e o comportamento da criança.
O stress ambiental também inclui a relação entre os pais. Se existir abertura ou agressão não expressa, verbal ou não verbal, no lar, a criança irá apanhá-la e desenvolverá mecanismos disfuncionais ou defensivos. Não conseguem esconder nada de uma Criança Índigo/Cristal, ela “lê” o seu campo de energia e percebe exatamente aquilo que pensam e sentem mesmo que permaneça não dito.                                                                  

ALERGIAS ALIMENTARES
O Corpo físico de uma Criança Indigo/Cristal também é muito sensível. Muitas vezes elas não conseguem tolerar comida processada e os seus aditivos. E também reagem mal ao açúcar e a cafeína..
Isto significa que os doces, as bebidas artificialmente coloridas tortas, hamburguers, e chocolates, irão criar um comportamento hiperactivo e disfuncional na criança. Dar um chocolate, ou uma Coca-Cola, a uma Criança Índigo/Cristal é, literalmente, o equivalente a dar-lhe uma droga. O seu sistema vai reagir tornando-se sobreativo - produzindo um maior comportamento hiperativo seguido por uma queda, quando os efeitos esgotarem-se, e a criança for abaixo e sofrer de uma retirada dos sintomas do açúcar e da cafeína.
Isto pode também, significar que um dieta “normal” não será tolerada por muitos Índigos. A galinha e a carne estão cheias de hormonios, antibióticos, e químicos, e a maior parte da comida embalada e processada, que se compra nos supermercados, também contêem químicos que podem não ser tolerados. Somando a isto, a criança pode ser intolerante ao trigo e a laticínios, produzindo sintomas como eczemas, problemas digestivos, sinusite e desordens relacionadas com a garganta, ouvidos e nariz.
Linhas de Orientação para Lidar com estes Problemas    

EDUCAÇÃO
A sua Criança Indigo/Cristal irá reagir bem a um sistema educacional que equilibre o cérebro direito e esquerdo e que inclua criatividade na forma de música, arte, dança, e teatro..
Provavelmente o melhor sistema para estas crianças é o Sistema Waldorf que maximiza inicialmente o elemento cerebral direito enquanto desenvolve o esquerdo como suporte. Foca também a integração da criança no seu corpo, uma vez que muitas crianças Indigo lidam com os seus traumas ao se tornar “aluada” ou escapando dos seus corpos.
Se a sua criança fizer um teste para identificar TDA ou TDAH, seja cauteloso em medicá-la com Ritalina, que é um medicamento (com efeitos secundários e sintomas de isolamento) usado para ajudar os pais e professores a lidarem em vez de simplesmente a assistirem. Existem alternativas dietéticas e homeopáticas menos prejudiciais e mais efetivas.                                               

STRESS AMBIENTAL
Nos primeiros anos de vida da criança tentar minimizar os barulho e o stress. Isto significa diminuir as atividades “violentas”, os jogos eletrônicos, e a televisão.
Incentivar a brincadeira, a imaginação, livros e leitura destes, colorir desenhos, e histórias.
Basicamente, criar, o mais possível, um ambiente calmo e tranquilo.                                                                            

COMIDA
Esta é a mais difícil de monitorizar, já que o consumo conveniente e a pressão dos colegas significam que a criança vai ser exposta à sedução da “comida de plástico”.
Tentem focarem-se em alternativas naturais, orgânicas e saudáveis.
Se a criança sofrer de mudanças de humor ou alergias pode haver a necessidade de identificarem o problema alimentar e criar um plano mais equilibrado nutricionalmente.
FONTE:Celia Fenn
http://www.starchildglobal.com/portuguesa/

Livro / Crianças Índigo - Uma Geração de ponte com outras dimensões
Livro /Poder Índigo e Evolução Cristal
Livro /Crianças Índigo
Autor: Tober, Jan; Carroll, Lee
Editora: Butterfly Editora
Categoria: Espiritualismo / Espiritualismo
Livro /Nova Geração - A a Visão Espírita Sobre Crianças Índigo e Cristal
Autor: Franco, Divaldo
Editora: Leal Livraria Espirita
Categoria: Espiritualismo / Espiritualismo

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03/10/2012

03 de Outubro – Aniversário de ALLAN KARDEC

akarde

53 anos depois do seu nascimento (18 de abril de 1857) raiou para a humanidade a “Era Espírita”, ao surgirem nas prateleiras das livrarias os primeiros volumes de “O Livro dos Espíritos”.

No dia 3 de outubro de 1804, às dezenove horas, na casa do magistrado Jean-Baptiste-Antoine Rivail localizada na cidade de Lyon à Rua Sala, 76, na França, sua esposa Jeanne Louise Duhamel dava à luz uma criança do sexo masculino. Era Denizard-Hippolyte-Léon Rivail.

FORMAÇÃO ESCOLAR E O INSTITUTO DE YVERDUN
Desde pequeno o menino Rivail revelou-se bastante inteligente e sagaz observador, sempre compenetrado de seus deveres e responsabilidades, denotando franca inclinação para as ciências e para os assuntos filosóficos. Seus primeiros estudos foram realizados em Lyon, sua cidade natal. Mais tarde, com a idade de 10 para 11 anos, Rivail foi enviado para Yverdun, na Suíça, para completar e enriquecer sua bagagem escolar.

O Instituto de Yverdun, que funcionava no castelo construído em 1135 pelo duque de Zähringen, era freqüentado todos os anos por grande números de estrangeiros, pois era tido como a escola modelo da Europa; era dirigido pelo professor-filantropo de nacionalidade suíça Johann Heinrich Pestalozzi, cujo apostolado pedagógico era bastante conhecido, o que lhe conferiu o cognome de “O Educador da Humanidade”.

Línguas, raças, crenças, culturas e hábitos diferentes ali se misturavam, aprendendo as crianças e os jovens, na vivência escolar, a lição da fraternidade, da igualdade e da liberdade.

