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09/11/2010

A CONSCIÊNCIA - “as potências da alma”

   consciência 1  

- A consciência. O sentido íntimo

...a alma uma emanação, uma partícula do absoluto. Suas vidas tem por objetivo a manifestação cada vez mais grandiosa do que nela há de divino...

Centro da personalidade...
Permanente...
Indestrutível...

Persiste...
Continua através de todas as nossas transformações...

O percebermo-nos no tempo e no espaço...
Sabermos o que somos...

É também o sentimento que temos de
viver, agir, pensar, querer...
Múltipla e ao mesmo tempo uma só...

Todas essas sensações vão aumentando
e apurando pela própria evolução...
Sem limites...

Manifestará a vida infinita...
O sentimento...
O juízo...

A faculdade de perceber o mundo invisível...
De maneira mais elevada...

Sente as verdades morais...
Suas causas... suas leis...

A alma é, como nos demonstraram os ensinos precedentes, uma emanação, uma partícula do Absoluto. Suas vidas têm por objetivo a manifestação cada vez mais grandiosa do que nela há de divino, o aumento do domínio que está destinado a exercer dentro e fora de si, por meio de seus sentidos e energias latentes.

Pode alcançar-se esse resultado por processos diferentes, pela Ciência ou pela meditação, pelo trabalho ou pelo exercício moral. O melhor processo consiste em utilizar todos esses modos de aplicação, em completá-los uns pelos outros; o mais eficaz, porém, de todos, é o exame intimo, a introspecção. Acrescentemos o desapego das coisas materiais, a firme vontade de melhorar a nossa união com Deus em espírito e verdade, e veremos que toda religião verdadeira, toda filosofia profunda aí vai buscar sua origem e nessas fórmulas se resume. O resto, doutrinas culturais, ritos e práticas não são mais do que ó vestuário externo que encobre, aos olhos das turbas, a alma das religiões.

Victor Hugo escrevia no "Post scriptum de ma vie" "E dentro de nós que devemos olhar o exterior... Incli­nando-nos sobre este poço, o nosso espírito, avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o mundo imenso."

A alma, dizia também Emerson, é superior ao que se pode saber dela e mais sábia do que nenhuma de suas obras.

As profundezas da alma ligam-na à grande Alma universal e eterna, de que ela é uma como vibração. Essa origem e essa participação da Natureza Divina explicam as necessidades irresistíveis do Espírito em evolução adiantada: necessidade de infinito, de justiça, de luz; necessidade de sondar todos os mistérios, de estancar a sede nos mananciais vivos e inexauríveis cuja existência ele pressente, mas que não consegue descobrir no plano de suas vidas terrestres.

Daí provêm nossas mais altas aspirações, nosso de­sejo de saber, jamais satisfeito, nosso sentimento do Belo e do Bem; daí os clarões repentinos que iluminam de tempos a tempos as trevas da existência e os pressenti­mentos, a previsão do futuro, relâmpagos fugitivos no abismo do tempo, que luzem às vezes para certas inteligências.

Sob a superfície do "eu", superfície agitada pelos desejos, esperanças e temores, está o santuário que encerra a Consciência integral, calma, pacífica, serena, o princípio da Sabedoria e da Razão, de que a maior parte dos homens só tem conhecimento por surdas impulsões ou vagos reflexos entrevistos.

Todo o segredo da felicidade, da perfeição, está na identificação, na fusão em nós destes dois planos ou focos psíquicos; a causa de todos os nossos males, de todas as nossas misérias morais está na sua oposição.

Na "Crítica da Razão Pura", o grande filósofo de Koenigsberg demonstrou que a razão humana, isto é, a razão superficial de que falamos, por si mesma nada podia perceber, nada provar do que respeita às realidades do mundo transcendental, às origens da vida, ao espírito, à alma, a Deus.

Dessa argumentação infere-se, lógica e necessariamente, a conseqüência de que existe em nós um princípio, tema razão mais profunda que, por meio da revelação interior, nos inicia nas verdades e leis do mundo espiritual. William James faz a mesma afirmação, nestes ter­mos : "O” eu “consciente faz um só com um” eu “maior, do qual lhe vem o resgate." (193 ) E, mais adiante "Os prolongamentos do” eu “consciente dilatam-se muito além do mundo da sensação e da razão, em certa região que se pode chamar mística ou sobrenatural. Quando nossas tendências para o Ideal tem sua origem nessa região -- é o caso para a maior parte delas, porque somos possuídos por elas de maneira que não podemos perceber - ali temos raízes mais profundas do que no mundo visível, pois nossas mais altas aspirações são centro da nossa personalidade. Mas, este mundo invisível não é somente ideal, produz efeitos no mundo visível. Pela comunhão com o invisível, o "eu" finito transforma-se; tornamo-nos homens novos e nossa regeneração, modificando nosso proceder, repercute no mundo material. Como, pois, recusar o nome de realidade ao que produz efeitos no seio de uma outra realidade? Com que direito diriam os filósofos que não é real o mundo invisível?"

*A consciência é, pois, como diria W. James, o centro da personalidade, centro permanente, indestrutível, que persiste e se mantém através de todas as transformações do indivíduo. A consciência é não somente a faculdade de perceber, mas também o sentimento que temos de viver, agir, pensar e una e indivisível. A plura­lidade de seus estados nada prova, como vimos (194 ) , contra essa unidade. Aqueles estados são sucessivos, como as percepções correlativas, e não simultâneos. Para de­monstrar que existem em nós vários centros autônomos de consciência, seria necessário provar também que há ações e percepções simultâneas e diferentes; mas, isso não é exato e não pode ser.

Todavia, a consciência apresenta, em sua unidade, como sabemos, vários planos, vários aspectos. Física, confunde-se com o que a Ciência chama o "sensorium", isto é, a faculdade de concentrar as sensações externas, coordená-las, defini-las, perceber-lhes as causas e deter­minar-lhes os efeitos. Pouco a pouco, pelo próprio fato da evolução, essas sensações vão-se multiplicando e apu­rando, e a consciência intelectual acorda. Daí em diante não terá limites seus desenvolvimentos, pois que poderá abraçar todas as manifestações da vida infinita. Então desabrocharão o sentimento e o juízo e a alma compreen­der-se-á a si mesma; tornar-se-á, ao mesmo tempo, su­jeito e objeto. Na multiplicidade e variedade de suas ope­rações mentais terá sempre consciência do que pensa e quer.

O "eu" afirma-se, desenvolve-se, e a personalidade completa-se pela manifestação da consciência moral ou espiritual. A faculdade de perceber os efeitos do mundo sensível exercer-se-á por modos mais elevados; conver­ter-se-á na possibilidade de sentir as vibrações do mundo moral, de discriminar suas causas e leis.

É com os sentidos internos que o ser humano per­cebe os fatos e as verdades de ordem transcendental. Os sentidos físicos enganam, apenas distinguem a aparência das coisas e nada seriam sem o "sensorium", que agrupa, centraliza suas percepções e as transmite à alma; esta registra tudo e tira o efeito útil. Abaixo, porém, deste "sensorium" superficial, há outro mais fundo, que dis­tingue as regras e as coisas do mundo metafísico. É esse sentido profundo, desconhecido, inutilizado para a maior parte dos homens, que certos experimentadores designa­ram pelo nome de consciência subliminal.

