No número das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar a da obsessao em primeira linha.
A obsessao como já sabemos é o domínio que alguns espíritos tentam exercer sobre certas pessoas, é sempre praticada pelos espíritos inferiores; estes agarram-se às suas vítimas fazendo-os suas presas, quando dominam conduzem estas como se fossem criancas. Os bons espíritos ao contrário, estao sempre nos aconselhando, tentando combater a influência dos maus e quando nao atendidos retiram-se.
A obsessao apresenta diversos caracteres, que é preciso se distinguir. Obsessao é um termo genérico, e que designa esta espécie de fenômeno, e suas principais variedades sao:
- a obsessao simples;
1. A obsessao simples é quando um espírito malfazejo se impoe a um médium e se imiscui nas comunicacoes dele impedindo-o de se comunicar com outros Espíritos e SE APRESENTA NO LUGAR DOS QUE SAO EVOCADOS. O melhor médium se encontrta exposto a isso, sobretudo no comeco das suas atividades mediúnicas, quando ainda lhe falta a experiência; Neste tipo de obsessao (simples), o médium sabe muito bem que se acha presa de um Espírito mentiroso, pois o Espírito nao disfarca suas más intencoes. Este tipo de obsessao é de efeito desagradável, nao tendo outros inconvenientes, apenas o de opor obstáculos às comunicacoes em que se deseja receber do Espíritos sérios.
-a fascinacao;
2. A fascinacao tem consequências muito mais graves. Ela chega a paralizar o raciocínio do médium deixando sob a ilusao, pois o mesmo nao acredita que esteja sendo enganado, visto que o Espírito obsessor tem a arte de lhe inspirar confianca cega, impedindo o médium de ver o embuste (1) e de compreender o absurdo que escreve, ainda que este absurdo salte aos olhos de todos. Chega ao ponto de achar “sublime” a linguagem mais ridícula. Deste tipo de obsessao nao estao isentos nem as pessoas de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes. Graves sao as consequências da fascinacao, ela conduz o indivíduo do qual chegou a apoderar-se, como se fosse um cego, podendo levá-lo as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a expressao da verdade, levando-o alguma das vezes a situacoes ridículas, comprometedoras e perigosas.
A diferenca que existe entre a obsessao simples e a fascinacao é que na primeira o Espírito que se agarra à pessoa nao passa de um importuno pela sua esperteza de quem aquela se impacienta por se desembaracar. Na fascinacao é necessário que o Espírito seja ardiloso e profundamente hipócrita, por nao poder operar na mudanca que desejaria, e fazer-se acolhido – bem vindo-, senao por meio da máscara que toma de um falso aspecto de virtude. A caridade, humildade e amor de Deus-, lhe servem como carta de crédito, porém mesmo com tudo isso deixa passar sinais de inferioridade, que só a fascinacao é incapaz de perceber. O que mais eles temem sao as pessoas que conseguem ver claro.
-e a subjugacao.
3. A subjugacao, é uma constricao que paraliza a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu mal grado. Numa palavra: o paciente fica sob seu verdadeiro jugo. Esta pode ser moral ou corporal; na primeira o constrangido é obrigado a tomar resolucoes muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusao ele julga sensatas: é como uma fascinacao. No segundo caso – a fascinacao corporal- o Espírito atua sobre os órgaos materiais e provoca movimentos involuntários. No médium escrevente tem uma necessidade incessante de escrever, ainda que seja nos momentos menos oportunos, as vezes falta a pena, o lápis, entao simulam escrever com o dedo, onde quer que se encontrem, mesmo nas ruas, portas ou paredes. Pode levareste médium aos atos mais ridículos como o de um homem que nao era jovem nem belo e que, sob o império de uma obsessao dessa natureza, se via constrangido por uma forca irresistível, a pôr-se de joelhos diante de uma moca a cujo respeito nenhuma pretencao nutria pedi-la em casamento. Outras vezes sentia dores nas costas e uma pressao enérgica, que o forcava, nao obstante a resistência que ele que ele opunha, a se ajoelhar e a beijar o chao nos lugares públicos e em presenca da multidao. Esse homem passava por louco entre as pessoas de suas relacoes, estamos porém, convencidos de que nao o era, pois o mesmo tinha consciência plena do ridículo do que fazia contra sua vontade e com isso sofria horrivelmente.
Antigamente dava-se o nome de posssessao ao império exercido por maus Espíritos, quando a influência ia até a aberracao das faculdades da vítima.
Reconhece-se a obsessao pelas seguintes características:
1a a persistência de um Espírito em se comunicar, bom ou mal grado, pela escrita, pela audicao, pela tipologia, etc.
2ª Ilusao que o médium ficará impedido de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicacoes que recebe.
3ª Crenca na infabilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas ou absurdas.