Pestalozzi pregava que o amor é o eterno fundamento da educação. Em seu Instituto não havia castigos ou recompensas. O ensino era heurístico: aquele em que o aluno é conduzido a descobrir por si mesmo, tanto quanto possível por seu esforço pessoal, as coisas que estão ao alcance de sua inteligência.

A história, a literatura, todos os ramos dos conhecimentos humanos eram ensinados em Yverdun, dentre os quais descrevemos alguns: NOÇÕES GERAIS, PORÉM EXATAS, DE MINERALOGIA, BOTÂNICA, ZOOLOGIA E ANATOMIA COMPARADA; UM CURSO ABREVIADO DE HISTÓRIA NATURAL; ELEMENTOS DE FISIOLOGIA E PSICOLOGIA; LIÇÕES DE FÍSICA EXPERIMENTAL E DE QUÍMICA; ESTUDO DE LINGUAS MORTAS OU ANTIGAS (principalmente o grego e o latim); LÍNGUAS ATUAIS DA ÉPOCA (italiana, inglesa, francesa, alemã e outras); ESTUDO GERAL DE MATEMÁTICA (dividido em quatro seções: CÁLCULO TEÓRICO E PRÁTICO, e ARITIMÉTICA SUPERIOR; ÁLGEBRA, OU ARITIMÉTICA LITERAL E UNIVERSAL; GEOMETRIA; MECÂNICA, COM NOÇÕES DE ASTRONOMIA E GEOGRAFIA MATEMÁTICA.

Vale a pena saber que o Instituto de Yverdun possuía em média 150 alunos que se obrigavam a uma carga horária diária de 10 horas. Aos domingos, numa assembléia geral, passava-se em revista o trabalho da semana. Pestalozzi dava também bastante importância ao canto: cantava-se nos intervalos das lições, nos recreios e nos passeios. A música e o canto adquiriram ali grande impulso entre 1816 e 1817 com o notável compositor suíço Xaver Schnyder von Wartensee.

Pestalozzi foi um tipo de cristão sempre zeloso, mas eqüidistante do misticismo, dos preconceitos e das paixões religiosas, apesar de pertencer à Igreja reformada.

Acredita-se que Pestalozzi tivesse alguma noção da vida após a morte, pois numa carta que escreveu à sua amiga condessa Franziska Romana von Hallwyl, que procurara consolá-lo da dolorosa perda de um professor, o pedagogo lhe disse, confiante: “Vossa fidelidade e vossa amizade a seguirão no outro mundo, nós a reencontraremos e juntos nos rejubilaremos com alegria.”

O ALUNO RIVAIL
Assim, depois de algumas informações sobre o ambiente em que Rivail estudou e se educou, voltamos a falar sobre a sua pessoa ainda como jovem escolar lionês.
Dotado da avidez de saber e de agudo espírito observador, adquiriu ele desde cedo o hábito da investigação . Contam alguns biógrafos que, quando estudava Botânica, Denizard se interessava tanto que passava um dia inteiro nas montanhas próximas a Yverdun, com sacolas às costas, à procura de espécimes para o seu herbário.
Aos quinze anos, Rivail já conhecia as divergências religiosas observadas no próprio corpo docente, com alunos católicos romanos e ortodoxos, bem como protestantes de diferentes seitas, a se desentenderem sobre a interpretação dos textos escriturísticos, sobre a validade dos dogmas e de outras questões, embora, no fundo, todos formassem uma família unida pelos laços de amizade que sadio companheirismo gerara. Tudo isso levou Denizard a conceber, já naquela idade, a idéia de uma reforma religiosa, com o propósito de conseguir a unificação das crenças.
DE YVERDUN A PARIS
Embora não se possa afirmar, presume-se que Rivail tenha permanecido no Instituto de Yverdun até 1822, talvez desempenhando a função de submestre, senão, mestre, mesmo, seguindo depois para Paris – à Rua Harpa, 117, um dos principais eixos da vida universitária parisiense, onde ficava situado o Liceu Saint-Louis (antigo “Collège d’Harcourt”), estabelecimento escolar respeitado da Universidade. Lá, Denizard encontraria excelentes oportunidades para continuar suas atividades educacionais.

RIVAIL E AMÉLIE BOUDET
Vivendo em Paris, no mundo das letras e do ensino, Rivail conheceu a Srta. Amélie Boudet. De estatura baixa, bem proporcionada, de olhos pardos e serenos, gentil e graciosa, vivaz nos gestos e na palavra, denunciando penetração de espírito, Amélie nasceu em Thiais, comuna do departamento parisiense de Val-de-Marne, a 23 de novembro de 1795. Filha única de Julien-Louis Boudet, proprietário e tabelião, homem portanto bem colocado na vida, e de Julie-Louise Seigneat de Lacombe, recebeu na pia batismal o nome de Amélie-Gabrielle Boudet.
Após cursar a escola primária, a jovem estabeleceu-se em Paris com a família, ingressando numa Escola Normal, de onde saiu diplomada professora de 1ª classe. Alguns documentos revelam que a Senhorita Amélie também fora professora de Letras e Belas-Artes. Culta e inteligente, chegou a dar à luz três obras, assim nomeadas: “Contos Primaveris”, 1825; “Noções de Desenho”, 1826; “O Essencial em Belas-Artes”, 1828.
Em 6 de fevereiro de 1832, Denizard e Amélie firmam o contrato de casamento. Agora viveriam juntos sobre o mesmo teto até que a morte os separasse.
O POLIGLOTA
Rivail possuía uma instrução extensa e variada, conhecia também outros idiomas: o Alemão – sua língua adotiva; o Inglês, Holandês, como também eram robustos seus conhecimentos do Latim, do Grego, do Gaulês e de algumas línguas latinas nas quais se exprimia corretamente.