A maior parte das grandes descobertas não foi na ordem física, mais do que a confirmação das idéias percebidas pela intuição ou sentido íntimo. Newton, por exemplo, havia muito tempo que concebera o pensamento da atração universal, quando a queda de uma maçã veio dar a seus sentidos materiais a demonstração objetiva.

Assim como existe um organismo e um "sensorium" físicos, que nos põem em relação com os seres e as coisas do plano material, assim também há um sentido espiri­tual por meio do qual certos homens penetram desde já no domínio da vida invisível. Assim que, depois da morte, cair o véu da carne, esse sentido tornar-se-á o centro único de nossas percepções.

É na extensão e desenvolvimento crescente desse sentido espiritual que está a lei de nossa evolução psí­quica, a renovação do ser, o segredo de sua iluminação interior e progressiva. Por ele nos desapegamos do rela­tivo e do ilusório, de todas as contingências materiais, para nos vincularmos cada vez mais ao imutável e absoluto.

Por isso a ciência experimental será sempre insufi­ciente, a despeito das vantagens que oferece e das con­quistas que realiza, se não for completada pela intuição, por essa espécie de adivinhação interior que nos faz des­cobrir as verdades essenciais. Há uma maravilha que se avantaja a todas as do exterior. Essa maravilha somos nós mesmos; é o espelho oculto no homem e que reflete todo o Universo.

Aqueles que se absorvem no estudo exclusivo dos fenômenos, em busca das formas mutáveis e dos fatos exteriores, procuram, muitas vezes bem longe, essa cer­teza, esse "criterium", que está neles. Deixam de escutar as vozes íntimas, de consultar as faculdades de entendi­mento que se desenvolvem e apuram no estudo silencioso e recolhido. É esta a razão por que as coisas do invisível, do impalpável, do divino, imperceptíveis para tantos sábios, são percebidas às vezes por ignorantes. O mais belo livro está em nós mesmos; o Infinito revela-se nele. Feliz daquele que nele pode ler!

Todo esse domínio fica fechado para o positivista que posterga a única chave, o único instrumento com o auxílio do qual pode penetrar nele ; o positivista afadigasse em experimentar por meio dos sentidos físicos e de instrumentos materiais o que escapa a toda medida objetiva. Por isso, o homem dos sentidos externos racio­cina a respeito do mundo e dos seres metafísicos como um surdo raciocina a respeito das regras da melodia e um cego a respeito das leis da óptica. Desperte, porém, e ilumine-se nele o senso íntimo e, então, comparada a essa luz que o inunda, a ciência terrestre, tão grande, antes, à sua vista, imediatamente se amesquinhará.

O eminente psicólogo americano William James, rei­tor da Universidade de Harvard (195 ) , declara-o, nestes termos "Posso por na atitude do homem de Ciência e ima­ginar vivamente que nada existe fora da sensação e das leis da Matéria; mas, não posso fazé-lo sem ouvir uma admoestação interior:”Tudo isso é fantasmagoria.”Toda experiência humana, em sua viva realidade, me impele irresistivelmente a sair dos estreitos limites onde pretende encerrar-nos a Ciência. O mundo real é constituído diversamente, é muito mais rico e complexo que o da Ciência."

Depois de Myers e Flournoy, cujas opiniões citamos, W. James estabelece, por sua vez, que a psicologia oficial não pode continuar a desconhecer os recessos da consciência profunda, colocados sob a consciência normal. Ele o diz: formalmente (196 )

"Nossa consciência normal não é mais que um tipo par­ticular de consciência, separado, como por fina membrana, de vários outros que aguardam momento favorável para entrar em jogo. Podemos atravessá-los sem suspeitarmos de sua existência; mas, em presença de estímulo conveniente, mos­tram-se mais reais e complexos."

A propósito de certas conversões acrescenta (197):

"Descobrem-se profundezas novas na alma, à proporção que ela se transforma, como se fosse formada de camadas sobrepostas, cada uma das quais permanece desconhecida, enquanto está coberta por outras."

E, mais adiante (198) "Quando um homem tende conscientemente para um ideal, é em geral para alguma coisa vaga e indefinida; existem, contudo, bem no fundo de seu organismo, forças que aumentam e caminham em sentido determinado. Os fracos esforços, que esclarecem a sua consciência, suscitam esforços subconscientes, aliados vigorosos que trabalham na sombra; mas, essas forças orgânicas convergem para um resultado que muitas vezes não é o mesmo e que é sempre mais bem determinado que o ideal concebido, meditado, reclamado pela consciência nítida."

Tudo isso confirma que a causa inicial e o princípio da sensação não estão no corpo, mas na alma; os sen­tidos físicos são simplesmente a manifestação externa e grosseira, o prolongamento na superfície do ser, dos sen­tidos íntimos e ocultos. O "Chicago Chronicle", de dezem­bro de 1905, refere um caso extraordinário de manifestação do sexto sentido, que julgamos dever citar aqui. Trata-se de uma menina de 17 anos, cega e surda-muda, desde a idade de 6 anos, e na qual se desenvolveu, dessa época em diante, uma faculdade nova:

“Ella Hopkins pertence a uma boa família de Utica, N. Y. Há três anos foi colocada pelos pais num Instituto de Nova Iorque destinado à instrução dos surdos-mudos. Como as outras crianças daquela casa, ensinaram-lhe a ler, a ouvir e a exprimir-se por meio dos dedos”.

Não somente Ella rapidamente se apropriou dessa lin­guagem, como chegou a perceber o que se passa em volta de si, tão facilmente como se gozasse de seus sentidos normais. Sabe quem entra e sai, se é pessoa conhecida ou estranha; segue e percebe a conversa sustentada em voz baixa no aposento onde se encontra, e, a pedido, a reproduz fielmente por escrito. Não se trata de leitura de pensamento direto, pois que a menina não compreende o pensamento das pessoas presentes senão quando lhe dão uma expressão vocal.

Mas, esta faculdade tem intermitências e mostra-se às vezes com outros aspectos.

A memória de Ella é das mais notáveis. O que aprendeu uma vez, e aprende depressa, nunca mais o esquece. Sen­tada diante da máquina de escrever, com os olhos fixos, como se vissem, com interesse intenso nas teclas do instrumento, do qual se serve com extrema precisão, tem toda a aparência de uma jovem inteligente, em plena posse das faculdades normais. Os olhos são claros e expressivos, a fisionomia ani­mada e variável. Ninguém diria que Ella é cega, surda e muda.

Devemos acreditar que o diretor do Instituto, Sr. Currier, está habituado à manifestação das faculdades anormais nes­tes infelizes, pois que não parece admirar-se com o caso da menina. "Temos todos, diz ele, consciência de certas coisas sem o auxílio aparente dos sentidos ordinários... Aqueles que são privados de dois ou três destes sentidos e obrigados a contar com o desenvolvimento de outras faculdades para os substituir, vêem naturalmente estas se desenvolverem e fortificarem."

Há, na mesma classe de Ella, outras duas mocinhas igualmente cegas, surdas e mudas, que possuem também este "sexto sentido", ainda que em menor grau. Faz gosto, ao que parece, vê-las, todas três, comunicarem-se rapidamente pelo verbo pensamento, tendo apenas necessidade do ligeiro contacto dos dedos sensitivos."

