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22/07/2011

AS MULHERES DA VIDA DE JESUS

 

Cristo na Casa de Marta e Maria

As mulheres da vida de Jesus

Elas protagonizaram passagens que definiram o cristianismo, estiveram com ele nas pregações e não o abandonaram no calvário. Saiba quem foram as representantes do sexo feminino que acompanharam Cristo em toda sua trajetória.

Os homens dominam a história do cristianismo. A começar por Deus, o Pai, onipresente e onipotente, criador e não criadora, passando pelos 12 apóstolos, que não incluíam uma mulher sequer, e culminando com Jesus, Filho e não filha. Curiosamente, porém, são as mulheres que não só participaram, como protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo. Da concepção à crucificação, enquanto homens traíam ou fingiam não conhecer o Messias, elas não se acovardaram diante das dificuldades. Mas quem são essas mulheres e por que elas são importantes? E como, hoje, as cristãs batalham para encontrar mais espaço dentro da Igreja?
Com a leitura dos Evangelhos como relatos simbólicos aliada ao estudo histórico do tempo de Cristo, é possível resgatar o protagonismo de algumas mulheres na vida de Jesus. “Cada época lê os Evangelhos de uma maneira”, resume Stephen Binz, biblista formado pelo Pontifício Instituto Bíblico, em Roma, e autor do livro “Mulheres nos Evangelhos: Amigas e Discípulas de Jesus”, a ser publicado nos Estados Unidos em janeiro de 2011. “E as verdades e conclusões tiradas do texto derivam da vida e das prioridades de quem o lê.”João Loes  

Parte do artigo da Revista  ISTO É |   Edição:  2146  Atualizado em 22.Jul.11 - 12:54

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AS MULHERES SEMPRE FORAM OS PILARES DO EDIFÍCIO CRISTÃO

A revista IstoÉ(1) divulgou interessante matéria sobre “As mulheres da vida de Jesus”, demonstrando que elas não foram simples coadjuvantes das passagens que marcaram o cristianismo. Os evangelistas são explícitos quanto à numerosa presença feminina na paixão e ao pé da cruz. Foram elas as testemunhas de momentos-chave dos tempos apostólicos.
Historicamente, o patriarcado ancestral tem dominado a trajetória do cristianismo. A exemplo de Deus, o “Pai” e não Mãe, Criador e não Criadora, passando pelos 12 apóstolos e não apóstolas, e culminando com Jesus, Filho e não filha. Curiosamente, contudo, são as mulheres que não só participaram, como protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo.
Foi no encontro com Maria que Isabel confirmou o projeto divino à prima, ao anunciá-la como bendita entre as mulheres, além de bendizer o fruto de seu ventre. “Isabel, idosa e estéril, mas grávida de João Batista, representaria o passado que abre caminho e dá as boas vindas ao novo, que é Maria, jovem e grávida de Jesus.” (2)
Maria de Magdala (Madalena), que foi libertada de sete algozes espirituais (desobsidiada) por Jesus passou a segui-Lo e se tornou importante no ministério cristão. A mais poderosa das demonstrações de confiança do Mestre Jesus em Madalena, e, por extensão, nas mulheres, foi o fato de tê-la escolhido para ser a primeira testemunha de seu ressurgimento após a crucificação. A história de outras duas mulheres próximas de Jesus no Evangelho é exemplo disso. Marta e Maria, irmãs de Lázaro, têm dois episódios marcantes junto ao Messias.
A importância das mulheres, aliada ao fato de que muitas não foram identificadas, alimentou um verdadeiro aluvião de lendas sobre o papel que elas tiveram nos momentos apoteóticos do Evangelho. O certo é que o legado feminino deixado pelas mulheres contemporâneas de Jesus tem valor inestimável. Os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, compilados entre os anos 30 d.C. e 80 d.C., dão enorme importância à presença feminina na Boa Nova.
É fato! O Cristianismo primitivo foi o primeiro movimento histórico que tentou dar à mulher uma condição de "status" social igual à do homem. Mas com o passar dos anos, o movimento cristão fragmentou-se, e a única vertente que sobreviveu e cresceu sobre a função social da mulher foi a interpretação de Paulo de Tarso, o “Convertido de Damasco”.
O “Apóstolo dos Gentios” era formado no rígido patriarcalismo da lei judaica, mesmo tendo realizado profundas transformações morais com relação aos costumes e tradições legados de sua estirpe racial. Ainda assim, após sua conversão, não superou alguns de seus costumes cristalizados, sobretudo em referência às mulheres.
Comprovam sua rigidez em relação a elas as suas missivas a Timóteo: "Não permito à mulher que ensine, nem se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio, com espírito de submissão."(3) Ou ainda aos cristãos de Corinto, quando prescreve "Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que a mulher fale nas assembléias."(4) E aos Colossenses, admoesta: "mulheres, sejam submissas a seus maridos, pois assim convém a mulheres cristãs."(5)
Percebe-se, sem muito esforço de interpretação, que o apóstolo de Tarso não assimilou, na prática, que a liberdade de consciência que ele apregoava envolvia também os anseios femininos – distorção que o Espiritismo corrigiu , desautorizando qualquer ideia de rebaixamento da mulher em relação ao homem e vice-versa.
Em verdade, a mulher é exponencial referência do equilíbrio definitivo do Planeta. Cabe a ela influir decisivamente sobre os seres que reencarnam, transmitindo-lhes a primeira noção da vida. Sabemos que "homem e mulher são iguais perante Deus e têm os mesmos direitos porque a ambos foi outorgada a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir."(6) Não existem sexos opostos, mas complementares.
“Em pleno século XXI, temos um cristianismo que, no que diz respeito às mulheres, ainda está na Idade Média.” (7) Portanto, nada mais justo que a luta pela causa de maior liberdade e direito para a mulher. Afinal, na Ordem Divina não há distinção entre os dois seres. Mas, obviamente, urge muita cautela. Os movimentos feministas, não obstante tenham seu valor, costumam cair no radicalismo, querendo fazer da participação natural uma imposição. Muitas vezes, em seus intuitos, ao lado de compreensíveis pleitos, enunciam propósitos que fariam da mulher não mais mulher, mas imitação ridícula e imperfeita do homem.
Jamais podemos deixar de lembrar das irmãs Fox,  Florence Cook, e das jovens senhoritas que colaboraram intensamente com Kardec na qualidade de médiuns. Segundo informações históricas, as corajosas vanguardeiras da mediunidade chamavam-se Julie Baudin, Caroline Baudin, Ruth Japhet e Aline Carlotti. As duas primeiras psicografaram a quase totalidade das questões de O Livro dos Espíritos nas reuniões familiares dirigidas por seus pais e assistidas pelo Codificador.(8)  Ruth foi a medianeira responsável pela revisão completa do texto, incluindo adições.(9) Aline fez parte do grupo de médiuns através do qual Kardec referendou as questões mais espinhosas do livro, fazendo uso da concordância dos ensinos (CUEE – Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos).(10)
Atualmente, embora as mulheres ainda não usufruam do prestígio e reconhecimento que tinham nos tempos de Cristo, a força das histórias daquelas que viveram a fé de forma plena, por meio de atos e palavras, deixou sua marca e continua estimulando mudanças estruturais. No século XIX, se o Consolador Prometido não contasse com a mão-de-obra, com a grandeza, com a persistência e com a moralidade feminina, certamente a Doutrina Espírita inexistiria.