RIVAIL TERIA SIDO MÉDICO?
Apesar de alguns biógrafos dizerem que Rivail teria sido médico, podemos dizer que houve um mau entendido; analisemos o que escreveu André Moreil, biógrafo de Allan Kardec no livro “Vida e Obra de Allan Kardec”, 1977, Editora EDICEL, página 23:
“… fez (Rivail) estudos médicos como os primeiros Pestalozzi originários de Lyon e colheu em seus estudos sobre a eletricidade provas da existência Espírita.”
Porém, em outro capítulo Moreil fala de outra maneira. Vejamos o que se lê na página 32:
“Consta que teria estudado medicina e até mesmo sustentado tese, aliás com muito brilho. Para nós subsiste a dúvida. É certo que o jovem Rivail tinha boa cultura humanista, e grande desejo de aprender. Interessava-se pelas “humanidades”, como pelas “ciências”: entre estas, a Física, a Química e a Geologia; a Biologia também, com certeza. Mas isso não autoriza dizer que estudou Medicina nem defendeu tese. É possível que, de volta de Yverdun, o jovem lionês tivesse freqüentado a Faculdade de Medicina da sua cidade natal ([1]). Parece, todavia, que o estudo dessa disciplina não lhe suscitou entusiasmo, pois nunca se referiu a ela em seus escritos. Apenas uma vez, ao tratar do magnetismo animal, declarou que o estudo da Medicina o interessara, trinta anos antes, o que corresponde ao seu período estudantil.”
Assim, faz-se necessário desfazer essa confusão, já que Rivail se referiu ao Magnetismo e não à Medicina convencional. Em artigo da “Revista Espírita” de junho de 1858 intitulado “Os Banquetes Magnéticos” lê-se esta frase escrita por Kardec: “Em nossa opinião a ciência magnética, que professamos há 35 anos…”.
Podemos observar com isso que Kardec não escreveu estudo de medicina e, sim, ciência magnética, que professara havia 35 anos (e não 30, como quer Moreil). Poderíamos ainda descrever trechos de outros biógrafos; chegaríamos, porém, à mesma conclusão: que Kardec jamais foi médico.

RIVAIL E A MAÇONARIA
É necessário, também, desfazer outro equívoco: que Rivail tivesse sido maçom. Fazendo uma pesquisa na coleção da Revista Espírita, 1858-1869, conclui-se que apenas existiram, entre Denizard e a Maçonaria, afinidades de princípios e ideais, sem jamais haver ele ingressado em loja alguma. Acreditamos que nada modificaria, tanto para mais como para menos, a pessoa do biografado se tivesse ele abraçado a Maçonaria. É necessário, porém, eliminar os exageros para que a verdade triunfe.
O PROFESSOR RIVAIL E SUAS OBRAS
Em Paris Rivail fundou um Instituto Técnico na rua Sevres, 35, nos mesmos moldes daquele de Pestalozzi. No ano de 1824, Denizard, ou melhor, Professor Rivail, publica seu primeiro livro que era dividido em volumes e tinha como título: Curso Prático e Teórico de Aritmética. Além deste, o Prof. Rivail publicou, até o ano de 1849, os seguintes livros: Plano para o Melhoramento da Instrução Pública; Gramática Clássica da Língua Francesa; Qual o Sistema de Estudos mais Adequado à Época?; Manual dos Exames para Certificado de Capacidade; Soluções Racionais de Perguntas e Problemas de Aritmética e Geometria; Catecismo Gramatical da Língua Francesa; Programa dos Cursos Ordinários de Química, Física, Astronomia e Fisiologia; Pontos para os Exames na Municipalidade e na Sorbone; Instruções Sobre as Dificuldades Ortográficas.

DENIZARD E O MAGNETISMO
Rivail tomou contato com o magnetismo no ano de 1823, ou talvez mesmo um pouco antes; porém, foi em Paris que sua curiosidade foi despertada para esta ciência, quando o marquês de Puységur – juntamente com d’Eslon, professor e regente da Faculdade de Medicina de Paris, mais o sábio e naturalista Deleuze -, deu novos rumos a esta ciência através da modificação dos métodos de Mesmer, que culminaram na descoberta do sonambulismo provocado. Denizard refere-se elogiosamente a esses magnetistas franceses, ombreando-lhes outros nomes, como o do barão Du Potet e o do Sr. Millet.
Rivail estudou criteriosamente essa disciplina, tendo devorado grande número de obras favoráveis e contrárias escritas por homens de evidência. Diz Anna Blackwell, no prefácio à sua tradução inglesa
de “O Livro dos Espíritos”, que Rivail tomou parte ativa nos trabalhos da Sociedade de Magnetismo de Paris, uma das mais importantes da França. Fez muitos amigos nessa corrente de idéias, dentre eles o magnetizador Sr. Fortier.
AS MESAS GIRANTES
Contava Rivail 51 anos de idade em 1854 quando, através do Sr. Fortier, tomou conhecimento de certos fatos Espíritas. Disse-lhe o interlocutor:
- “Sabe o senhor da singular propriedade que acabam de descobrir no magnetismo? Parece que não são unicamente os indivíduos que se magnetizam, mas também as mesas, que podem girar e andar à vontade.”

- “É extraordinário, não há dúvida” – respondeu Rivail. “Mas em rigor é um fato que não parece radicalmente impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode muito bem atuar sobre os corpos inertes e fazê-los moverem-se.”
Informado, pouco tempo depois, pelo mesmo Sr. Fortier, de que mesas magnetizadas – chamadas na época de “mesas girantes” -, podiam mover-se e que davam respostas quando inquiridas, a atitude de Rivail foi de absoluta descrença:
- “Isto é uma outra questão. Só acreditarei vendo, e quando me provarem que a mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula. Até lá, permita-me que considere isso um conto para fazer-nos dormir em pé.”
Rivail aceitava a possibilidade do movimento por uma força mecânica, mas, ignorando a causa e a lei do fenômeno, parecia-lhe absurdo atribuir inteligência a uma coisa puramente material. Estava ele na posição dos incrédulos desta nossa época (2004), que negam porque apenas presenciam um fato que não compreendem. Vivia-se numa época em que o fato era ainda inexplicado, aparentemente contrário às leis da Natureza, o que sua razão lhe impedia aceitar. Ainda não havia visto nem observado nada. As experiências feitas na presença de pessoas de caráter e dignas de toda a confiança lhe confirmavam a possibilidade do efeito puramente material, porém, a idéia de uma mesa falante não lhe podia ainda fazer sentido.