A enumeração destes fatos acrescentaremos um teste­munho de alto valor, o do Prof. César Lombroso, da Universidade de Turim. Escrevia ele na revista italiana "Arena" (junho de 1907):

"Até 1890 fui acérrimo adversário do Espiritismo. Em 1891, porém, tive de combater numa cliente minha um dos fenômenos mais curiosos que jamais se me depararam. Tive de tratar a filha de um alto funcionário de minha cidade natal, a qual, de repente, foi acometida, na época da puberdade, de violento acesso de histeria acompanhado de sintomas de que nem a Patologia nem a Fisiologia podiam dar explicação. Havia momentos em que os olhos perdiam total­mente a faculdade de ver e em compensação a doente via com os ouvidos. Era capaz de ler com os olhos vendados algumas linhas impressas que lhe apresentassem ao ouvido. Quando se lhe punha uma lente entre o ouvido e a luz solar, ela experimentava como que uma queimadura nos olhos; exclamava que queriam cegá-la... Conquanto não fossem novos estes fatos, não deixavam de ser singulares. Confesso que, pelo menos, pareciam-me inexplicáveis pelas teorias fi­siológicas e patológicas estabelecidas até então. Parecia-me bem clara uma única coisa, é que esse estado punha em ação, numa pessoa dantes inteiramente normal, forças singulares em relação com sentidos desconhecidos. Foi então que tive a idéia de que talvez o Espiritismo me facilitasse a aproxi­mação da verdade."

Eis outro exemplo do desenvolvimento dos sentidos psíquicos, para o qual chamamos toda a atenção do leitor. A pessoa de que vamos falar é considerada como uma das maravilhas de nossa época (199):

Helen Keller é também uma menina cega, surda e muda. Não possui, em aparência, senão o sentido do tato para comunicar com o mundo exterior. E, entretanto, pode conversar em três línguas com seus visitantes; sua ba­gagem intelectual é considerável; possui um sentimento estético que lhe permite gozar das obras de arte e das harmonias da Natureza. Pelo simples contacto das mãos, ela distingue o caráter e a disposição de espírito das pes­soas que encontra. Com a ponta dos dedos colhe a palavra nos lábios e lê nos livros apalpando os caracteres salien­tes, especialmente impressos para ela. Eleva-se à con­cepção das coisas mais abstratas e sua consciência ilu­mina-se com claridades que vai buscar às profundezas de sua alma.

Escutemos o que nos diz a Sra. Maëterlinck, depois da visita que lhe fez em Wrentham ( América )

"Helen Keller é um ser superior; vê sua razão equi­librada, tão poderosa e tão sã, sua inteligência tão clara e tão bela, que o problema logo se transmuda. Já não se pro­cura ser compreendido, mas compreender.

Helen possui profundos conhecimentos de Álgebra, de Matemáticas, um pouco de Astronomia, de latim e de grego lë Molière e Anatole France e se exprime em seus idiomas; compreende Geethe, Schiller e Heine em alemão, Shakespeare, Rudyard Kipling, Wells em inglês e escreve ela própria como filósofa, psicóloga e poetisa."

O sentido do tato é impotente para produzir tal es­tado mental, tanto mais que Helen, dizem seus educa­dores, consegue perceber o farfalhar das folhas, o zum­bido das abelhas. Agrada-lhe o correr nos bosques.

Seu biógrafo, Gérard Harry, assegura que a inten­sidade de suas percepções confere-lhe aptidões de uma leitora do pensamento.

Evidentemente, encontramo-nos em presença de um ser evolutivo, revindo à cena do mundo com toda a aqui­sição dos séculos percorridos.

O caso de Helen prova que, por trás dos órgãos mo­mentaneamente atrofiados, existe uma consciência desde muito familiarizada com as noções do mundo exterior. Há, aí, ao mesmo tempo, uma demonstração das vidas anteriores da alma e da existência dos seus próprios sentidos, independentes da matéria, dominando-a e sobre­vivendo a toda desagregação corporal.     Para desenvolver, para apurar a percepção, de modo geral, é preciso, a princípio, acordar o sentido íntimo, o sentido espiritual. A mediunidade demonstra-nos que há seres humanos muito mais bem dotados em relação à visão e audição interiores, que certos Espíritos que vivem no Espaço e cujas percepções são extremamente limita­das em vista da insuficiência de sua evolução.

Quanto mais puros e desinteressados são os pensa­mentos e os atos, numa palavra, quanto mais intensa é a vida espiritual e quanto mais ela predomina sobre a vida física, tanto mais se desenvolvem os sentidos inte­riores. O véu que nos esconde o mundo fluídico adelga­ça-se, torna-se transparente e, por trás dele, a alma dis­tingue um conjunto maravilhoso de harmonias e belezas, ao mesmo tempo que se torna mais apta a recolher e transmitir as revelações, as inspirações dos seres supe­riores, porque o desenvolvimento dos sentidos internos coincide, geralmente, com uma extensão das faculdades do espírito, com uma atração mais enérgica das radia­ções etéreas.

Cada plano do Universo, cada círculo da vida, cor­responde a um número de vibrações, que se acentuam e tornam mais rápidas, mais sutis, à medida que se aproximam da vida perfeita. Os seres dotados de fraco poder de radiação não podem perceber as formas de vida que lhes são superiores, mas todo Espírito é capaz de obter pela preparação da vontade e pela educação dos sentidos íntimos um poder de vibração que lhe permite agir em planos muito extensos. Achamos uma prova da intensidade desta forma de emissão mental no fato de se terem visto moribundos ou pessoas em perigo de morte impressionarem telepaticamente, a grandes distancias, vários indivíduos, ao mesmo tempo. ( 200 )

Na realidade, cada um de nós podia, se quisesse, comunicar a todos os momentos com o mundo invisível. Somos Espíritos. Pela vontade podemos governar a matéria e desprender-nos de seus laços para vivermos numa esfera mais livre, a esfera da vida superconsciente. Para isso é mister uma coisa, espiritualizar-nos, voltar à vida do espírito por uma concentração perfeita de nossas forças interiores. Então, achamo-nos face a face com uma ordem de coisas que nem o instinto, nem a experiência, nem mesmo a razão pode perceber.

A alma, em sua expansão, pode quebrar a parede de carne que a encerra e comunicar por seus próprios sentidos com os mundos superiores e divinos. É o que têm podido fazer os videntes e os verdadeiros santos, os grandes místicos de todos os tempos e de todas as religiões.

William James nota-o nestes termos (201) "O mais importante resultado do êxtase é fazer cair toda barreira levantada entre o indivíduo e o Absoluto. Por ele percebemos nossa identidade com o Infinito. E a eterna e triunfante experiência do misticismo, que se encontra em todos os climas e em todas as religiões. Todas fazem ouvir as mesmas vozes com imponente unanimidade; todas pro­clamam a unidade do homem com Deus."

Noutro lugar expõe também nestes termos suas vistas sobre o misticismo (202)

"Os estados místicos aparecem no sujet como uma for­ma de conhecimento; revelam-lhe profundezas de verdade, insondáveis, à razão discursiva; é uma iluminação de ri­queza inexaurível, que, sente-se, terá em toda vida imensa repercussão.

