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11/07/2011

Perdão e Auto Perdão

brilhe_sua_luz

Toda vez que a culpa não emerge de maneira consciente, são liberados conflitos que a mascaram, levando a inquietações e sofrimentos sem aparente causa.

Todas as criaturas cometem erros de maior ou menor gravidade, alguns dos quais são arquivados no inconsciente, antes mesmo de passarem por uma análise de profundidade, seja de referência à própria pessoa ou a outrem.

Cedo ou tarde, ressumam de maneira inquietadora, produzindo mal-estar, inquietação, insatisfação pessoal, em caminho de transtorno de conduta.

A culpa é sempre responsável por vários processos neuróticos, e deve ser enfrentada com serenidade e altivez.

Ninguém se pode considerar irretocável enquanto no processo da evolução.

Mesmo aquele que segue retamente o caminho do bem está sujeito a alternância de conduta, tendo em vista os desafios que se apresentam e o estado emocional do momento.

Há períodos em que o bem-estar a tudo enfrenta com alegria e naturalidade, enquanto que, noutras ocasiões, os mesmos incidentes produzem distúrbios e reações imprevisíveis.

Todos podem errar, e isso acontece amiúde, tendo o dever de perdor-se, não permanecendo no equívoco, ao tempo em que se esforcem para reparar o mal que fizeram.

Muitos males são ao próprio indivíduo feitos, produzindo remorso, vergonha, ressentimento, sem que haja coragem para revivê-los e liberar-se dos seus efeitos danosos.

Uma reflexão em torno da humanidade de que cada qual é possuidor permitir-lhe-á entender que existem razões que o levam a reagir, quando deveria agir, a revidar, quando seria melhor desculpar, a fazer o mal, quando lhe compriria fazer o bem…

A terapia moral pelo autoperdão impõe-se como indispensável para a recuperação do equilíbrio emocional e o respeito por si mesmo.

Torna-se essencial, portanto, uma reavaliação da ocorrência, num exâme sincero e honesto em torno do acontecimento, diluindo-o racionalmente e predispondo-se a dar-se uma nova oportunidade, de forma que supere a culpa e mantenha-se em estado de paz interior.

O autoperdão é essencial para uma existência emocional tranquila.

Todos tem o dever de perdoar-se, buscando não reincidir no mesmo compromisso negativo, desamarrando-se dos cipós constringentes do remorso.

Seja qual for a gravidade do ato infeliz, é possível repará-lo quando se está disposto a fazê-lo, recobrando o bom humor e a alegria de viver.

Em face do autoperdão, da necessidade de paz interior inadiável, surge o desafio do perdão ao próximo, àquele que se tem transformado em algoz, em adversário contínuo da paz.

Uma postura psicológica ajuda de maneira eficaz e rápida o processo do perdão, que consiste na análise do ato, tendo em vista que o outro, o perseguidor, está enfermo, que ele é infeliz, que a sua peçonha caracteriza-lhe o estado de inferioridade.

Mediante este enfoque surge um sentimento de compaixão que se desenvolve, diminuindo a reação emocional da revolta ou do ódio, ou da necessidade de revide, descendo ao mesmo nível em que ele se encontra.

O célebre cientista norte-americano Booker T. Washington, que sofreu perseguições inomináveis pelo fato de ser negro, e que muito ofereceu à cultura e à Agricultura do seu país, asseverou com nobreza: Não permita que alguém o rebaixe tanto a ponto de você vir a odiá-lo.

Desejava dizer que ninguém deve aceitar a ojeriza de outrem, o seu ódio e o seu desdém a ponto de sintonizar na mesma faixa de inferioridade.

Permanecer acima da ofensa, não deixar-se atingir pela agressão moral constituem o antídoto para o ódio de fácil irrupção.

Sem dúvida, existem os invejosos, que se comprazem em denegrir aquele a quem consideram rival, por não poderem ultrapassá-lo; também exameiam os odientos, que não se permitem acompanhar a ascensão do próximo, optando por criar-lhes todos os embaraços possíveis; são numerosos os poltrões que detestam os lidadores, porque pensam que os colocam em postura inferior e se movimentam para dificultar-lhes a marcha ascensional; são incontáveis aqueles que perderam o respeito por si mesmos e auto-realizam-se agredindo os lidadores do dever e da ordem, a fim de nivelá-los em sua faixa moral inferior…

Deixa que a compaixão tome os teus sentimentos e envolve-os na lã da misericórdia, quanto gostarias que assim fizessem contigo, caso ainda te detivesses na situação em que eles estagiam.