O EPISÓDIO HYDESVILLE: PONTO DE PARTIDA DAS MESAS GIRANTES
As sessões com a
mesa girante” tiveram início nos Estados Unidos da América, com as célebres irmãs Fox. Segundo Jorge Rizzini, os Fox eram originários do Canadá, pois os Arquivos Históricos da Cidade de Nova Iorque (consultados por ele) atestam que a médium Margareth Fox nascera em Bath, uma vila próxima da cidade de Kingston, na província de Ontário, no dia 7 de outubro de 1833.
Vale a pena saber que Margareth, nessa época, tinha a idade de 14 anos; Katerine, a caçula, 11 anos; e Leah, que já lecionava piano em Rochester, era 23 anos mais velha que Margareth. Não possuímos informações dos outros irmãos, apenas sabemos que eram em seis, também canadenses, e que David era o único do sexo masculino.

John D. Fox, o pai, era campesino e pastor da Igreja Episcopal Metodista. Ele e sua família recém chegados do Canadá desembarcaram em Hydesville, no Condado de Wayne, Estado de Nova Iorque, no dia 11 de dezembro de 1847. John acomodou sua família em uma casa de madeira humilde, praticamente idêntica a todas as outras da região. A casa em que se instalaram não era bem vista pela população da cidade. Diziam que era “mal assombrada”. Inquilinos anteriores haviam ouvido ruídos estranhos e visto móveis se moverem sem nenhum contato humano; além disso, vultos também eram vistos.

Hannah Weeckman, ex-inquilina da casa, citada no livro “História do Espiritismo” de Arthur Conan Doyle, deu o seguinte testemunho: “Meu marido, eu e a empregada nos levantamos imediatamente para ver o que se passava. Ela sentou-se na cama em prantos e nós custamos a verificar o que se passava. Disse ela que algo se movimentava acima de sua cabeça e que sentia um frio sem saber o que era. Disse havê-lo sentido sobre ela toda, mas que ficara mais alarmada ao senti-lo sobre o rosto.”

Lucretia Pulver, empregada do casal Bell que, em 1844, habitara a casa, deu também seu testemunho: “A Srta. Aurélia Losey ficou comigo naquela noite; ela também ouviu o barulho e ambas ficamos muito assustadas; levantamo-nos, fechamos as janelas e trancamos a porta. Parece que alguém andava pela despensa, na adega, e até no porão, onde o barulho cessava.” Era esta a situação da casa, quando o pastor John D. Fox nela se instalou com sua família.

John atribuía os ruídos à madeira com a qual a casa fora construída e aos ratos existentes na adega. Porém, na noite do dia 31 de março, foram ouvidos ruídos com maior intensidade por todos os lados da casa e, segundo a Sra. Fox, “produziam um certo movimento nas camas e cadeiras, a ponto de notarmos quando deitadas”. O pastor John Fox, acreditando que alguém estivesse brincando consigo, saiu pé ante pé e examinou a casa pelo lado de fora e, depois, intrigado, todos os compartimentos da casa. Nada encontrou; estava tudo normal, porém, os ruídos, inclusive de passos, prosseguiam, e todos puderam ouvir.

Naquela noite, Katerine, a filha mais nova, desafiou a força invisível. Bateu um certo número de palmas. E soou na parede de madeira, imitando-a, o mesmo número de pancadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth disse brincando: “Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro”. E bateu palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Margareth teve medo de repetir o ensaio. Então Katerine, ou Kate, como seus familiares a chamavam, disse, na sua simplicidade infantil: “Oh! Mamãe! Eu já sei o que é. Amanhã é o dia 1º de abril e alguém quer nos pregar uma peça!”

Estava, assim, estabelecida a telegrafia espiritual. A Sra. Fox, ao lado do marido, pediu ao “espírito batedor” que dissesse a idade de cada um de seus filhos. O resultado do teste espantou a todos. Batidas se fizeram ouvir de forma que, a cada seqüência de batidas que correspondia a idade de cada um, era feita uma pausa. Insistiu a Sra. Fox, perguntando se era um ser humano que conversava com ela. O silêncio se fez angustiante. Perguntou se era um Espírito, e fortes batidas se fizeram ouvir por toda a casa.

A Sra. Fox, continuou a perguntar: “Se for o Espírito de um assassinado dê duas pancadas.” Duas pancadas foram ouvidas. John Fox foi rápido chamar a Sra. Redfield, sua vizinha, que fez um novo teste; perguntou que idade tinha ela, e obteve do Espírito a resposta correta. Entrou na casa o casal Duesler, e estabeleceu-se uma linguagem através de código, onde a letra A correspondia a uma pancada, B a duas, e assim por diante.

O Espírito chamava-se Charles B. Rosma; fora mascate; seu assassino chamava-se Bell, antigo morador daquela casa; assassinara-o para lhe roubar quinhentos dólares com uma faca de açougueiro, dando-lhe um golpe na garganta; o corpo fora levado à adega e, na noite seguinte, enterrado ali mesmo.

Foi se formando à porta da casa dos Fox uma fila de aproximadamente trezentas pessoas e o Espírito Charles Rosma deu prova de sua presença. No dia seguinte, David Fox, acompanhado de outras pessoas, fez as primeiras escavações, descobrindo ossos e cabelos. Exatamente em 1904, portanto 56 anos depois, encontrou-se um esqueleto humano ao lado de uma lata que pertencera ao mascate. Os fatos vieram confirmar a estranha denúncia de um morto que, do outro lado da vida, se utilizava de uma lei natural, desconhecida pelo homem, para relatar uma ação criminosa de que fora vítima.