Chegados a seu pleno desenvolvimento, estes estados im­põem-se de fato e de direito aos que os experimentam, com absoluta autoridade... Opõem-se ã autoridade da consciência puramente racional fundada unicamente no entendimento e nos sentidos, provando que ela não é mais do que um dos modos da consciência."

William James pensa igualmente que os estados mís­ticos podem ser considerados como janelas que dão para um mundo mais extenso e completo.

* O Espiritismo demonstra até certo ponto a exatidão destas apreciações. A mediunidade, em suas formas tão variadas, é também a resultante de uma exaltação psí­quica, que permite entrem os sentidos da alma em ação, substituam por um momento os sentidos físicos e per­cebam o que é imperceptível para os outros homens. Caracteriza-se e desenvolve-se segundo as aptidões que tem o sentido íntimo para predominar, de uma forma ou de outra, e manifestar-se por uma das vias habituais da sensação. O Espírito que desejar fazer uma comunicação reconhece, à primeira vista, o sentido orgânico que, no médium, lhe servirá de intermediário e atua sobre este ponto. Umas vezes é a palavra ou também a escrita pela ação mecânica da mão ; outras, é o cérebro, quando se trata da mediunidade intuitiva. Nas incorporações tem­porárias é a posse plena e inteira e a adaptação dos sen­tidos espirituais do possessor aos sentidos físicos do "sujet".

A faculdade mais comum é a clarividência, isto é, a percepção, estando fechados os olhos, do que se passa ao longe, quer no tempo quer no espaço, no passado como no futuro; é a penetração do Espírito do clarivi­dente nos meios fluídicos onde são registrados os fatos consumados e onde se elaboram os planos das coisas futuras. A clarividência exerce-se as mais das vezes inconscientemente, sem preparação alguma. Neste caso resulta da evolução natural do percipiente ; mas, é possível também provocá-la, assim como a visão espírita.

Sobre este assunto, o Coronel de Rochas exprime-se da maneira seguinte ( 203 )

"Mireille descrevia-me assim os efeitos, sobre si, das minhas magnetizações

Quando estou acordada, minha alma está ergastulada ao corpo e eu me sinto como uma pessoa que, encerrada no pavimento térreo de uma torre, não vê o exterior senão atra­vés das cinco janelas dos sentidos, tendo cada uma vidros de cores diferentes. Quando me magnetizais, livrais-me pouco a pouco das minhas cadeias e minha alma, que deseja sempre subir, penetra na escada da torre, escada sem janela, e não percebo que me guiais, senão no momento em que desemboco na plataforma superior. A minha vista estende-se em todas as direções com um sentido único muito aguçado que me põe em relação com objetos que ele não podia perceber atra­vés dos vidras da torre."

Pode também adquirir-se a clariaudiência, a audição das vozes interiores, modo de comunicação possível com os Espíritos. Outra manifestação dos sentidos íntimos é a leitura dos acontecimentos registrados, fotografados de algum modo na ambiência de um objeto antigo ou mo­derno. Por exemplo, um pedaço de arma, uma medalha, um fragmento de sarcófago e uma pedra de ruínas evo­carão na alma do vidente uma série completa de imagens referentes aos tempos e aos lugares a que pertenceram esses objetos. E o que se chama psicometria ( 203-A ) . Acrescentemos também os sonhos simbólicos, os premo­nitórios e mesmo os pressentimentos obscuros que nos advertem de um perigo de que não desconfiamos.

Já dissemos que muitas pessoas têm, sem o sabe­rem, a possibilidade de comunicar com seus amigos do Espaço por intermédio do sentido íntimo. Deste número são as almas verdadeiramente religiosas, isto é, ideali­zadas, em que as provações, os sofrimentos, uma longa preparação moral apuraram os sentidos sutis, tornan­do-os mais sensíveis às vibrações dos pensamentos externos. Muitas vezes, dirigiram-se a mim almas humanas aflitas para, do Além, solicitar avisos, conselhos, indica­ções que não me era possível proporcionar-lhes. Recomendava-las, então, a experiência seguinte que, às vezes, dava bom resultado. Concentrai-vos, dizia-lhes eu, em retiro e no silêncio; elevai os pensamentos para Deus; chamai o vosso Espírito protetor, o guia tutelar, que Deus nos dá para a viagem da Vida. Interrogai-o sobre as questões que vos preocupam, desde que sejam dignas dele, livres de todo o interesse vil ; depois, esperai ! es­cutai em vós mesmos, atentamente, e, ao cabo de um instante, ouvireis nas profundezas de vossa consciência como que o eco enfraquecido de uma voz longínqua ou, antes, percebereis as vibrações de um pensamento mis­terioso que expulsará vossas dúvidas, dissipará vossas angústias, embalar-vos-á e consolará.

E esta, com efeito, uma das formas de mediunidade e não é das menos belas. Todos podem obtê-la, partici­pando daquela comunicação dos vivos e dos mortos, que está destinada a estender-se um dia a toda a Humanidade. Pode-se até, por este processo, corresponder com o plano divino. Em circunstâncias difíceis de minha vida, quando hesitava entre resoluções contrárias a respeito da tarefa que me foi confiada, de difundir as verdades consoladoras do Neo-Espiritualismo, apelando para a Entidade Suprema, ouvia sempre ressoar em mim uma voz grave e solene que me ditava o dever. Clara e distinta, contudo, esta voz parecia provir de um ponto muito distante. Seu acento de ternura enternecia-me até às lágrimas.

* A intuição não é, pois, as mais das vezes, senão uma das formas empregadas pelos habitantes do mundo invisível para nos transmitirem seus avisos, suas instruções. Outras vezes será a revelação da consciência profunda à consciência normal. No primeiro caso pode ser considerada como inspiração. Pela mediunidade o Espírito suas idéias no entendimento do transmissor. Este fornecerá a expressão, a forma, à linguagem e, na capacidade de seu desenvolvimento cerebral, o Espírito achará meios mais ou menos seguros e abundantes para comunicar seu pensamento com todo o desenvolvimento e relevo.

O pensamento do Espírito agente é uno em seu principio de emissão, mas varia em suas manifestações, segundo o estado mais ou menos perfeito dos instrumentos que emprega. Cada médium marca com o cunho de sua personalidade a inspiração que lhe vem de Mais Alto. Quanto mais cultivado e espiritualizado é o intelecto do "suje", tanto mais comprimidos são nele os instintos materiais e com tanto mais pureza e fidelidade será transmitido o pensamento superior.

A larga corrente de um rio não pode escoar-se atra­vés de um canal estreito. O Espírito inspiração não pode, semelhantemente, transmitir pelo organismo do médium senão aquelas de suas concepções que por ele puderam passar.

Por um grande esforço mental, sob a excitação de uma força externa, o médium poderá exprimir concepções superiores a seu próprio saber; mas, na expressão das idéias sugeridas, ir-se-á encontrar seus termos preferidos, seus modos de dizer habituais, ainda que o estimu­lante que nele atua lhe dê, por momentos, mais amplitude e elevação a linguagem.