Perceberás que um sentimento de compreensão, embora não de conivência com o seu erro, tomará de ti, impulsionando-te a seguir adiante, sem que te perturbes.

Sob o acicate desses infelizes, aos quais tens o dever de compreender e de perdoar, porque não sabem o que fazem , ignorando que a si mesmos se prejudicam, seguirás confiante e invencível no rumo da montanha do progresso.

Ninguém escapa, na Terra, aos processos de sofrimento infligido por outrem, em face do estágio espiritual em que se vive no Planeta e da população que o habita ainda ser constituída por Espíritos em fases iniciais de crescimento intelecto-moral.

Não te detenhas, porque não encontres compreensão, nem porque os teus passos tenham que enfrentar armadilhas e abismos que saberás vencer, caso não te permitas compartilhar das mesmas atitudes sos maus.

Chegarás ao termo da jornada vitoriosamente, e isso é o que importa.

O eminente sábio da Grécia, Sólon, costumava dizer que nada pior do que o castigo do tempo , referindo-se às ocorrências enesperadas e inevitáveis da sucessão dos dias. Nunca se sabe o que irá acontecer logo mais e como se agirá.

Dessa forma, faze sempre todo o bem, ajuda-te com a compaixão e o amor, alçando-te a paisagens mais nobres do que aquelas por onde deambulas por enquanto.

Perdoa-te, portanto, perdoando também, ao teu próximo, seja qual for o crime que haja cometido contra ti.

O problema será sempre de quem erra, jamais da vítima, que se depura e se enobrece.

Pilatos e Jesus defrontaram-se em níveis morais diferentes.

A astúcia e a soberba num, a sua glória mentirosa e a sua fatuidade desmedida.

A humildade real, a grandeza moral e a sabedoria profunda no outro, que era superior ao biltre representante do poder terreno de César.

Covarde e pusilânime, Pilatos não lhe viu culpa, mas não o liberou, porque estava embriagado de ilusão sensorial, lavando as mãos, em torno da Sua vida, porém, não se liberando da responsabilidade na consciência.

Estóico e consciente Jesus aceitou a imposição arbitrária e infame, deixando-se erguer numa cruz de madeira tosca, a fim de perdoar a todos e amá-los uma vez mais, convidando-os à felicidade.

Perdoa, pois, e autoperdoa-te!

Joanna de Ângelis

10 comentários:

  1. Fiquei surpresa ao entrar aqui. Que coincidência ! Acabei de falar sobre culpa no diário-feminino, mas seu post é completo. Eu apenas a mencionei em virtude de um filme que assisti.

    Bjs.

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  2. Obrigada pelas palavras!
    Magnífico.

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  3. Muito bom e esclarecedor esse texto, parabéns.Beijos

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  4. perdoar e perdoar-se, os dois são difíceis de exercermos, falo por mim mesma. Não somos tão elevados para perdoar tão rápido os que nos ferem de alguma forma, e o pior é perdoar-se, nos condenamos por várias atitudes cometidas e leva um tempo até que aconteça o perdão pra si mesmo e para o outro, é um lição a ser exercida, praticada diariamente!
    bj caloroso!

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  5. Olá, Márcia!
    Estive lendo este post e é incrível, mas parece uma resposta ao meu.
    Um beijo de luz para ti!

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  6. Aquele não sabe se perdoar, não tem condições de perdoar os outros. Como dizem, ninguém dá o que não tem.

    Anjo d'além mar, um beijo de saudade!!!!

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  7. Muito boa postagem com texto rico de estimulos, de reflexão sobre sentimentos que nao podemos alimentar, nem mesmo nos subjulgar a eles.Nunca nos inferiorizar por sentimentos odiosos,que não nos levam ao encontro de nós mesmos.Saber entender o auto perdão.
    Um abração de toda paz e luz.

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  8. Na Vida muitas vezes percebo que levei mais tempo a "auto perdoar-me" que dar a mão a um inimigo...

    um anjo

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  9. Oiii, muito bom o seu post, PARABÉNS, bem esclarecedor. Copiei a mensagem do espírito Sheilla, tem algum problema???
    Se tiver me mande um e-mail através do meu blog.
    jpmulheresnainformatica.blogspot.com

    Ps. Copiei mencionando a autora!

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  10. A mensagem faz ver em mim que tenho a consciência do auto perdão, porém não tenho o sentimento de me perdoar. Somente depois de muito conflito é que eu me libero.


    Paz interior

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