Disseram os Espíritos que esse fato era o início de um movimento de caráter praticamente universal, para unir os homens, convencer as mentes para a imortalidade da alma, despertar a Humanidade para a vida espiritual.

Convém reconhecer aqui a envergadura moral do casal Fox. Contrariados e perseguidos pela Igreja Metodista a que pertenciam, preferiram de lá ser expulsos, a negar os fenômenos espíritas. Eles não abdicaram da verdade de que foram testemunhas. Este acontecimento repercutiria na Europa, despertando as consciências e, ao lado dos fenômenos das “mesas girantes”, prepararia o advento do Espiritismo.

RIVAIL E AS MESAS GIRANTES
Foi em 1855, conversando com Sr. Carlotti, outro magnetista, que lhe falou outra vez, e com grande entusiasmo, desses fenômenos, que Rivail sentiu idéias novas lhe despertarem na mente. No entanto, o Sr. Carlotti era corso, de natureza ardente e enérgica. Denizard apreciava nele as qualidades que distinguem uma grande e bela alma, contudo, desconfiava de sua exaltação. Fora ele o primeiro a falar-lhe da intervenção dos Espíritos, e contou-lhe tantas coisas fantásticas que ao invés de convencer Rivail, aumentou-lhe as dúvidas.
Um pouco mais de um ano se passara, era num dia de maio de 1856, estava Rivail na casa da sonâmbula Sra. Roger com o Sr. Fortier, seu magnetizador. Encontrou ali o Sr. Pâtier e a Sra. Plainemaison, que lhe falaram sobre os fenômenos, desta vez sem exaltação. O Sr. Partier era um funcionário público, homem de meia idade, instruído, sério e calmo. Sua linguagem era pausada e isenta de entusiasmos. Pois bem: foi o Sr. Partier que causou uma viva impressão em Rivail que, convidado a assistir a uma das experiências realizadas na casa da Sra. Plainemaison, à Rua Grange-Batelière, 18, aceitou pressuroso. O encontro foi marcado para uma terça feira, às 20 horas.
Rivail assiste pela primeira vez, na casa da Sra. Planemaison, e testemunha o fenômeno das “mesas girantes” que saltavam e corriam, em condições tais que era impossível haver dúvidas. Presenciou alguns ensaios, ainda bastante imperfeitos, da escrita mediúnica em uma ardósia com o auxílio de uma cesta. Com as idéias ainda indefinidas, Rivail raciocinava. Ali estava um fato que devia ter uma causa. Entreviu debaixo daquela aparente futilidade e da espécie de diversão dos que se utilizavam daqueles fenômenos algo sério, como se fosse a revelação de uma nova lei. Prometeu a si mesmo que iria investigar os fenômenos a fundo.
AS MÉDIUNS SRTAS. BAUDIN
Dentro de pouco tempo, surgiu uma oportunidade de Rivail proceder a observações diretas: numa das reuniões da Sra. Planemaison conheceu a família Baudin, que morava na Rua Rochechouart. O Sr. Baudin convidou-o para ir assistir às sessões que se realizavam semanalmente em sua casa. Aceitou, e tornou-se um freqüentador assíduo das reuniões.
Eram as reuniões bem freqüentadas e, além dos assistentes habituais, era admitido sem dificuldade quem quer que o pedisse. Os dois médiuns utilizados eram as Srtas. Baudin, que escreviam em uma ardósia com o auxílio de uma cesta chamada de “cesta pião” ou cesta de bico” ([2]). Esse método exigia o concurso de duas pessoas para excluir qualquer possibilidade de participação das idéias de cada um dos médiuns. Foi assim, que Rivail, presenciou comunicações seguidas constando de respostas dadas a questões propostas, e muitas vezes a perguntas feitas mentalmente, que faziam perceber, de modo evidente, a intervenção de uma inteligência estranha.

ZÉFIRO, O ESPÍRITO
A curiosidade e o entretenimento moviam os assistentes. O Espírito que se manifestava dava o nome de Zéfiro, o que estava bem de acordo com o seu caráter e o da reunião. Porém era um Espírito muito bom, e declarava-se protetor da família Baudin. Muitas vezes sabia fazer rir, outras vezes, dava bons conselhos e não perdia oportunidade de se utilizar do dito mordaz e espirituoso. Rivail travou com ele boas relações, dando-lhe constantemente provas de grande simpatia. Zéfiro não era um Espírito muito adiantado, porém, assistido mais tarde por Espíritos superiores, ajudou Rivail em suas primeiras obras. Depois de dizer que ia reencarnar, nunca mais se ouviu falar dele.
PRIMEIROS ESTUDOS SOBRE ESPIRITISMO
Foi ali, nas reuniões da casa da família Baudin, que Rivail fez os primeiros estudos sérios sobre o Espiritismo, mais pelas observações que pelas revelações. Aplicou a essa nova ciência, como sempre fizera, o método da experimentação. Nunca se utilizou de teorias preconcebidas. Observava, comparava e deduzia as conseqüências. Era através dos efeitos que procurava se aproximar das causas. Deduzia pelo encadeamento lógico dos fatos. Só admitia uma conclusão como válida quando esta conseguia resolver todas as dificuldades da questão – procedimento este que utilizou também em seus trabalhos anteriores desde a idade de 24 anos.

Compreendeu Rivail, desde o início, a importância da pesquisa que estava empreendendo. Enxergou naqueles fenômenos a chave do problema do passado e do futuro da Humanidade, tão confuso e controvertido – a solução do problema que havia buscado durante toda a sua vida. Era preciso agir com prudência e não se deixar levar por ilusões.

Um dos primeiros resultados de suas observações foi descobrir que os Espíritos, nada mais sendo que as almas dos homens, não possuíam nem a suprema sabedoria nem a suprema ciência. Que seu saber era limitado ao grau de seu adiantamento e que sua opinião só tinha o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, reconhecida desde o início, o livrou do grande perigo de acreditar em sua infalibilidade, impedindo-o de formular teorias prematuras baseadas no que dizia um ou no que diziam outros.

