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13/12/2010

RECORDANDO AS BEM AVENTURANCAS

SermonOnTheMount

Após passar quase toda a noite em profunda meditação e em oração com o Deus-Pai, Jesus viu a multidão ali presente na colina, os discípulos foram se aproximando, e o Mestre iluminado pela Luz da Divindade falou:

"Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós."
(Mateus Cap.5, versículos 3 a 12)

As Bem-Aventuranças, dentro do Sermão da Montanha, não são somente ensinamentos, são na verdade  experiências íntimas da vida de Jesus. Não é para ser lida e ouvida simplesmente. É para ser sentida e refletida num profundo estado de espiritualidade. Mahatma Gandhi disse: "se toda a literatura espiritual da Humanidade perecesse, e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido".  

O objetivo deste texto, é recordar e fazer uma pequena reflexão sobre estes ensinamentos tão atuais, e ainda tão incompreendidos. Imagine chamar felizes os pobres de espírito, felizes os que choram, felizes os injustiçados, felizes os que sofrem perseguição,... Quanto masoquismo e ironia, iriam pensar os materialistas e os incrédulos.

            Nestas Bem-Aventuranças, Jesus ensina a progressão evolutiva do Espírito, a Lei da Causa e Efeito, e não faz promessas para serem saboreadas somente no futuro! O Reino dos Céus está dentro de nós mesmos. São ensinamentos que podem ser exercitados em nosso lar, em nosso ambiente de trabalho, é para ser vivenciado no nosso dia-a-dia.

Com certeza, para conquistar as Bem-Aventuranças são necessárias muitas vidas, muitas reencarnações, mas nada impede que possamos praticá-las a partir deste momento.

(1) "Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus".

Podemos afirmar que, Jesus prepara o Reino dos Céus para os humildes, para os que tem a simplicidade de coração. A humildade nos aproxima de Deus, enquanto o orgulho nos distancia Dele.


Os "pobres em espírito" são os que tem a modéstia em afirmar que nada sabem, que reconhecem as suas fraquezas e estão constantemente buscando o seu aperfeiçoamento e a lapidação das suas imperfeições.

Não podemos confundir humildade com pobreza. Esta Bem-Aventurança levou muita gente na Idade Média, achando que "bem-aventurados os pobres, que o Reino dos Céus seriam deles", a abdicar os bens materiais, vivendo na miséria e indigência. Há ricos em matéria que são excelente pessoas, boas e caridosas. Há pobres que são maus, cruéis. E podemos dizer que o contrário também ocorre. O dinheiro pode ser útil para fazer a caridade, como pode ser usado somente para a satisfação pessoal e a ganância.


O que esta Bem-Aventurança diz é que o apego material é um obstácu­lo para a salvação. Os bens materiais, quando bem aplicados, podem ajudar a melhorar e salvar vidas, trazendo o progresso e a evolução da humanida­de.

Jesus coloca a humildade no plano das virtudes que precisamos adquirir para merecermos a glória das almas redimidas.

(2) "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados".

"Bem-Aventurado o homem que suporta com paciência a provação! Porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que O amam." (Tiago, cap.1, v.12)

Não basta sofrer! Precisamos sair renovados e extrair ensinamentos dos momentos difíceis. É necessário aceitar o sacrifício e o sofrimento, lembrando que após as horas de amarguras, vem um periodo de tranquilida­de. Como já diz o ditado popular: "após a tempestade surje a bonança". Mesmo que, durante toda esta existência seja de muita luta e dor, pode ter certeza que experimentaremos uma alvorada gloriosa quando ingressar­mos no plano celestial.

Agora, os que não aceitam os periodos de dificuldades, que se revoltam e vivem reclamando de tudo e de todos, está recusando o débito do resgate, muitas vezes acaba gerando males não programados e amarguras desnecessárias. São lágrimas ácidas e amargas, podendo assim chamar esta recusa da quitação de erros pretéritos.

Vivemos num planeta de expiação e provas, ou seja, a quase totali­dade das pessoas que aqui reencarnaram, estão quitando débitos de vidas passadas, para o devido reajustamento e amadurecimento. Ninguém sofre sem uma causa anterior. 

(3) "Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a Terra".