Jorge Hessen
Referências bibliográficas:
(1)    Revista IstoÉ, edição nº 2146   de 22.dez.2010
(2)    idem
(3)    I Tim. 2, 9-13.
(4)    Coríntios 14, 34-35
(5)    Colossenses 3: 18
(6)    Kardec, Allan. Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2001 pergs. 817 a 822
(7)    Revista IstoÉ, edição nº 2146   de 22.dez.2010
(8)    Revista Espírita, 1858, jan. p.35, Edicel
(9)    idem
(10)    Kardec cita essa última checagem em Obras Póstumas, p.270 (26ªedição da feb).Aline era filha de sr. Carlotti, um dos iniciadores de Rivail nas coisas do invisível.em Obras Póstumas há uma mensagem do Espírito de Verdade, recebida pela srta.Carlotti( pag.281, da edição citada).mais detalhes sobre o principio da verificação universal podem ser encontrados na introdução(II) do Evagelho.Segundo o Espiritismo.

7 comentários:

  1. Li a primeira parte do texto e parece-me que tem muita razão, mas repare que vivemos num mudo material e não sabemos como é a vida espiritual.
    Depois da morte somos todos iguais e não haverá mais diferenças entre ricos ou pobres, cultos ou simples e sem nada.
    Neste mundo os homens fazem as leis e procuram dominar com altos cargos mas no espiritual serão iguais a todos os outros e não haverá mais poderes que o de Deus Omnipotente e Omnisciente.
    As mulheres viveram com Cristo e foi por todas elas que Ele derramou o seu sangue.

    Parece-me que já na época de Jesus havia o poder masculino, mas Ele não se orientou por esse, mas pelo Seu infinito Amor.

    Como poderemos saber que as mulheres não foram verdadeiros apóstolos nesses primeiros tempos???

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  2. Márcia, mesmo o homem não reconhecendo durante milênios, mas hoje sabemos que a mulher tem papel fundamental na história humana e religiosa, além de ser mãe da humanidade.

    Sempre eclética nas publicações!

    Um abraço do amigo de sempre!

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  3. Legal MArcia esta postagem, eu já tinha lido sobre o assunto numas das bibiografias referenciadas e acho oportuna postagem,neste mundo no caso do Brasil onde as mulheres tem sido levadas por uma onda de violencia e discriminação.Há que se fazer uma reflexão sobre esta bela importancia da mulher em todos os setores da vida humana.
    Minha ultima postagem inclusive fala destas mulheres que os homens às vezes ignoram.
    Muito bom.
    Um abração mineiro de toda paz.

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  4. "Sentir, amar, sofrer, devotar-se, será sempre o texto da vida das mulheres."

    (Honoré de Balzac)

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  5. Muito bom!!!!
    O Cristianismo deve muito às mulheres.
    Infelizmente o "paulinismo" cortou a presença da mulher dentro do cristianismo em sua grandeza. Mas acredito que isso seja devido à cultura patriarcal, mas percebo que a mulher cresce cada vez mais e o tempo será a grande aliada delas.

    Minha amiga, obrigado mesmo por compartilhar este belo texto. Para refletir!

    Uma ótima semana, Anjo!
    Beijo!

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  6. Bela e rica reportagem.
    Obrigada por me seguir, estou te seguindo.
    Me interesso muito em saber da vida de Jesus,
    as mulheres que o cercaram são muito especiais, a começas de Nossa Senhora, a senhora de todos os nomes.
    Grande abraço

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  7. Lindo blog...Parabéns! Saudações na Luz!

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