Vemos, assim, quantas dificuldades, quantos obstá­culos opõe o organismo humano à transmissão fiel e com­pleta das concepções da alma e como é necessária uma longa preparação, uma educação prolongada para o tor­nar flexível e adaptá-lo às necessidades da Inteligência que o move. E isso não se aplica somente ao Espírito desencarnado que quer manifestar-se por meio de um intermediário mortal, mas também à própria alma encar­nada, cujas concepções profundas nunca conseguem vir plenamente à luz no plano terrestre, como o afirmam todos os homens de gênio e, particularmente, os compo­sitores e poetas.

A princípio, a inspiração é consciente; mas, desde que a ação do Espírito se acentua, o médium acha-se sob a influência de uma força que o faz agir independente­mente de sua vontade; ou, então, invade-o uma espécie de peso; velam-se-lhe os olhos e perde a consciência de si mesmo para passar a um domínio invisível. Neste caso, o médium não é mais do que um instrumento, um apa­relho de recepção e transmissão. Qual máquina que obe­dece à corrente elétrica que a põe em movimento, assim também obedece o médium à corrente de pensamentos que o invade.

No exercício da mediunidade intuitiva no estado de vigília, muitos desanimam diante da impossibilidade de distinguir as idéias que nos são próprias das que nos sugeridas. Cremos, todavia, que é fácil reconhecer as idéias de proveniência estranha. Brotam espontanea­mente, de improviso, como clarões súbitos que derivam de foco desconhecido; ao passo que nossas idéias pes­soais, as que provêm do nosso cabedal, estão sempre à nossa disposição e ocupam de maneira permanente nosso intelecto. somente as idéias inspiradas surgem como por encanto, mas seguem, encadeiam-se por si mesmas e exprimem-se com rapidez, às vezes de maneira febril.

Quase todos os autores, escritores, oradores e poetas são médiuns em certos momentos; têm a intuição de uma assistência oculta que os inspira e participa de seus tra­balhos. Eles mesmos assim o confessam nas horas de expansão.

Thomas Paine escrevia:

"Ninguém há que, tendo-se ocupado com os progressos do espírito humano, não tenha feito a observação de que há duas classes bem distintas do a que se chama Idéias ou Pen­samentos : os que em nós mesmos se produzem pela reflexão e os que de per si se precipitam em nosso espírito. Tomei para mim como regra acolher sempre com cortesia estes visitantes inesperados e investigar, com todo o cuidado de que era capaz, se eles mereciam a minha atenção. Declaro que é a estes hóspedes estranhos que devo todos os conhecimentos que possuo."

Emerson fala do fenômeno da inspiração nos seguin­tes termos:

"Os pensamentos não me vêm sucessivamente como num problema de Matemática, mas penetram de per si em meu intelecto, como um relâmpago que brilha na escuridão da noite. A verdade aparece-me, não pelo raciocínio, mas por intuição."

A rapidez com que Walter Scott, "o bardo d'Aven", escrevia seus romances, era motivo de assombro para seus contemporâneos. A explicação do fato é ele mesmo quem a dá

"Vinte vezes encetei o trabalho depois de ter delineado o plano e nunca me foi possível segui-lo. Meus dedos tra­balham independentes de meu pensamento. Foi assim que, depois de ter escrito o segundo volume de Woodstock, não tinha a menor idéia de que a história desenrolar-se-ia numa catástrofe no terceiro volume."

Falando de "L'Antiquaire", diz também

"Eu tenho um plano geral, mas, logo que pego na pena, ela corre com muita rapidez sobre o papel, a ponto que muitas vezes sou tentado a deixá-la correr sozinha para ver se não escreverá tão bem como quando é guiada por meu pensa­mento."

Novalis, cujos "Fragments" e "Disciples de Saïs" ficarão entre os mais poderosos esforços do espírito hu­mano, escrevia:

"Parece ao homem que ele está empenhado numa con­versa e que algum ser desconhecido e espiritual o determina, de maneira maravilhosa, a desenvolver os pensamentos mais evidentes. Esse ente deve ser superior e homogêneo, porque se põe em relação com o homem de tal maneira que não é possível a um ser sujeito aos fenômenos."

Convém lembrar também a célebre inspiração de Jean-Jacques Rousseau descrita por ele próprio e que, por assim dizer, ficou clássica:

"Eu ia ver Diderot, prisioneiro em Vincennes. Tinha no bolso um Mercure de France, que me pus a folhear durante o caminho. Deparou-se-me a questão da Academia de Dijon,que motivou meu primeiro escrito. Se jamais alguma coisa se pareceu com uma inspiração sutil, foi o movimento que se operou em mim com esta leitura. De repente senti o espí­rito deslumbrado por mil luzes. Multidões de idéias vivas apresentam-se ao mesmo tempo com uma força e uma confiança que me lançaram numa perturbação inexprimível. Sinto a cabeça tomada de um atordoamento semelhante ã embriaguez. Oprime-me e anseia-me o peito violenta palpitarão. Não me sendo possível caminhar por não poder respigar, deixo-me cair debaixo de uma árvore da avenida e passo ali meia hora em tal agitação que, ao levantar-me, vi mo­lhada de lágrimas toda a frente do paletó sem ter percebido que houvesse chorado. Oh! Se alguma, vez me tivesse sido possível escrever a quarta parte do que vi debaixo daquela árvore, com que clareza teria feito ver todas as contradições do sistema social, com que força teria exposto todos os abusos de nossas instituições, com que simplicidade teria demons­trado que o homem é naturalmente bom. .. Tudo o que pude reter daquela massa de grandes verdades que, dentro de um quarto de hora, me iluminaram debaixo daquela árvore, foi facilmente disseminado em meus três principais escritos, a saber: este primeiro discurso, o da Desigualdade e o Tratado da Educação... Tudo mais se perdeu e não houve, escrito no próprio lugar, senão a prosopopéia de Fabrícius."

O caso de inspiração mediúnica mais extraordinário, talvez, das tempos modernos é o de Andrew Jackson Davis, chamado também "o vidente de Poughkeepsie".

Esta personagem aparece ao alvorecer do Neo-Espiritua­lismo americano como uma espécie de apóstolo de forte relevo. Graças a uma faculdade que não teve rival, pôde exercer irresistível influência em sua época e em seu país.

Extratamos os seguintes pormenores da obra da Sra. Emma Harding, intitulada "Espiritualismo America­no Moderno":

"Na idade de 15 anos o jovem Davis tornou-se, primeira­mente, célebre em Nova Iorque e no Connecticut por sua habi­lidade em diagnosticar as doenças e prescrever remédios, graças a uma admirável faculdade de clarividência. De temperamento franzino e delicado, o jovem médium possuía um grau de cultura intuitiva que compensava a ausência total de educação e uma facilidade de apresentação que não era de se esperar de sua origem muito humilde, porque era filho e aprendiz de um pobre sapateiro da terra.

Havia sido por acaso magnetizado aos 14 anos por um certo Levingston, de Poughkeepsie, que, descobrindo que o aprendiz de sapateiro possuía admiráveis faculdades de clarividência e um dom extraordinário para curar as doenças tirou da loja fez sócio.