A mansidão é característica das pessoas que condenam a violência. São pessoas pacíficas e procuram sempre a paz.

Jesus sempre condenou a violência, a cólera e qualquer tipo de expressão que agrida os semelhantes. Ele fez da brandura, da afabilidade, da calma e paciência uma Lei.

Com as mudanças previstas em nosso planeta, não mais reencarnarão pessoas rebeldes, perversas e violentas. A Terra deixará de ser um planeta de expiação e provas, e passaremos a ser um mundo de regeneração e evolução, onde a felicidade e o amor ao próximo prevalecerá.

Os brandos e pacíficos herdarão a Terra, porque continuarão a viver nela em busca do seu processo evolutivo, e não mais de quitação de dívi­das do passado.

Só que essas mudanças não acontecem do dia para a noite. O processo é lento, assim como tem sido a evolução da Humanidade. Mas, já podemos notar alguns sinais de mudanças físicas, sociais e espirituais em nosso planeta.

Quem persistir na prática do Bem, procurando sempre manter a Harmo­nia, a Paz e a Felicidade, com certeza será um dos candidatos a herdar a Terra.

(4) "Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados".

Cairbar Schutel, em seu livro "Parábolas e Ensinos de Jesus", diz que: "bem-aventurados os que se revoltam contra a injustiça, mas são resignados e calmos. Ai dos indiferentes, dos acomodatícios, dos covar­des, dos servis, que em proveito próprio aplaudem a injustiça".

Cairbar valoriza as atitudes dos homens que procuram implantar, aqui em nosso próprio planeta, a verdadeira justiça e não deixar nas mãos de Deus, para que seja implantada nos céus.

Podemos tomar como exemplo, Mahatma Gandhi que lutou pacificamente pela justiça entre os homens.

Muitas pessoas, como Gandhi, tem fome e sede de justiça, e lutam por ela dentro de seus lares, no trabalho, na rua, ..., procurando dentro da Lei do Amor e da Sabedoria eliminar as desigualdades e os sofrimentos.

(5) "Bemaventurados os misericordiosos, porque alcancarao  a misericordia".

Misericórdia é ter compaixão da dor alheia. Ser misericordioso é, acima de tudo, suportarmos os defeitos daqueles que nos rodeiam, de não guardarmos qualquer ressentimento, não alimentarmos desejos de vingança, e estarmos sempre dispostos a servir, mesmo sabendo que não obteremos nada em troca e teremos que suportar ingratidão alheia.

Para execermos a misericórdia, não basta somente ter a compaixão pela dor do próximo, é necessário, acima de tudo, fazer algo de concreto para minorá-la.

Kardec nos fala, no "Evangelho Segundo o Espiritismo", que "a misericórida é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericoridioso não pode ser brando e pacífico. Ela consiste no esqueci­mento e perdão das ofensas."

(6) "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus".

Já dizia Santo Agostinho: "concede-se aos puros de coração a faculdade de ver Deus, pois têm puro o olho com que se contemplam as coisas celestiais. Busca o Senhor com a sensibilidade do coração. Um coração puro é um coração sensível. Assim como é necessário ter os
olhos sãos, do corpo, para ver a luz natural, não se pode ver a Deus se não tiver purificado aquele que pode percebê-lo"

Ter o coração puro é não dar abrigo a paixões inferiores, tais como: o ódio, a inveja, o orgulho, a maledicência,... As paixões inferiores turvam a visão espiritual.

Kardec diz que: "a pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda a idéia de egoísmo e orgulho. (...) A verdadeira pureza não está somente nos atos, está também nos pensamentos. Porquanto aquele que tem puro coração, nem sequer pensa no mal".

(7) "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus".
Pacificar é trazer a paz!

Existem pessoas que tem a preocupação em implantar a harmonia e a paz nas nações, as quais nós podemos chamá-las de pacificadoras.

Mahatma Gandhi, um Espírito de grande elevação, foi um verdadeiro pacificador, onde sem usar a espada, os canhões, a violência, conseguiu a independência de seu país, a India, em relação à Inglaterra.

Durval Ciamponi, em "Reflexões sobre as Bem-Aventuranças", diz que "um pacificador para ser bem-aventurado e fazer jus à recompensa de ser chamado de filho de Deus deve ser pacífico, ainda que injuriado e perse­guido em razão da causa divina que defende, renunciando os próprios direitos."