4ª Confianca do médium nos elogios que lhe dispensam os Espíritos que por ele se comunicam.
5ª Disposicao para se afastar de pessoas que podem emitir opinioes aproveitáveis.
6ª Tomar a mal a crítica das comunicacoes que recebe.
7ª Necessidade incessante e inoportuna de escrever.
8ª Constrangimento físico qualquer, dominando-lhe a vontade e forcando-o a agir ou a falar a seu mal grado.
9ª Ruídos e transtornos em redor do médium, causados por ele ou tendo-o por alvo.
Em face do perigo da obsessão, ocorre perguntar se não é inconveniente ser médium, se não é essa faculdade que a provoca, enfim, se não é isso uma prova da inconveniência das comunicações espíritas. Nossa resposta é fácil e pedimos que a meditem cuidadosamente.
Não tendo sido os médiuns nem os espíritas que criaram os Espíritos, mas sim os Espíritos que deram origem aos espíritas e aos médiuns, e sendo os Espíritos simplesmente as almas dos homens, é evidente que sempre exerceram sua influência benéfica ou perniciosa sobre a Humanidade. A faculdade mediúnica é para eles apenas um meio de se comunicarem, e na falta dessa faculdade eles se comunicam por mil outras maneiras mais ou menos ocultas. Seria errôneo, pois, acreditar que os Espíritos só exercem sua influência através das comunicações escritas ou verbais. Esta influência é sempre permanente e até aqueles que nao se preocupam com os Espíritos, ou nem mesmo crêem na sua existência, estão expostos a ela como os outros, e até mais do que os outros, por não disporem de meios de defesa. É pela mediunidade que conheceremo os Espíritos, se ele for mau, sempre se trai.
Em resumo: o perigo não está no Espiritismo, desde que este pode, pelo contrário, servir-nos de controle e preservar-nos do risco incessante a que nos expomos sem saber. Ele está na orgulhosa propensão de certos médiuns a se considerarem muito levianamente instrumentos exclusivos dos Espíritos superiores, e na espécie de fascinação que não lhes permite compreender as tolices de que são intérpretes.
A saber: A fascinação é mais comum do que se pensa. No meio espírita ela se manifesta de maneira ardilosa através de uma avalanche de livros comprometedores, tanto psicografados como sugeridos a escritores vaidosos, ou por meio de envolvimento de pregadores e dirigentes de instituições que se consideram devidamente assistidos para criticarem a Doutrina e reformularem os seus princípios.
Manias trejeitos, esgares, tiques nervosos e estados permanente de irritação provêm em geral de subjugações corpóreas. Conta-se por milhares os casos de cura obtida em sessões espíritas. Os médicos espíritas, hoje numerosos, geralmente conhecem essa causa e encaminham os clientes a trabalhos apropriados. Os médicos não espíritas continuam a dar de ombros e a rir do que não conhecem, como faziam os seus colegas do tempo de Pasteur a respeito das infecções.
A terminologia espírita como se vê, é específica e perfeitamente ajustada aos novos conceitos decorrentes das pesquisas mediúnicas. Alguns confrades costumam substituir essa terminologia por outra derivada das Ciências contemporâneas. Não vemos razão para isso nos quadros doutrinários. Cada Ciência possui a sua linguagem própria, e a Ciência Espírita se encontra bem aparelhada nesse sentido. Por outro lado, os conceitos espíritas nem sempre encontram expressão adequada na terminologia científica atual. (1)Embuste: :
(1) simulação logro ardil tramóia . (2) Constricao: tomar segurar assegurar . (3) Subjugacao: Ter o domínio, ter sob domínio, dominar, conquistar, vencer.
(L.M. Cap. XXIII Q.239) "Fascinação é uma ilusão (engano dos sentidos ou da mente, que faz se tome uma coisa por outra; que se interprete erroneamente um fato ou uma sensação), produzida pela ação direta do pensamento do Espírito comunicante sobre o pensamento do médium e que, de certa maneira, lhe paralisa o raciocínio".
(Dicionário Aurélio) ? Fascinação é a atração irresistível, o deslumbramento, o encanto que uma pessoa sente por se transformar em outra pessoa bem melhor que ela, ao seu juízo.
O médium fascinado não acredita que o estejam enganando. O obsessor desenvolve a arte de inspirar confiança cega que impede o médium de perceber o embuste e de compreender o absurdo de seu comportamento.
É erro acreditar que a essa modalidade de obsessão só estão sujeitos médiuns simples, ignorantes e desprovidos de crítica. Dela não se acham isentos nem os mais instruídos, nem os mais inteligentes.
Graças à ilusão que ocorre com a fascinação, o Espírito obsessor pode levar sua vítima a aceitar as situações mais estranhas possíveis como normais, as teorias mais falsas como se fossem a única expressão da verdade.