Desde que o acaso fizera Levingston descobrir os dons maravilhosos do jovem Davis, o tempo deste último fora tão bem empregado que nem naquele momento, nem em época de sua carreira, pode ter vagar de acrescentar uma letra ã sua instrução de campônio. A humildade de classe e os meios de seus pais privaram-no de toda probabilidade de cultura, salvo durante cinco meses em que freqüentou a escola da aldeia e os rudes camponeses dos distritos atrasados.

A celebridade extraordinária a que chegou tornou públi­cas as menores particularidades de sua infância. Está, pois, averiguado que sua mais alta ciência, na época que se pode dizer de sua iluminação espiritual, limitava-se a saber ler, escrever e contar sofrivelmente, e toda a sua literatura se resumia num conto chamado Les toes esPagnoles.

Davis tinha 18 anos quando anunciou, ao círculo de admi­radores a quem interessava sua clarividência, que ia ser ins­trumento de uma nova e admirável fase de poder espiritual, começando por uma série de conferências destinadas a pro­duzir considerável efeito no mundo científico e nas opiniões religiosas da Humanidade.

Em cumprimento desta profecia, começou ele o curso de suas conferência e escolheu para magnetizador o Dr. Lyon de Bridgeport, para secretário o Rev. William Fishbough para testemunhas especiais o Rev. J. N. Parcker, R. Laphám, Esq. e o Dr. L. Smith, de Nova Iorque. Além destas, muitas Outras pessoas de alta posição ou de extensos conhecimentos literários e científicos eram convidadas de vez em quando a assistir àquelas conferencia. Assim se produziu a vasta miscelânea de conhecimentos literários, científicos, filosóficos e históricos, intitulada Divinas Revelações da Natureza.

O caráter maravilhoso desta obra, emanada de pessoa tão inteiramente incapaz de produzi-la nas circunstancia ordinárias, excitou a mais profunda admiração em todas as classes sociais.

As Revelações não tardaram a seguir-se ; Grande Amônia, A Idade Presente e a Interior.

Outras volumosas produções, juntas as conferências de Davis, a seus trabalhos de editor, e grupo e à sua larga influencia pessoal, realizaram uma revolução completa nos Estados Unidos, nos espíritos de numerosa classe de pensadores chamados os advogados da filosofia harmônica, e esta revolução deve incontestavelmente sua origem ao pobre aprendiz de sapateiro.

James Victor Wilson, de Nova Orleans, bem conhecido por seus trabalhos literários e autor de um excelente tratado de magnetismo, diz, falando das primeiras conferencia:

"Não tardará que Davis faça conhecer ao mundo a vi­tória da clarividência e será isto uma grande surpresa.

"No decurso do ano passado, este amável rapaz, sem educação, sem preparo, ditou dia a dia um livro extraordinário, bem concebido, bem ligado, tratando das grandes questões da época, das ciências físicas, da Natureza em todas as suas ramificações infinitas, do homem em seus inumeráveis modos de existência, de Deus no abismo insondável de seu amor, de sua sabedoria e de seu poder.

"Milhares de pessoas, que o viram em seus exames mé­dicos, ou em suas exposições cientificas, dão testemunho da admirável elevação de espírito que Davis possui no estado anormal. Seus manuscritos foram muitas vezes submetidos à investigação das mais altas inteligências do Pais, que se certificaram, da maneira mais profunda, da impossibilidade de ele ter adquirido os conhecimentos de que dava prova no estado anormal. O resultado mais claro da vida desta perso­nagem fenomenal foi a demonstração da clarividência e a gloriosa revelação de que a alma do homem pode comunicar espiritualmente com os Espíritos do outro mundo, como com os deste, e aspirar a adquirir conhecimentos que se estendem muito além da esfera terrestre."

* Falamos incidentemente do método a seguir para o desenvolvimento dos sentidos psíquicos. Consiste em in­sular-se uma pessoa em certas horas do dia ou da noite, suspender a atividade dos sentidos externos, afastar de si as imagens e ruídos da vida externa, o que é possível fazer mesmo nas condições sociais mais humildes, no das ocupações mais vulgares. É necessário, para isso, con­centrar-se e, na calma e recolhimento do pensamento, fazer um esforço mental para ver e ler no grande livro misterioso o que há em nós. Nesses momentos apartai de vosso espírito tudo o que é passageiro, terrestre, va­riável. As preocupações de ordem material criam cor­rentes vibratórias horizontais, que põem obstáculo às radiações etéreas e restringem nossas percepções. Ao contrário, a meditação, a contemplação e o esforço cons­tante para o bem e o belo formam correntes ascensionais, que estabelecem a relação com os planos superiores e facilitam a penetração em nós dos eflúvios divinos. Com este exercício repelido e prolongado, o ser interno acha-se pouco a pouco iluminado, fecundado, regenerado. Esta obra de preparação é longa e difícil, reclama às vezes mais de uma existência. Por isso, nunca é cedo demais para empreendê-la ; seus bons efeitos não tardarão a se fazer sentir.

Tudo o que perderdes em sensações de ordem infe­rior, ganhá-lo-eis em percepções supraterrestres, em equilíbrio mental e moral, em alegrias do espírito. Vosso sentido íntimo adquirirá uma delicadeza, uma acuidade extraordinária; chegareis a comunicar um dia com as mais altas esferas espirituais. Procuraram as religiões constituir estes poderes por meio da comunhão e da prece; mas, a prece usada nas igrejas, conjunto de formulas aprendidas e repetidas mecanicamente durante horas inteiras, é incapaz de dar à alma o vôo necessário, de estabelecer o laço fluídico, o fio condutor pelo qual se estabelecerá a relação. É preciso um apelo, um impulso mais vigoroso, uma concentração, um recolhimento mais profundo. Por isso preconizamos sempre a prece improvisada, o grito da alma que, em sua fé e em seu amor, se lança com todas as forças acumuladas em si para o objeto de seu desejo.

Em vez de convidar por meio da evocação os Espíritos celestes a descerem para nós, aprenderemos assim a desprender-nos e subir para eles.

São, contudo, necessárias certas precauções. O mun­do invisível está povoado de entidades de todas as ordens e quem nele penetra deve possuir uma perfeição sufi­ciente, ser inspirado por sentimentos bastante elevados para o porem a salvo de todas as sugestões do mal. Pelo menos, deve ter em suas pesquisas um guia seguro e esclarecido. É pelo progresso moral que se obtém a autoridade, a energia necessária para impor o devido respeito aos Espíritos levianos e atrasados, que pululam em roda de nós.

A plena posse de nós mesmos, o conhecimento pro­fundo e tranqüilo das leis eternas, preservam-nos dos perigos, dos laços, das ilusões do Além ; proporcionam-nos os meios de examinar as forças em ação sobre o plano oculto.

XXII. - O livre-arbítrio

A liberdade é a condição necessária da alma huma­na que, sem ela, não poderia construir seu destino. em vão que os filósofos e os teólogos têm argumentado lon­gamente a respeito desta questão. A luta têm-na obscurecido com suas teorias e sofismas, votando a Humanidade à servidão em vez de a guiar para a luz libertadora. A noção é simples e clara. Os druidas ha­viam-na formulado desde os primeiros tempos de nossa História. Está expressa nas "Tríades" por estes termos Há três unidades primitivas - Deus, a luz e a liberdade.