Gandhi é o perfeito paradigma de um Espírito que se enquandra entre os bem-aventurados, merecendo o atributo de filho de Deus.

Um pacificador também se preocupa em levar a concórdia, o amor, a harmonia e a paz nos seus lares, no ambiente de trabalho, ou seja, em todos os lugares onde esteja presente.

Mas, precisamos lembrar, que antes de levarmos a paz às pessoas, precisamos primeiramente conquistar a nossa harmonia interior. Aliás, ninguém pode ser verdadeiro pacificador dos outros, se não for pacifica­dor de si mesmo.

(8) "Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus".

Nesta bem-aventurança, Jesus refere-se aos idealistas que ousaram enfrentar as limitações e os preconceitos de suas épocas. Podemos recorrer à História e ver que milhares de cristãos tiveram coragem de proclamar a sua fé e serem conduzidos aos Circos Romanos para serem devorados por feras famintas. Outros homens contestaram dogmas absurdos da Igreja e foram condenados à morte, casos de Giordano Bruno e João Huss.                                             

Geralmente estas pessoas são atacadas, caluniadas, encarceradas e até mortas, por defenderem suas opiniões e ponto de vista, mas ficaram para sempre na História como precursoras de novas idéias que contribuiram para reformular a Ciência, a Religião, as Artes, a sociedade.

O verdadeiro reformador jamais recorre à violência e à agressivi­dade para impor as suas idéias. Sempre se dispõe a agir com bondade, dentro da Paz.

(9) "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós."

Há um trecho no livro de Paulo Alves Godoy, "Os quatro Sermões de Jesus", que resume muito bem o significado desta bem-aventurança: "Bem-aventurados são aqueles que sofreram para elevar, bem alto, o nome de Jesus Cristo, os que tudo fizeram para que a doutrina cristã se implan­tasse na face da Terra"

            Mais vale ser odiado que odiar, ser ofendido que ofender, ser perseguido que perseguir.

Más vale ser odiado que odiar, ser ofendido que ofender, ser perseguido que perseguir.
            Quanto mais rude e dolorosos os golpes recebidos, maior será a recompensa no Céu.


Exemplifiquemos sendo bons e caridosos para com todos os nossos Irmãos. Sejamos simples e resignados.
O Mestre oferece flores celestiais para todos aqueles que perseve­rem até o fim seguindo os seus ensinamentos.

"Que vosso amor seja sem hipocrisia, detestando o mal e apegados ao bem; com amor fraterno, tendo carinho uns para com os outros, cada um considerando o outro como mais digno de estima". Sede diligentes, sem preguiça, fervorosos de espírito, servindo ao Senhor, alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração, tomando parte nas necessidades dos santos, buscando proporcionar a hospitalidade.
Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis."
(Paulo – Epístola aos Romanos – Cap. 12, versículos 9 a 14)  Rubens Santini

5 comentários:

  1. ola Marcia tenha um bom dia ,uma otima semana.
    em minha humide e simples opinião devmos começar.
    sempre, por nos mesmos ,a doutrina o aprendizado
    a evolução e toda e qualquer,recomendação
    proviniente,a estudo diciplina comportamento,
    atenciosamente,Marlene,bjs...

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  2. Obrigada pelas lindas mensagens e reflexões que sempre nos enriquecem o espírito. Um abraço

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  3. O dinheiro é neutro em si mesmo. Depende da pessoa que o possui. A diferença, pois, de compreender os ensinos de Jesus está no nível moral de cada um.
    E estamos num momento onde somos mais teóricos que práticos, quanto a sabedoria cristã.

    Meu Anjo, um belíssimo texto. Para ser refletido.

    Um beijo, Anjo d'alem mar!

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  4. Olá!!Bom Dia!!

    O sermão da montanha é lindo!! E com a explicação espírita fica ainda mais claro!
    Belo texto!
    Amiga vim lhe oferecer o selinho de Natal!!Espero que goste!Fiz com muito carinho!!
    Que Deus te abençõe!!
    Beijos

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  5. Boa tarde.

    Belo texto. Muito obrigada.
    Feliz Natal.
    Um grande abraço.

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