São presas fáceis da fascinação os médiuns que ainda não conseguiram superar os efeitos de:
1) vaidade (desejo imoderado de atrair admiração dos homens);
2) orgulho (conceito elevado ou exagerado de si próprio);
3) narcisísmo (amor excessivo a si mesmo);
4) egoísmo (exclusivismo que faz o indivíduo referir tudo a si próprio);
5) presunção (ato ou efeito de presumir; de vangloriar-se; de formar de si grande opinião);
6) arrogância (tomar como seu; atribuir a si);
7) ambição (desejo veemente de fortuna, de glória, de honrarias, de poder; cobiça.)
Os Espíritos que provocam a obsessão simples e a fascinação diferem em caráter. Na obsessão simples, o obsessor caracteriza-se pela tenacidade e persistência do seu pensamento. No caso da fascinação, o obsessor distingue-se pela ardilosidade e hipocrisia (impostura; fingimento; falsidade; simulação).
O fascinador teme Espíritos críticos, racionais. Por isso sua tática mais freqüente é inspirar o fascinado a se afastar de pessoas críticas. Evitando qualquer contradição, consegue fixar suas idéias por longos tempos no fascinado.
O remédio? Evangelhoterapia.
LIVRO DOS MÉDIUNS - Cap XXIII - Resumo
Marcia,
ResponderExcluirNada melhor que o Evangelhoterapia realmente.
Excelente texto, sobre um assunto extremamente dolorosa que é a obsessão. Jesus já dizia naquele tempo, orar e vigiar, que é um remédio que pode combater estes envolvimentos. E estamos numa época, onde energias negativas imperam, dando maiores oportunidades para os Espíritos infelizes agirem nos Espíritos incautos, que aliás, somos nós mesmos.
Beijo, Coração e muita saudade!!!
Obs:- No blog Estudando Espiritismo, postei sobre a fascinação escrito pelo psiquiatra Iso Jorge Teixeira.
Gostei muito da postagem, para mim, que não entendo muito sobre espiritismo foi bem esclarecedora. A alguns meses meu marido sofreu com um problema desse tipo, mas encontramos pessoas que nos ajudaram. Eu sempre ouço e vejo coisas, mas eu não tehho medo, por esse motivo não me abalo, e quando me incomodam eu faço uma oração, peço luz e solicito que se retirem.
ResponderExcluirPost muito esclarecedor
Paz
Praticamente todos nós temos algum grau de obsessão, isto quando não nos auto obsidiamos sozinhos, pois o teor de nossos pensamentos é que atrai energias de todos os tipos.
ResponderExcluirPor isso o vigiai e orai sempre!
Beijos em teu coração!
Olá Márcia.
ResponderExcluirAmo o Espiritismo e sou muito grata, porque através dele fui compreendendo e entendendo a Espiritualidade.
A obsessão é algo que sempre me preocupa, porque tenho uma sensibilidade de captar a Energia de ambientes e pessoas, tanto positivas como negativas. Já fiz alguns tratamentos de desobsessão(claro que não são só as energias que me derrubam), a principal causa é devido ao meu próprio descuido, deixando minha vibração cair, já sabe né...semelhante atrai semelhante.
Portanto, procuro sempre tomar passes para meu equilíbrio e estou trabalhando muito meus padrões de pensamentos, e Graças a Deus hoje estou muito melhor.
Seu texto foi ótimo, mais um pouco que me informo e reforço meu trabalho interno.
Beijos em seu coração!
Lú.
Nenhum de nós está livre da obsessão e até mesmo da auto-obsessão, porque muitas vezes nós mesmos adotamos uma postura de auto-punição que não deixa de ser uma forma de obsessão. Para isso eu sempre me lembro das palavras "Orai e vigiai".
ResponderExcluirObrigada pela visita em meu blog, volte sempre querida!
Marcia!
ResponderExcluirBom dia!
Adorei teu blog e achei muito importantes os ensinamentos de teus textos!
Realmente são belas tuas postagens.
Obrigada pela visita.
Estou seguindo e guardando teu blog na lista dos meus mais queridos.Também posto textos de Chico Chavier em meu blog como forma de ajudar as pessoas que por ele passam.
Belo fim de semana!
Beijos,
Aracy
Meus amigos/as queridos,
ResponderExcluirsejam sempre muito bem-vindos a este espaco; que possamos sempre interagir, nessa troca de energias e ensinamentos.
Os comentários de vocês sao preciosos!
Abracos com muito carinho.
Márcia, obrigado pelos ensinamentos que traz para todos nós, através de teu blog. Estou gostando muito de sua abordagem na área mediunica. Bom final de semana e fica na paz. Luciano Dudu
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