Aprendera vista, a liberdade do homem parece muito limitada no círculo de fatalidades que o encerra: neces­sidades físicas, condições sociais, interesses ou instintos. Mas, considerando a questão mais de perto, vê-se que esta liberdade é sempre suficiente para permitir que a alma quebre este círculo e escape às forças opressoras.

A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação ; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes : a noção de moralidade é inseparável da de liberdade.

A responsabilidade é estabelecida pelo testemunho da consciência, que nos aprova ou censura segundo a natureza de nossos atos. A sensação do remorso é uma prova mais demonstrativa que todos os argumentos filo­sóficos. Para todo Espírito, por pequeno que seja o seu grau de evolução, a Lei do dever brilha como um farol, através da névoa das paixões e interesses. Por isso, vemos todos os dias homens nas posições mais humildes e difíceis preferirem aceitar provações duras a se abai­xarem a cometer atos indignos.

Se a liberdade humana é restrita, está, pelo menos em via de perfeito desenvolvimento, porque o progresso não é outra coisa mais do que a extensão do livre-arbí­trio no indivíduo e na coletividade. A luta entre a ma­téria e o espírito tem precisamente como objetivo libertar este último cada vez mais do jugo das forças cegas. A inteligência e a vontade chegam, pouco a pouco, a pre­dominar sobre o que a nossos olhos representa a fata­lidade. O livre-arbítrio é, pois, a expansão da personali­dade e da consciência. Para sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo, libertando­-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão.

Isto só se pode obter por uma educação e uma pre­paração prolongada das faculdades humanas: libertação física pela limitação dos apetites; libertação intelectual pela conquista da verdade ; libertação moral pela procura da virtude. É esta a obra dos séculos. Mas, em todos os graus de sua ascensão, na repartição dos bens e dos males da vida, ao lado da concatenação das coisas, sem prejuízo dos destinos que nosso passado nos inflige, há sempre lugar para a livre vontade do homem.

* Como conciliar nosso livre-arbítrio com a presciência divina? Perante o conhecimento antecipado que Deus tem de todas as coisas, pode-se verdadeiramente afirmara liberdade humana? Questão complexa e árdua na apa­rência que fez correr rios de tinta e cuja solução é, con­tudo, das mais simples. Mas, o homem não gosta das coisas simples; prefere o obscuro, o complicado, e não aceita a verdade senão depois de ter esgotado todas as formas do erro.

Deus, cuja ciência infinita abrange todas as coisas, conhece a natureza de cada homem e as impulsões, as tendências, de acordo com as quais poderá determinar-se. Nós mesmos, conhecendo o caráter de uma pessoa, pode­ríamos facilmente prever o sentido em que, numa dada circunstância, ela decidirá, quer segundo o interesse, quer segundo o dever. Uma resolução não pode nascer de nada. Está forçosamente ligada a uma série de causas e efei­tos anteriores de que deriva e que a explicam. Deus, conhecendo cada alma em suas menores particularidades, pode, pois, rigorosamente, deduzir, com certeza, do conhe­cimento que tem dessa alma e das condições em que ela é chamada a agir, as determinações que, livremente, ela tomará.

Notemos que não é a previsão de nossos atos que os provoca. Se Deus não pudesse prever nossas resoluções, não deixariam elas, por isso, de seguir seu livre curso.

É assim que a liberdade humana e a previdência divina conciliam-se e combinam, quando se considera o problema à luz da razão.

O círculo dentro do qual se exerce a vontade do homem, é, de mais a mais, excessivamente restrito e não pode, em caso algum, impedir a ação divina, cujos efeitos se desenrolam na imensidade sem limites. O fraco inseto, perdido num canto do jardim, não pode, desarranjando os poucos átomos ao seu alcance, lançar a perturbação na harmonia do conjunto e pôr obstáculos à obra do Di­vino Jardineiro.

* A questão do livre-arbítrio tem uma importância capital e graves conseqüências para toda a ordem social,por sua ação e repercussão na educação, na moralidade, na justiça, na legislação, etc. Determinou duas correntes opostas de opinião - os que negam o livre-arbítrio e os que o admitem com restrição.

Os argumentos dos fatalistas e deterministas resu­mem-se assim : "O homem está submetido aos impulsos de sua natureza, que o dominam e obrigam a querer, determinara-se num sentido, de preferência a outro ; logo, não é livre."

A escola adversa, que admite a livre vontade do homem, em face desse sistema negativo, exalta a teoria das causas indeterminadas. Seu mais ilustre represen­tante, em nossa época, foi Ch. Renouvier.

As vistas desse filósofo foram confirmadas, mais recentemente, pelos belos trabalhos de Wundt, sobre a percepção, de Alfred Fouillée sobre a idéia-força e de Boutroux sobre a contingência da lei natural.

Os elementos que a revelação neo-espiritualista nos traz, sobre a natureza e o futuro do ser, dão à teoria do livre-arbítrio sanção definitiva. Vêm arrancar a consciên­cia moderna à influência deletéria do materialismo e orientar o pensamento para uma concepção do destino, que terá por efeito, como dizia C. du Prel, recomeçar a vida interior da Civilização.

Até agora, tanto sob o ponto de vista teológico como determinista, a questão tinha ficado quase insolú­vel. Nem doutro modo podia ser, pois que cada um daque­les sistemas partia do dado inexato de que o ser humano tem de percorrer uma única existência. A questão muda, porém, inteiramente de aspecto se alargar o círculo da vida e se considerar o problema à luz que projeta a doutrina dos renascimentos. Assim, cada ser conquista a própria liberdade no decurso da evolução que tem de perfazer.

Suprida, a princípio, pelo instinto, que pouco a pouco desaparece para dar lugar à razão, nossa liberdade é muito escassa nos graus inferiores e em todo o período de nossa educação primária. Toma extensão considerável, desde que o Espírito adquire a compreensão da lei.

E sempre, em todos os graus de sua ascensão, na hora das resoluções importantes, será assistido, guiado, acon­selhado por Inteligências superiores, por Espíritos maio­res e mais esclarecidos do que ele.

O livre-arbítrio, a livre vontade do Espírito exer­ce-se principalmente na hora das reencarnações. Esco­lhendo tal família, certo meio social, ele sabe de antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a necessidade destas provações para desen­volver suas qualidades, curar seus defeitos, despir seus preconceitos e vícios. Estas provações podem ser tam­bém conseqüência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele aceita-as com resignação e confiança, porque sabe que seus grandes irmãos do Espaço não 0 abandonarão nas horas difíceis.

O futuro aparece-lhe então, não em seus pormeno­res, mas em seus traços mais salientes, isto é, na medida em que esse futuro é a resultante de atos anteriores. Estes atos representam a parte de fatalidade ou "a pre­destinação" que certos homens são levados a ver em todas as vidas. São simplesmente, como vimos, efeitos ou reações de causas remotas. Na realidade, nada há de fatal e, qualquer que seja o peso das responsabilidades em que se tenha incorrido, pode-se sempre atenuar, mo­dificar a sorte com obras de dedicação, de bondade, de caridade, por um longo sacrifício ao dever.