As sessões da casa do Sr. Baudin, que até aquela data não tinham tido uma finalidade determinada, agora aconteciam de forma organizada e útil; as frivolidades desapareceram. Rivail tomou a seu cargo procurar resolver problemas interessantes sob o ponto de vista da Filosofia, da Psicologia e da natureza do mundo invisível. A cada sessão levava consigo perguntas preparadas e metodicamente dispostas que eram sempre respondidas com precisão, profundidade e lógica. Se acontecia de Rivail faltar a uma dessas sessões, as pessoas ficavam sem saber o que fazer, pois as perguntas fúteis perderam seu atrativo para a maioria dos freqüentadores.

COMEÇA A SURGIR O LIVRO DOS ESPÍRITOS
A princípio, Rivail só tinha em mente se instruir. Porém mais tarde, quando viu que aquelas comunicações formavam um conjunto e tomavam proporções de uma doutrina, teve a idéia de publicá-las para que todos se instruíssem. Foram aquelas mesmas questões que, desenvolvidas e completadas, constituíram a base do “O Livro dos Espíritos”.
DE RIVAIL A KARDEC
Em 1856, o professor Rivail recebe dos Espíritos a revelação do trabalho que tem de desenvolver na Terra. E assim surge o pseudônimo Allan Kardec, com o intuito separar das obras pedagógicas escritas pelo professor Rivail, as obras da codificação que eram feitas agora pelo Sr. Allan Kardec. O pseudônimo foi escolhido porque correspondia a um nome que teria usado em uma encarnação pregressa revelada por um Espírito que dizia conhecê-lo de remotas existências, uma das quais passada no mesmo solo da França, onde a sua individualidade tinha revestido a personalidade de um druida chamado Allan Kardec.

INÍCIO DA ERA ESPÍRITA
A 18 de abril de 1857 raiou para a humanidade a “Era Espírita”, ao surgirem nas prateleiras das livrarias os primeiros volumes de “O Livro dos Espíritos”.
Em 1° de janeiro de 1858 circula o primeiro número da “Revue Espirite” (Revista Espírita), editada em Paris por Allan Kardec; no mesmo ano foi publicado o livro “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas”, e, ainda nesse profícuo 1858, exatamente a 1° de abril, é fundada a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.
Em 1859 surge o livro “O que é o Espiritismo”. A 16 de setembro de 1860 A. Kardec publica a “Carta sobre o Espiritismo”, em resposta a um artigo publicado na “Gazette de Lyon”. No mês de janeiro de 1861, Allan Kardec lança a público “O Livro dos Médiuns” e, ainda nesse ano, no dia 9 de outubro às 10:30 horas da manhã, em Barcelona, Espanha, são queima­dos num auto de fé trezentos volumes e brochuras sobre Espiritismo, entre eles “O Livro dos Espíritos”.
Em fevereiro de 1862, Kardec publica “O Espiritismo na sua Expressão mais Simples”, e também neste mesmo ano, “Viagem Espírita em 1862″.
Em 1864 são editadas as seguintes obras: “Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas” ou “Primeira Iniciação” e “Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo”, chamado posteriormente de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
No dia 1º de agosto de 1865 é publicado o livro “O Céu e o Inferno”, ou a “Justiça Divina Segundo o Espiritismo”. No ano de 1866 surge a “Coleção de Preces Espíritas”, um extrato do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Em 1867 vem a público “Estudo a cerca da Poesia Medianímica” e, em 1868, Kardec lança “A Gênese – Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo”, e o livro “Caracteres da Revelação Espírita”.
RETORNO A PATRIA ESPIRITUAL
Depois deste grandioso trabalho, no dia 31 de março de 1869, com 65 anos de idade, em Paris, vítima da ruptura de um aneurisma, Allan Kardec retorna à Pátria Espiritual. Sua missão se completa, no entanto, somente no ano de 1890, quando é editado o livro “Obras Póstumas”, reunindo os últimos escritos do grande Codificador.

BIBLIOGRAFIA
Allan Kardec – Zêus Wantuil e Francisco Thiesen – Edições FEB;
Vida e Obra de Allan Kardec – André Moreil, 1977 – Editora EDICEL
O Principiante Espírita – Júlio de Abreu Filho – Editora Pensamento
História do Espiritismo – Arthur Conan Doyle – Editora Pensamento
Kardec, Irmãs Fox e outros – Jorge Rizzini – Editora Eldorado Espírita de São Paulo
Grandes Vultos do Espiritismo – Paulo Alves de Godoy – Edições FE­ESP
Espiritismo Básico – Pedro Franco Barbosa – Edições FEB
Revista Informação N.35
Obras Póstumas – Allan Kardec – LAKE – Livraria Allan Kardec Editora

Pesquisa enviada por Veronique – Grupo de Apoio Francisco de Assis – GAFA

Fonte: Elio Mollo – http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A ERA DO ESPIRITO – Portal/ARTIGOS/Artigos E/ALLANKARDEC.html – Colaborou no desenvolvimento ortográfico deste texto Maria Luiza Palha

Irmão X

Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar o nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exalçam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual.

Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.

Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.

Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior. E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.

O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!…

Diante de ti enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros de Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumentos de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…

Todos nós, os que levantaram do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!… E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e como os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: Kardec, obrigado!… Muito obrigado!…

(Texto psicografado por F. C. Xavier e publicado em Reformador de outubro de 1985, p. 298.)

24/09/2012

MELINDRES

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Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração.
Dê aos outros a liberdade de pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja.
Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente.
Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estudá-la.
Melindres arrasam as melhores plantações de amizade.
Quem reclama, agrava as dificuldades.
Não cultive ressentimentos.
Melindrar-se é um modo de perder as melhores situações.
Não se aborreça, coopere.
Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro.

XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC.

