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24/11/2011

MUNDOS TRANSITÓRIOS

mundos 

Existem mundos que servem de estações ou de lugares de repouso aos Espíritos errantes, particularmente destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécies de acampamentos, lugares onde possam repousar de erraticidades muito longas, que de alguma maneira são sempre penosas. Esses mundos ocupam posição intermediária entre outros mundos, graduadas, conforme a natureza dos Espíritos que os procuram para gozar de maior ou menos bem-estar

Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los à vontade, para seguir o seu destino. Podemos figurá-los como aves de arribação descendo numa ilha para recuperarem suas forças e, depois, seguirem avante.

Os Espíritos progridem durante essas estações nos mundos transitórios, pois os que assim se reúnem têm o fito de se instruírem para mais facilmente obterem a permissão de irem a lugares melhores até alcançarem à posição dos eleitos.

Por sua natureza especial os mundos transitórios (1) não são perpetuamente destinados aos Espíritos errantes, sua posição é apenas temporária.

Apesar de terem uma constituição análoga à de outros planetas têm uma superfície estéril e não são ao mesmo tempo habitados por seres corpóreos. Os que habitam esses mundos de nada precisam. (2)

A Natureza desses mundos se traduz pelas belezas da imensidade, não menos admiráveis daquilo que chamamos belezas naturais na Terra.

A Terra na época de sua formação esteve na condição desses mundos.

Nada existe de inútil na Natureza: cada coisa tem a sua finalidade, a sua destinação; nada é vazio, tudo é habitado, a vida se expande por toda parte (3). Assim durante a longa série de séculos que se escoou antes da aparição do homem sobre a Terra durante os lentos períodos de transição atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos, sobre essa massa informe, nesse árido caos em que os elementos se confundiam não havia ausência de vida. Seres que não tinham as nossas necessidades, nem as nossas sensações físicas, ali encontravam refúgio. Deus quis que, mesmo nesse estado imperfeito, ela servisse para alguma coisa. Quem, pois, ousaria dizer que entre os bilhões de mundos que circulam na imensidade apenas um, e um dos menores, perdido na multidão, teve o privilégio exclusivo de ser povoado? Qual seria a utilidade dos outros? Deus os teria feito só para recrear os nossos olhos? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que brilha em todas as suas obras, inadmissível quando se pensa em todas as que não podemos perceber. Ninguém poderá negar que há, nesta idéia dos mundos ainda impróprios para a vida material, e entretanto povoados de seres apropriados ao seu estado, alguma coisa de grande e sublime, onde talvez se encontre a solução de muitos problemas.

(1) Podemos deduzir que a natureza desses mundos transitórios, são materiais, conforme a resposta dadas pelos Espíritos as questões 236 e 236a onde afirmam que a Terra na época de sua formação esteve na condição desses mundos. Nesses mundos em formação, podem repousar de erraticidades muito longas, se reunirem com a finalidade de se instruírem para obterem as condições necessárias e irem à lugares, como por exemplo a Terra, a fim de se provarem ou expiarem erros passados, com o objetivo de se tornarem melhores até alcançarem à posição dos eleitos.

(2) Santo Agostinho in Revista Espírita, maio de 1859, Mundos Intermediários ou Transitórios.

(3) No Universo, tudo serve, tudo se encadeia por liames que ainda não conseguimos perceber na sua amplidão, mas na Natureza, tudo se harmoniza através de leis gerais e, nessa admirável harmonia que se faz através da solidariedade dos seres que habitam todos os reinos da natureza, eles progridem, se aperfeiçoam, se depuram, concorrendo dessa forma para o cumprimento dos desígnios da Providência. No Universo a vida é uma ocupação contínua. No momento em que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entra no período de humanidade, a luz, para ele, se mostrará cada vez mais ampla, e ele passará a perceber cada vez melhor que todos devem percorrer os diferentes graus da escala de cada reino ou classe espírita para se aperfeiçoarem e, que ele, qualquer que seja o seu grau de adiantamento, sua situação, estará sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual terá deveres iguais a cumprir, cujo objetivo natural, é fazer tudo tender na direção da Unidade (Perfeição), conforme se pode observar nas respostas dos Espíritos às questões 540, 558, 561, 566, 573, 604, 607a, 611 e 888a de LE.

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Fontes:

Allan Kardec – O Livro dos Espíritos, Livro Segundo, qq. de 234 à 236 e 540, 558, 561, 566, 573, 604, 607a, 611 e 888a.

Allan Kardec – Revista Espírita, maio de 1859, Mundos Intermediários ou Transitórios.

Um comentário:

  1. Um texto pra ser lido com calma. volto para reler nas minhas madrugadas silenciosas.
    Um beijo grande

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