*

O problema do livre-arbítrio tem, dizíamos, grande importância sob o ponto de vista jurídico. Tendo, não obstante, em conta o direito de repressão e preservação social, é muito difícil precisar, em todos os casos que dependem dos tribunais, a extensão das responsabilida­des individuais. Não é possível fazê-lo senão estabele­cendo o grau de evolução dos criminosos. O neo-espiri­tualismo fornecer-nos-ia talvez os meios; mas, a justiça humana, pouco versada nestas matérias, continua a ser cega e imperfeita em suas decisões e sentenças.

Muitas vezes o mau, o criminoso não é, na realidade, mais do que um Espírito novo e ignorante em que a razão não teve tempo de amadurecer. "O crime, diz Duclos, é sempre o resultado dum falso juízo." É par isso que as penalidades infligidas deveriam ser estabelecidas de modo que obrigassem o condenado a refletir, a ins­truir-se, a esclarecer-se, a emendar-se. A sociedade deve corrigir com amor e não com ódio, sem o que se torna criminosa.

As almas, como demonstramos, são equivalentes em seu ponto de partida. São diferentes por seus graus infinitos de adiantamento : umas novas ; outras velhas, e, por conseguinte, diversamente desenvolvidas em mora­lidade e sabedoria, segundo a idade. Seria injusto pedir ao Espírito infantil méritos iguais aos que se podem esperar de um Espírito que viu e aprendeu muito. Daí uma grande diferenciação nas responsabilidades.

O Espírito só está verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornem internas e conscientes pelo fato de sua evolução. No dia em que ele se penetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido ponto moral em que o homem se possui, domina e go­verna a si mesmo.

Daí em diante já não precisará do constrangimento e da autoridade sociais para corrigir-se. E dá-se com a coletividade o que se dá com o indivíduo. Um povo só verdadeiramente livre, digno da liberdade, se aprendeu a obedecer a essa lei interna, lei moral, eterna e univer­sal, que não emana nem do poder de uma casta, nem da vontade das multidões, mas de um Poder mais alto. Sem a disciplina moral que cada qual deve impor a si mesmo, as liberdades não passam de um logro ; tem-se a aparên­cia, mas não os costumes de um povo livre. A sociedade fica exposta pela violência de suas paixões, e a intensi­dade de seus apetites, a todas as complicações, a todas as desordens.

Tudo o que se eleva para a luz eleva-se para a liber­dade. Esta se expande plena e inteira na vida superior.

A alma sofre tanto mais o peso das fatalidades mate­riais, quanto mais atrasada e inconsciente é, tanto mais livre se torna quanto mais se eleva e aproxima do divino.

No estado de ignorância, é uma felicidade para ela estar submetida a uma direção. Mas, quando sábia e per­feita, goza da sua liberdade na luz divina.

Em tese geral, todo homem chegado ao estado de razão é livre e responsável na medida do seu adianta­mento. Passo em claro os casos em que, sob o domínio de uma causa qualquer, física ou moral, doença ou obses­são, o homem perde o uso de suas faculdades. Não se pode desconhecer que o físico exerce, às vezes, grande influência sobre o moral; todavia, na luta travada entre ambos, as almas fortes triunfam sempre. Sócrates dizia que havia sentido germinar em si os instintos mais per­versos e que os domara. Havia neste filósofo duas cor­rentes de forças contrárias, uma orientada para o mal, outra para o bem. Era a última que predominava. Há também causas secretas, que muitas vezes atuam sobre nós. As vezes a intuição vem combater o raciocínio, im­pulsos partidos da consciência profunda nos determinam num sentido não previsto. Não é a negação do livre-arbí­trio; é a ação da alma em sua plenitude, intervindo no curso de seus destinos, ou, então, será a influência de nossos Guias invisíveis, que se exerce e nos impele no sentido do plano divino, a intervenção de uma Inteligên­cia que, vindo de mais longe e mais alto, procura arran­car-nos às contingências inferiores e levar-nos para as cumeadas. Em todos estes casos, porém, é só nossa von­tade que rejeita ou aceita e decide em última instância.

Em resumo, em vez de negar ou afirmar o livre­-arbítrio, segundo a escola filosófica a que se pertença, seria mais exato dizer: "O homem é o obreiro de sua libertação." O estado completo de liberdade atinge-o no cultivo íntimo e na valorização de suas potências ocultas. Os obstáculos acumulados em seu caminho são meramente meios de o obrigar a sair da indiferença e a utili­zar suas forças latentes. Todas as dificuldades materiais podem ser vencidas.                                                                               Somos todos solidários e a liberdade de cada um liga-se à liberdade dos outros.

Libertando-se das paixões e da ignorância, cada ho­mem liberta seus semelhantes. Tudo o que contribui para dissipar as trevas da inteligência e fazer recuar o mal,torna a Humanidade mais livre, mais consciente de si mesma, de seus deveres e potências.

Elevemo-nos, pois, à consciência do nosso papel e fim, e seremos livres. Asseguraremos com os nossos es­forços, ensinamentos e exemplos a vitória da vontade assim como do bem e, em vez de formarmos seres pas­sivos, curvados ao jugo da matéria, expostos à incerteza e inércia, teremos feito almas verdadeiramente livres, soltas das cadeias da fatalidade e pairando acima do mundo pela superioridade das qualidades conquistadas.

Léon Denis - livro: O Problema do Ser do Destino e da Dor

4 comentários:

  1. Lo que nos hace diferentes a toda criatura viviente, son tres cosas:
    NUESTRA ALMA
    NUESTRA CONCIENCIA
    Y NUESTRA LIBERTAD.
    Si fundimos estas tres cosas, dan como resultado al ser humano, único e irrepetible en cada uno de ellos.
    Por ello, un alma que posee libertad, tiene la conciencia para saber dicernir lo que más le conviene para llegar a la meta eterna con los talentos que nos hayan sido otorgados.
    Muy interesante tu aportación.
    Un saludo muy cordial.

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  2. Belo texto.
    Mas ainda sou que a consciência é o indivíduo desperto para a vida verdadeira, isto é um ser integral. A cada reencarnação temos uma personalidade (persona) que, somadas a todas as reencarnações, nos torna indivíduos que somos hoje. À medida que a consciência se nivela ao inconsciente e ao super-consciente, vamos nos caminhando para a perfeição, relativa, que seja.

    Minha doce amiga, se me permite, estou levando este maravilhoso texto.
    Beijo, de coração!!!

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  3. Olá querida

    Obrigada pela compreensão.

    A mensagem é maravilhosa, sempre nos presenteando com bela leitura.

    Com muito carinho BJS.

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  4. Muito bom o texto ,acho que a evolução marca a existencia. A diversidade e o grau de discernimento é individual, por isso há vários tipos de seres no planeta com sentimentos e consciências situadas em um gráfico de evolução elevado independente do meio em que vive.Como personalidade temos muitos eus e com certeza uma das tarefas mais difíceis é tentar chegar a unidade, compreendendo essas interferências dos muitos eus, é encontrar a essência, a individualidade, a linha de aprendizado que trazemos como bagagem das muitas vidas e que com muito que aprendemos constantemente ficam impressos na "alma" ,"espírito" ou seja lá o que queiramos denominar essa bagagem cósmica...com certeza ela está armazenada, e apenas é preciso saber como despertar com ações e sentimentos adequados.
    um grande abraço!!!

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Amigos, irmaos,
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