    03/09/2012

    SIMBIOSE ESPIRITUAL

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    Quase todos os dicionários da língua portuguesa, e até de outras línguas, definem a “obsessão” como sendo idéia fixa, mania de perseguição, intenção exclusiva de prejudicar o outro, mas se analisarmos com calma e serenidade esse fenômeno de origem espiritual, podemos observar que se trata de uma: “simbiose espiritual”, ou seja, uma associação de hábitos, tendências, vícios, desejos e paixões. Quer dizer que, mesmo que um espírito deteste o outro e queira lhe fazer mal, isso só poderá acontecer se houver afinidade, se a possível vitima oferecer condições de aproximação, de imantação e subjugação.

    Quando, no mesmo nível moral, é mais que certo que as preferências também sejam iguais, temperamentos fortes e destemidos atraem forças equivalentes; preguiçosos e inertes se juntam a elementos do mesmo teor; egoístas, orgulhosos, invejosos e ciumentos também atraem companheiros iguais, e são essas viciações conhecidas da vida comum que facultam essas ligações fluídicas perniciosas da obsessão”.

    Muitas obsessões, estruturadas e iniciadas durante a vida física, não se interrompem depois da “morte” e, muitas vezes, são ainda mais acirradas, porque a entidade obsessora passa a ter a vitima a sua mercê, pois ambos estão no mundo fluídico sema roupagem carnal, onde podem se enfrentar cara a cara, sem o obstáculo do corpo físico. Não foi à toa que Jesus recomendou: “Antes de qualquer oração ou oferenda, vá primeiro à casa do seu adversário e reconcilia-te com ele, enquanto estão caminhando juntos aqui na Terra”, numa alusão clara e insofismável que, depois da “morte”, a situação se torna ainda mais grave e de difícil solução.

    As obsessões estão por toda parte, e é tão comum nos dias de hoje, que as pessoas convivem naturalmente com elas, fugindo da realidade e dando a esses sintomas espirituais os nomes de “depressão, síndrome do medo, estresse”, e outras formas de identificação, sem, no entanto, passar pelo crivo dos males espirituais, que hoje proliferam principalmente nas grandes cidades, onde recebem o incentivo constante do trânsito congestionado, das filas intensas para se fazer tudo, do consumo desenfreado, da dívidas acima do orçamento doméstico, da violência vulgarizada por toda parte, dos programas televisivos de nível baixíssimo, dos desquites e divórcios por motivos fúteis, da falta de religiosidade, da falta de conhecimento de uma vida fora da matéria, da falta de fé e esperança nas promessas de Jesus.

    Muitas das “obsessões” em curso na vida das pessoas são frutos de vidas passadas, em que invadiram fronteiras alheias, atassalharam a vida dos outros, se comprometeram com faltas e crimes graves, assumiram compromissos que não cumpriram, criando com isso uma espécie de “carma” temporário que, com certeza, volta sempre, principalmente quando o devedor já possui condições de saldar a dívida. O obsessor quase que sempre é também uma vitima, que precisa ser orientada a oferecer o perdão, pois, caso contrário, também não se libertará nunca, carpindo os mesmos sofrimentos de sua possível vitima.

    Enquanto o homem terreno não for estudado na sua íntegra, como um ser espiritual que é, será sempre difícil fazer avaliações no campo físico e mental, porque, em síntese, o homem é o que ele imagina e pensa, e enquanto o seu pensamento for desequilibrado e autoritário, dificilmente terá condições de conviver pacificamente, e, em conseqüência, de se livrar dos fenômenos obsessivos. Só o a mor cura a obsessão. E Jesus veio para nos demonstrar esse amor, incondicional e puro, que os homens devem ter uns pelos outros, como antídoto para alcançar a paz que todos desejamos.

    Autor:
    Djalma Santos

    Fonte:
    Livro: Segredos e Mistérios da Mente Humana

    10/08/2012

    A cura através da imposição de mãos

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    A troca de energia através das mãos tem sua eficácia divulgada em várias correntes filosóficas e, nos últimos 40 anos, a ciência traz pesquisas da aplicação e benefícios da mesma na área da saúde.

    O Toque Terapêutico é uma técnica contemporânea de terapia complementar desenvolvida por Dolores Krieger e Dora Kunz, na década de 70. A expressão “toque terapêutico” corresponde à conhecida técnica de “imposição de mãos”, amplamente estudada pela Doutrina Espírita como fator promotor de benefícios na área da saúde. Por ser um meio não invasivo, pode ser utilizado como complemento da terapia ou tratamento utilizado nos doentes.
    O toque terapêutico tem registros antigos: aparece no Papiro de Ebers, um dos tratados médicos mais antigos e importantes que é conhecido. Este tratado foi escrito no Antigo Egito e é datado de 1552 a.C. A confirmação deste achado aparece também no livro “O Espiritismo perante à Ciência”, de Gabriel Delanne no trecho “Os egípcios ... empregavam, no alívio dos sofri¬mentos, os passes e a aposição de mãos, como os executa¬mos ainda em nossos dias”. Esta prática aparece por toda a história da humanidade, como na Bíblia, na época dos romanos, na ascensão da medicina árabe com Aviccena, em épocas medievais, etc.
    O médico Paracelso (1493-1541) coloca mais explicitamente a existência de uma força vital magnética e que essa substância sutil possuía notáveis qualidades curativas, pode-se encontrar o principio de bases para o magnetismo que viria a ser descoberto alguns séculos depois. Robert Fludd, médico e místico, atuante no século seguinte a morte de Paracelso, acreditava que os seres humanos possuíam as propriedades magnéticas semelhantes às dos imãs. Esta utilização terapêutica na cura de pessoas começa a ser didaticamente estudada após as descobertas de Franz Mesmer, com o detalhamento do magnetismo animal, em 1779.
    No final da década de 60, Dora Kunz estudava a imposição de mãos praticada por Oskar Estebany, um coronel húngaro com a reputação de ter poderes de cura de bócio com seu toque terapêutico. Kunz convidou Krieger a conhecer o trabalho realizado por Estebany. Krieger observava cuidadosamente as sessões onde ele se aproximava do paciente e suavemente movia as mãos para o ponto em que sentia a necessidade de cura. Ao perceber que a prática aliviava e promovia a cura de grande variedade de doenças, Krieger passou a se dedicar a estudar a aplicabilidade deste fenômeno, introduzindo-o no cuidado com o paciente.
    Em meados da década de 70, Dolores Krieger, enfermeira e
    professora na escola de Enfermagem da universidade de Nova Iorque, e a terapeuta Dora Kunz introduziram a prática que denominaram “toque terapêutico”, com a finalidade de promover a melhora da saúde física e emocional.
    Os princípios científicos que sustentam esta terapia baseiam-se na concepção de que o ser humano possui um campo de energia que pode estender-se além da pele, é abundante, e flui em determinados padrões que se pretendem equilibrados.
    A metodologia deste trabalho é bem semelhante ao passe ministrado em centros espíritas: a pessoa que aplica o toque terapêutico entra em estado meditativo objetivando a cura do paciente. Com compaixão e motivação, o curador foca o desejo de ajudar e até mesmo curar o individuo. Esta vontade é parte importante do processo. Com este pensamento, o campo de energia individual é acessado e a troca de energia faz-se real. As mãos podem agir como um instrumento onde a sensibilidade e a intuição ficam mais vulneráveis a sensações que indicam onde a energia do paciente possa apresentar algum bloqueio. Após a determinação onde das áreas que possam estar em desequilíbrio, o curador começa a mover ou distribuir a energia pelo corpo, aliviando partes doloridas ou congestionadas e melhorando aquelas que estão sem tanta energia.

    COMPROVAÇÕES CIENTÍFICAS DO TOQUE TERAPÊUTICO - Desde a década de 60, pesquisas acadêmicas mostram a eficácia da utilização do toque terapêutico, ou imposição de mãos. Inicialmente realizada com animais, as pesquisas logo foram direcionadas a pessoas com diferentes tipos de patologias. Em 1975, Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de mudanças fisiológicas).
    A maioria dos estudos foi realizada em ambiente hospitalar com grupos de controle. Procedeu a uma investigação com a colaboração de profissionais de saúde em que participaram vários doentes divididos em dois grupos, foram seguidos ao longo de três anos. Um grupo recebeu o tratamento convencional, o outro recebeu além do tratamento instituído a imposição de mãos. Conforme a própria Dolores Krieger escreveu após detalhado estudo dos benefícios desta prática em pacientes oncológicos, os níveis da hemoglobina nos doentes com neoplasia submetidos ao toque terapêutico aumentaram significativamente, apesar de estarem a ser submetidos à quimioterapia.

    De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base em cerca de trinta teses de doutoramento foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994, a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa. A maioria dos estudos da evidência científica relaciona-se com a diminuição da intensidade da dor e do estresse e aumenta a resposta em tratamentos, incluindo a cicatrização de cortes e feridas. A diminuição da ansiedade e indução de relaxamento também aparecem com significância em diversos estudos.
    Em fevereiro de 2005, o “Australian Nursing Journal” traz um artigo acerca da aplicação do toque terapêutico em idosos com diversas patologias. Foram selecionados 121 doentes de acordo com os critérios de inclusão definidos pelas autoras (Sue Gregory e Julie Verdouw), tendo sido reagrupados conforme as diversas patologias. Relativamente ao total de doentes que referiam dor (53), após a aplicação da imposição de mãos, os mesmos referiram que a intensidade da dor diminuiu em aproximadamente 40%.
    O trabalho desenvolvido pela enfermeira Dolores Krieger tem crescido e angariou muitos adeptos em vários países. O toque terapêutico assumiu a condição de curso, e passou a ser ministrado para os alunos do Mestrado e Doutoramento em Enfermagem, na Universidade de Nova Iorque e também pela ordem dos enfermeiros da província de Quebec, no Canadá e por muitos hospitais americanos, sendo incluído no currículo escolar como disciplina na oncologia, saúde materna e nos pacientes com transplante dos órgãos.
    Desde a introdução do toque terapêutico, Krieger já divulgou e realizou treinamentos para enfermeiras em várias universidades. Estima-se que mais de 70 mil enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares e terapeutas ocupacionais tenham participado de treinamentos conduzidos por Krieger e sua colega Kunz..
    Em 1981, Dolores Krieger publicou “Foundations for Holistic Health Nursing Practices” e o manual, As Mãos: Como usá-las para ajudar ou curar, em 1992. Seu livro mais recente é Toque Terapêutico: Novos Caminhos da Cura Transpessoal, de 2002.
    Neste ano, a enfermeira Dolores Krieger participa do 2º Congresso Espírita dos Estados Unidos trazendo um pouco mais sobre as descobertas e pesquisas acerca do toque terapêutico e dos benefícios que esta técnica não-invasiva traz à melhora e até mesmo cura de diversos quadros patológicos.

    09/08/2012

    O TEMOR DA MORTE

    espio

    O Céu e Inferno” de Allan Kardec, em seu Cap. II, traz à baila um tema sobre o qual muitos ainda evitam falar...

    “O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem, tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos.

    A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crêem apresentam-se-nos possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por que?

    Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento.

    Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

    À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim, calma, resignada e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às idéias, outro fito ao trabalho; antes dela, nada que se não prenda ao presente; depois dela, tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da

    boa ou da má direção deste.

    A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro.

    Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma idéia tão exata quanto possível, o que denota, de parte do Espírito encarnado, um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria.

    No Espírito atrasado, a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador.

    Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real, a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza.

    O Temor da Morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total, igualmente o estimula, secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza.

    Este Temor decresce, à proporção que a certeza aumenta e desaparece quando esta é completa.”

    Finaliza Kardec, “Os espíritas não temem a morte por não terem dúvidas sobre o futuro, encaram sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não pela porta do nada. ”